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Relatório do campo de ação

Da edição de fevereiro de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Em junho de 1999, durante a Assembéia Anual d’A Igreja Mãe, um redator convidado, moderou um debate entre três estudiosos das ciências físicas. Eles discutiram a evolução das ciências à luz da descoberta de Mary Baker Eddy, na qual a realidade é espiritual e não material. Também comentaram como a oração os tem guiado no trabalho.

Os participantes foram: ex-professor de Física na Faculdade Mount Holyoke, em Massachusetts, que antes trabalhou como pesquisador de partículas físicas na Universidade Harvard e nos Laboratórios Bell. Nestes, ele realizou pesquisas em Astronomia Óptica e ondas gravitacionais. Depois, estudou os pósitrons em pesquisas de astrofísica, inclusive como os pósitrons interagem com a matéria — o pósitron é um elétron de antimatéria.

é o principal pesquisador no Instituto SETI de Mountain View, Califórnia. Esse instituto dedica-se à pesquisa de inteligência extraterrestre. Laurance também ensina Astronomia na Universidade da Califórnia, em Santa Cruz. É professor visitante de Física e História na Faculdade Principia, em Illinois.

dirige, na Universidade George Washington, na capital dos Estados Unidos, um programa especial, multidisciplinar. Dave é especialista em Ciências da Computação e trabalha na iniciativa privada na Unisys. Está pesquisando o desenvolvimento da ciência moderna, observando-o através da vida de pessoas que computavam no tempo em que não havia máquinas para isso.

Warren Bolon: Comecemos pela ciência no nível do cosmo. Laurance, o que está acontecendo nas Ciências Naturais, e na Astronomia em particular, que evidencie o levedar da espiritualidade, não só hoje mas também nos últimos cem anos?

Laurance Doyle: Mary Baker Eddy diz que “a astronomia, a ótica, a acústica e a hidráulica estão todas em conflito com o testemunho dos sentidos físicos” (Não e Sim, p. 6). Pensávamos que a terra era plana, mas isso era apenas uma falsa impressão. A inteligência teve de superar tal perspectiva. Deve-se notar que foi a perspectiva que teve de mudar e não a terra. Quando se acreditava que a terra. estava no meio, tínhamos uma posição central privilegiada. De acordo com a ciência e teologia da Idade Média, só o inferno estava abaixo da terra; tínhamos de subir para alcançar os anjos e ir ainda além para chegar a Deus. Hoje, sabemos que o bem está aqui mesmo e que fazemos parte de um universo muito maior. Estamos começando a ver, não a matéria, mas sim o pensamento, a consciência, como a substância das coisas. E todos nós somos os cientistas dessa revolução.

Bolon: David, com respeito à noção de transformar coisas em pensamentos, o que você diria sobre a representação etérea da matéria nos computadores?

Grier: Pensei muito nisso até chegar à conclusão de que não poderia “fazer” ciência sem espiritualidade. Dizer que a ciência só vê a matéria, seria o mesmo que acreditar ainda na terra plana. A Sra. Eddy diz que podemos conhecer a verdade com mais exatidão do que calcular um eclipse. Bem, na sua época, a Marinha norte-americana contratou aproximadamente vinte e cinco pessoas apenas para calcular eclipses. Elas passavam o ano todo calculando a posição dos planetas. A Marinha cresceu e precisavam fazer mais cálculos. Tentaram contratar mais pessoas, mas isso não trouxe muito êxito, então mudaram a perspectiva. Compreenderam que os cálculos que pensavam ser provenientes de um ser humano inteligente, eram baseados em leis fixas. Hoje, pode-se pegar um pouco de areia, adicionar umas gotas de ouro e obtém-se um chip de silício. Pode-se computar porque há leis fixas governando essa operação. Essas leis superam a noção de que apenas uma inteligência humana limitada possa fazer cálculos. Essa ferramenta, o chip, não só calcula eclipses mais rápido do que no tempo da Sra. Eddy, mas nos permite, através de equações, cálculos e gráficos, olhar para coisas que antes não podíamos ver.

Bolon: Laurance, nós conversamos anteriormente sobre o método científico. O que você teria a nos dizer sobre isso?

Laurance: Um dia, assistindo à televisão, ouvi do escritor Isaac Asimov uma definição que me surpreendeu: “Ciência é o ato de comparar seus pensamentos com os do universo, para ver se combinam.” Então pensei: “Essa também é uma definição de oração.” Poderíamos dizer que a oração é o ato de comparar seus pensamentos com os do Criador do universo, para ver se combinam. Isso exige humildade, pois é preciso abdicar de préconcepções. E isso é o verdadeiro método científico. Ciência e Saúde diz: “A oração não pode modificar a Ciência do ser, mas contribui para pôr-nos em harmonia com essa Ciência”(p. 2).

Grier: Recentemente, participei de um congresso e um dos palestrantes disse que o conceito da objetividade pode mudar, mais especificamente, a objetividade no método científico. Eu, então, percebi que o seu ponto de vista mostra um levedar no pensamento. Ele comentou que, no século XVIII, a noção de objetividade científica era algo que apenas um gênio seria capaz de compreender. Já no século XIX, a objetividade era vista como um jornal: uma descrição do universo era feita e distribuída. No século XX, a objetividade passou a ser vista como uma atividade criativa, uma vez que lidamos com coisas que não podemos ver. Na Astronomia, trabalha-se muito com ondas de luz que não podem ser vistas, com transmissões de rádio e outros fenômenos invisíveis. Isso requer um senso de compreensão criativa para traduzir idéias em formas tangíveis.

Bolon: Vimos como o pensamento científico está se expandindo no nível macro, o universo conhecido. Ben, será que há alguma evidência de pensamento em expansão no microcosmo da física subatômica?

Benjamin Brown: A área da física que está sendo desenvolvida é a mecânica quântica. Esta é, basicamente, o estudo das partículas subatômicas e de seu comportamento. Nas décadas de vinte e trinta, os teóricos estudavam o porquê de essas partículas não se comportarem como Isaac Newton descrevera. Na verdade, outras leis estavam sendo obedecidas. E essas leis eram tão estranhas que, quando eu estava na faculdade, diziam-me para não tentar entender a mecânica quântica, porque ninguém a entendia. Se eu tentasse entendê-la, estaria errado.

Achamos que a matéria é sólida. Mas, em se tratando de mecânica quântica, ao colocarmos a mão sobre uma mesa, não estamos tocando nada. Há uma repulsão entre os elétrons da minha mão e os elétrons da mesa. A visão que se obtém, ao estudar mecânica quântica, é bem diferente da percepção do nosso dia-a-dia. A matéria começa a desaparecer, literalmente, a medida que se avança para o infinitésimo.

Alguns me perguntam: “Como você pode ser físico e Cientista Cristão ao mesmo tempo”? Eu diria que há uma beleza em compreender os princípios da física e que eles me levam a algo mais alto: o Princípio divino. E essa beleza é algo que Mary Baker Eddy viu.

Isso me faz lembrar de algo que vi nos Laboratórios Bell, há quinze anos: um pósitron e um elétron lado a lado. O pósitron é uma partícula de antimatéria, um elétron carregado positivamente. Os pósitrons podem ser usados para estudar a matéria e, na minha pesquisa, estudei o impacto de diversos elementos com os pósitrons e a destruição destes pelos elétrons. O estudo da física me foi muito útil para compreender a Christian Science. O desafio era enxergar além da evidência material e ver que o universo é espiritual.

Bolon: David, como estudante da história da ciência, o que você diria sobre a evolução da Física, neste século?

Grier: A época da Sra. Eddy e os anos seguintes parecem-me uma grande coincidência entre o avanço dos conceitos espirituais e o do pensamento humano. Na história da Física, vemos o abandonar de velhos conceitos em favor de novos. Na época da Sra. Eddy, surgiram novos conceitos sobre a eletricidade e sobre a germinação das plantas. A física atômica estava no início e a química estava começando a crescer com seriedade. Tudo isso floresceu neste século.

Bolon: Benjamin, você me disse que quando era adolescente e estava aprendendo sobre ciências físicas, antes de conhecer a Christian Science, intuitivamente, você se rebelou à idéia de um universo sem um significado. Conte-nos um pouco sobre isso.

Brown: Na minha adolescência, pensei muito sobre o universo — se era um espaço infinito. Eu não aceitava a idéia de um universo material. Tentava imaginar o que seria do universo se não houvesse nem a terra nem inteligência para entender tudo isso. Minha mãe, percebendo meus questionamentos e meus problemas, levou-me para uma Escola Dominical da Christian Science, apesar de não ser Cientista Cristã. Lá, comecei a ver as coisas sob outro ângulo. Ao invés de considerar tudo como material, comecei a aprender que tudo era Mente e Sua criação espiritual. Isso me ajudou muito em um experimento que envolvia o teorema de John Bell e também, ao ver que Einstein se rebelou contra o conceito de acaso. Uma vez ele disse: “Deus não joga dados.” Ao analisar os novos conceitos da física, para mim, é importante saber que Deus é Tudo, que Ele tem o controle total sobre a realidade espiritual, onde não há acaso ou incerteza.

Na mecânica quântica a matéria começa a desaparecer, literalmente, à medida que se avança para o infinitésimo.

Bolon: O que é a força, a graça deífica que chamamos espiritualidade?

Grier: Na prática das ciências físicas, a espiritualidade é a habilidade ou o desejo de ver além do que o sentido material impõe aos de nossos olhos. Em Ciência e Saúde lemos: “O sentido espiritual é uma capacidade consciente e constante de compreender Deus” (p. 209). Compreender a Deus é compreender o bem. Isso é o que me faz dizer que a ciência física não pode ser praticada sem usarmos o sentido espiritual.

Bolon: Estamos chegando ao fim de nossa conversa. Qual a mensagem que vocês gostariam de deixar?

Doyle: Na história da ciência, foi dito que a causa da “idade das trevas” foi a separação da fé e da razão. E a causa do renascimento foi a unificação da fé com a razão. Para mim, a grande teoria da unificação é a união do Cristianismo, que é amor, com a Ciência, que é verdade. A Christian Science é a resposta para a busca dos cientistas pela grande unificação.

Grier: Não há progresso científico sem espiritualidade.

Brown: Em Ciência e Saúde, lemos: “A realidade espiritual é o fato científico em todas as coisas.” Esse trecho tem sido muito significativo para mim. A Sra. Eddy ocupa um espaço, que é único, entre filósofos e líderes religiosos. A sua revelação científica, uma visão totalmente espiritual, é algo que o mundo está apenas começando a descobrir.

Bolon: Alguns podem dizer que, no futuro, a física se tornará obsoleta, mas eu vejo as descobertas científicas como um aprofundamento da relação entre as ciências e a Ciência divina.

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