Há alguns anos, quando minhas filhas eram pequenas, costumávamos passar as férias em um lugar isolado e distante, perto de uma praia. Para chegar lá, só havia uma estrada de terra, bastante ruim. Certa vez, a estrada estava pior do que de costume e resolvemos ir de barco. Deixamos o carro numa cidadezinha e tomamos um barco de pesca que era muito simples, de madeira, sem cobertura, só tinha o motor. Éramos seis pessoas, mais o barqueiro, e levávamos bagagens e mantimentos para quinze dias. Com isso, o barco ficou bastante carregado. Seria uma viagem de, aproximadamente, duas horas, num dia encoberto, com garoa.
Estávamos descendo por um braço de mar que fica entre o continente e uma ilha. Terminada a ilha, já estaríamos em pleno oceano, antes de termos a proteção de outra ilha menor, que fica um pouco mais abaixo. Nesse trecho da viagem, o vento ficou muito forte e as ondas, muito altas, começaram a cobrir o barco. Protegemos as duas crianças com uma lona. A situação foi ficando bastante difícil e o barqueiro estava preocupado, pois o barco tinha excesso de carga. Meu cunhado começou a se culpar por ter concordado em irmos de barco.
Eu era a única Cientista Cristã ali. Como de costume, havia orado antes de empreender a viagem, afirmando que Deus estava governando tudo e que nós éramos sustentados e guiados por Ele. Agora, em meio áquela situação difícil, estava negando, mentalmente e com veemência, que houvesse alguma força contrária ao governo onipotente de Deus. Afirmei que nós todos éramos idéias espirituais, criadas à semelhança do Espírito, que é Deus. Não éramos corpos materiais à mercê do vento e da água. Uma idéia espiritual não pode sofrer investidas por parte de forças materiais. Eu orava sem parar, mas parecia que a situação não melhorava e muitas vezes tínhamos a impressão de que o barco iria virar, tal a força do vento e das ondas.
Faça o login para visualizar esta página
Para ter acesso total aos Arautos, ative uma conta usando sua assinatura do Arauto impresso, ou faça uma assinatura para o JSH-Online ainda hoje!