“O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o caminho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade.” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24.)
No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science para o período de janeiro, fevereiro e março.
31 de janeiro – 6 de fevereiro
ESPÍRITO
Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. (1 João 4:13)
Aqui, “ele” é Deus, mencionado no versículo precedente. A frase “...permanecemos nele, e ele, em nós...” indica a nossa comunhão, nossa união, com Deus. O Espírito que Ele nos deu pode ser visto no fruto de que fala Gálatas 5:22, 23: “...o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.”
E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. (Gênesis 28:12)
Diversos comentaristas vêem na escada um prenúncio do Cristo, atuando como intermediário entre o homem e Deus. Jesus faz referência a esse sonho de Jacó e à sua realização na vida do cristão, quando diz a Natanael: “Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (João 1:51).
Ninguém se engane a mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste século, façase estulto para se tornar sábio. (1 Cor. 3:18)
Na linguagem bíblica, “neste século” significa “no mundo, de acordo com os conceitos do mundo”. “Estulto” significa “tolo” e “faça-se estulto” é uma forma vívida de dizer: “Considere-se tolo e precisando de aprendizado” pois assim estará disposto a aprender e a tornar-se espiritualmente sábio.
7 – 13 de fevereiro
ALMA
Só tu és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora. (Neemias 9:6)
“Céu dos céus” é uma expressão idiomática do hebraico, que designa o firmamento que estaria acima do céu visível, acima dos astros que vemos. É uma maneira de se referir ao infinito.
Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome. (Salmos 147:4)
Na primeira parte desse versículo, o Salmista expressa a onisciência de Deus, pois contar as estrelas é tarefa impossível para qualquer outro ser. Chamar pelo nome, no antigo pensamento hebraico, significava “trazer à existência”, ou seja, criar. Também era sinal de autoridade sobre a coisa chamada pelo nome.
Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. (Salmos 16:10)
Para a primitiva igreja cristã, esse versículo é uma profecia da ressurreição de Jesus, como fica claro em Atos 2:27, quando Pedro cita esse versículo em sua pregação, assim como faz Paulo, em Atos 13:35.
14 – 20 de fevereiro
MENTE
Então, o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para que declarassem ao rei quais lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei. (Daniel 2:2)
Originalmente, os caldeus eram o povo que habitava uma parte da Mesopotâmia, onde estava a Babilônia. Esse povo se dedicou ao estudo dos astros, da matemática e das ciências da época e ficou conhecido como um povo de astrólogos e mestres das artes “mágicas”. Mais tarde, na Bíblia, a palavra “caldeu” passou a designar os magos e astrólogos em geral. Nesse versículo, o rei manda chamar os que eram considerados os “sábios”, capazes de responder a questões difíceis.
Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu. (Daniel 2:10)
O rei não contara o sonho a ninguém e exigia que os sábios adivinhassem qual fora o sonho e lhe dessem a interpretação. Aparentemente, ele achava que, se os magos não conseguissem adivinhar o sonho, também não teriam sabedoria suficiente para lhe dar a interpretação correta.
21 – 27 de fevereiro
CRISTO JESUS
Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. (João 10:16)
O “aprisco” a que Jesus se referia era o povo judeu e as “outras ovelhas” eram os gentios, como eram chamados os povos não judeus.
A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (João 3:3)
A expressão “nascer de novo” traduz a frase grega que significa “nascer de cima, nascer do alto”, ou seja, de Deus. A mesma expressão grega está no versículo 31, do mesmo capítulo de João: “Quem vem das alturas certamente está acima de todos; quem vem da terra é terreno e fala da terra; quem veio do céu está acima de todos.”
...e enviou mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada. Mas não o receberam, porque o aspecto dele era de quem, decisivamente, ia para Jerusalém. (Lucas 9:52, 53)
Os samaritanos se recusaram a hospedar Jesus porque não se davam com os judeus, que os consideravam tolos, idólatras, inferiores. Os judeus, por sua vez, nunca procuravam hospedagem nas aldeias dos samaritanos, mas atravessavam o rio Jordão para contornar a Samaria. Há relatos de historiadores de que, anteriormente, os judeus costumavam passar pela Samaria, a caminho de Jerusalém, mas, certa vez, um grupo deles foi atacado e morto por samaritanos. Ao procurar pousada entre os samaritanos, Jesus, mais uma vez, desafiou os preconceitos. Apesar da recusa que encontrou, é evidente que não guardou mágoa, pois foi depois desse fato que ele contou a parábola do Bom Samaritano.
Bibliografia
Strong's Exhaustive Concordance of the Bible;
The Interpreter's Bible;
John Gill Expositor;
The New Westminster Dictionary of the Bible;
Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Craig A. Evans
