SOU JORNALISTA E ultimamente tenho escrito muito sobre assuntos de ordem política e cultural, que estão ocorrendo amiúde. Ao orar sobre alguns desses temas, compreendi que é importantíssimo para cada um de nós determinar a diferença entre o que é certo e o que é errado. Para isso, Cristo Jesus é o nosso modelo. A Bíblia nos diz, referindo-se a ele: “Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade” (Hebreus 1:9). O interessante é observar que Jesus passava bastante tempo entre pecadores. Muitos deles, graças a esse contato, se reformaram. Queriam viver uma vida melhor.
Evidentemente, Jesus conseguia amá-los de maneira tal, que os via como indivíduos retos. Ele enxergava a identidade básica de cada um deles, outorgada por Deus, a qual não lhes podia ser roubada. Ele podia, ao mesmo tempo, “odiar” o pecado, o comportamento indevido, ou estado doentio. Ele podia “odiar” essas características por saber que um Deus perfeito, um amoroso Pai-Mãe, jamais as havia criado. Mas ele não condenava essas pessoas, propriamente ditas. Ele odiava tão claramente a iniqüidade e amava tão perfeitamente a retidão, que as pessoas respondiam ao seu pensamento e se transformavam. Acho muito importante nós fazermos a mesma coisa, amar a retidão e fazer uma nítida distinção entre a iniqüidade e o indivíduo.
O verdadeiro autogoverno reconhece a relação do homem com Deus
Para mim, amar a retidão significa tomar o tempo para orar com aquilo que eu compreendo ser verdadeiro sobre Deus e Sua criação. Isso, por sua vez, me ajuda a ver aquilo que não é verdadeiro sobre Deus e Sua criação. Assim posso estabelecer a diferença que cura, algo que Jesus nos ensinou a fazer. Viver dessa forma promove o autogoverno, que em última análise produzirá um governo no qual se pode confiar. O verdadeiro autogoverno reconhece a relação do homem com Deus. Reconhece que o governo do mundo repousa nas mãos de um Deus bondoso, todo poderoso, que determina nossa conduta. Nesse tipo de governo há um ceder a uma autoridade mais elevada.
A “Oração diária”, escrita por Mary Baker Eddy, é muito apropriada, quando a relacionamos com o tema de governo, porque mostra que começamos a partir de Deus e depois tratamos da nossa relação com Ele. Aí, e somente aí, é que conseguimos ver nosso próximo sob a luz correta. A oração é assim: “Venha o Teu reino; estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, eliminando de mim todo pecado; e que a Tua palavra enriqueça as afeições de toda a humanidade, e a governe” (Manual de A Igreja Mãe, Art. 8°, § 4).
Boston, Massachusetts
(Trecho de um programa da edição radiofônica do Christian Science Sentinel)