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O Evangelho de Marcos em nossa vida

As “obras poderosas” que apresentamos nesta série de artigos, nos últimos meses, deram origem a muita falta de compreensão e muita oposição por parte das pessoas, no tempo de Jesus. Ciente de que a situação está chegando a um ponto crítico, Jesus redobra seus esforços em relação aos discípulos, ensinando-lhes o que significa ser discípulo e preparando-os para o que está por vir. O cenário é o de uma viagem cujo percurso passa pelo território dos gentios e termina às portas de Jerusalém.

O Caminho: o que significa ser discípulo

A identidade de Jesus e sua transfiguração — Marcos 8:27-9:13 
(Parte 13)

Da edição de fevereiro de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


8:27-30 Ainda em território de gentios, Jesus e os seus discípulos passavam pelas aldeias de Cesaréia de Filipe. Durante o caminho, Jesus lhes perguntou: Quem dizem os homens que sou eu? Os discípulos então lhe falaram sobre os boatos que corriam: alguns diziam que Jesus era João Batista; outros: Elias; mas outros: Algum dos profetas. Embora essas opções colocassem Jesus em boa companhia, nenhuma delas revelava sua verdadeira identidade. Então Jesus perguntando diretamente: Mas vós, quem dizeis que eu sou?

Pedro respondeu imediatamente, falando por todo o grupo: Tu és o Cristo. As palavras estavam certas mas, no Evangelho de Marcos, há indícios de que se baseavam no conceito popular de que o Cristo, ou Messias, era um intermediário divino no campo político, conceito esse que Jesus refutava. Advertiu-os Jesus de que a ninguém dissessem tal coisa a seu respeito, porque eles ainda não entendiam o significado de Messias.

8:31-33 Ansioso para transmitir-lhes uma nova compreensão sobre o Cristo, Jesus lhes disse que era necessário que o Filho do Homem (uma modesta referência a si mesmo) sofresse muitas coisas, fosse rejeitado ... fosse morto e ... depois de três dias, ressuscitasse. A “necessidade” de essas coisas acontecerem é atribuída tradicionalmente à vontade divina, segundo a qual, Deus enviou Seu filho para sofrer e morrer. Outro ponto de vista sugere que a natureza radical dos ensinamentos e dos atos de Jesus levariam a uma oposição inevitável, que culminaria com sua morte, perpetrada por ninguém mais, ninguém menos, do que os anciãos, principais sacerdotes e escribas, ou seja, os líderes religiosos.

No entender de Pedro, Jesus estava exagerando. Por isso, chamando Jesus à parte, começou a reprová-lo, rejeitando as palavras que não faziam sentido para ele! Afinal de contas, todos eles acreditavam que, quando o Messias viesse, os injustos sofreriam, não o Messias. O Messias de Deus restauraria o reino de Davi e estabeleceria o reino de Deus na terra. Mas, Jesus ... voltou-se e, fitando os seus discípulos, usou palavras ainda mais duras ao responder a Pedro: Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. Talvez essa reação enérgica de Jesus se deva ao fato de ele ter percebido como os discípulos compreendiam pouco. Suas palavras estabeleciam uma clara distinção entre as coisas espirituais de Deus e os conceitos mundanos dos homens.

8:34-9:1 uma brusca mudança de cena coloca os discípulos no meio de uma multidão, enquanto Jesus começa a lhes ensinar o significado e o custo do discipulado. Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, ou seja, substitua o interesse próprio pela dedicação ao trabalho de Deus, tome a sua cruz, algo que os criminosos prestes a serem executados eram obrigados a fazer, e siga-me, siga o exemplo de Jesus, compartilhando a perseguição que ele sofreu. Ele não estava sugerindo que os discípulos tivessem cometido crimes hediondos, mas a referência ao ato de carregar a cruz era particularmente cruel, vergonhosa e humilhante. O discipulado incluiria momentos como esses. A triste ironia é que, quando chegar o tempo de assumirem a posição de seguidores, os discípulos vão procurar escapar, de todas as maneiras!

Ele acrescenta: Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á, sendo que o inverso também é verdadeiro. Essa afirmação confirma o paradoxo pelo qual o ganho humano muitas vezes significa perda espiritual e vice-versa. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Quem iria querer perder o direito à eternidade em troca das armadilhas do mundo? Que daria um homem em troca de sua alma? Será que existe alguma coisa que valha esse preço?

Jesus continua seus ensinamentos com uma advertência e uma promessa. Se alguém se envergonhar dele e das suas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele. Essa é a advertência. A promessa é que um dia ele voltaria na glória de seu Pai com os santos anjos. Seu trabalho, o trabalho do Messias, será eficiente e completo.

Acrescentando um tom de solenidade às suas palavras, ao dizer: Em verdade vos afirmo, Jesus profetiza que, dos quese encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus. Suas demonstrações comprovavam que o reino de Deus já estava próximo, sugerindo que a espera havia terminado.

Em Marcos, os discípulos não têm a oportunidade de reagir a esse ensinamento ou de demonstrar que o compreendiam. Por enquanto, a semente está plantada.

9:2-8 Os leitores modernos divergem a respeito do próximo evento, que acontece seis dias depois, quando tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João, seus amigos mais chegados, e levou-os sós, à parte, a um alto monte, tendo sido transfigurado diante deles. Até hoje não se tem muita certeza sobre o que realmente aconteceu durante a transfiguração. Seria a manifestação de algo vindo do interior de Jesus, como se sua verdadeira natureza estivesse sendo revelada? Ou seria alguma coisa que estava sendo concedida a ele, vinda de fora? Marcos descreve esse acontecimento da seguinte forma: as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar. Além dessa mudança, ele acrescenta: Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus. Se Moisés representa a lei e Elias os profetas, a presença deles significa a unidade das Escrituras, a lei e os profetas. Mas, qual o objetivo disso?

Seria para beneficiar os discípulos? Tendo acabado de receber a informação de que o Messias sofreria, morreria e ressuscitaria, estariam eles precisando de um sinal glorioso que atestasse a veracidade daquelas palavras? Possivelmente. Mas, sem dúvida, Jesus também estava sendo beneficiado, por ouvir uma mensagem de confiança, percebendo mais claramente o que se esperava dele. No relato de Lucas sobre o mesmo acontecimento, lemos que Elias e Moisés falavam com Jesus sobre sua morte, sobre o significado dela.

As palavras de Pedro interrompem a cena. Mestre, bom é estarmos aqui. Ele então se oferece para fazertrês tendas, uma para cada um deles. Pois não sabia o que dizer, por estarem eles aterrados. Era como se estivesse dizendo alguma coisa parecida com: “Temos convidados, vamos preparar acomodações para eles.” Essa movimentação humana toma o lugar da reflexão espiritual sobre a razão do aparecimento dessas pessoas e sobre a responsabilidade dos discípulos, pelo privilégio de estarem presentes a esse acontecimento.

Repentinamente, porém, veio uma nuvem que os envolveu; e dela uma voz dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.

Essas palavras virtualmente repetem o que fora dito durante o batismo de Jesus, que ele é o Filho amado de Deus. Desta vez, contudo, os discípulos são aconselhados a ouvirem o que ele diz. As palavras que ele fala são verdadeiras. Precisam ser ouvidas e obedecidas.

Então, tão rapidamente como havia começado, a cena terminou, e os discípulos a ninguém mais viram com eles, senão Jesus.

9:9-13 Imaginem o alvoroço dos discípulos ao descerem do monte. Percebendo que eles não se haviam dado conta do profundo significado dessa experiência, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. A referência à sua própria ressurreição só piorava as coisas, pois eles começaram a perguntar uns aos outros que seria o ressuscitar dentre os mortos. Se por um lado havia Jesus, o Messias, por outro lado havia uma conversa sobre morte. Eles não haviam captado o sentido da mensagem, por isso perguntaram: Por que dizem os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? Se o Messias está aqui, coisa que Jesus não nega, onde está Elias? Estariam os escribas enganados a esse respeito? Deveria Jesus continuar a pregar a vinda do reino, se a promessa das Escrituras continuava sem ser cumprida?

Jesus responde: Elias, vindo primeiro, restaurará todas as coisas. Os profetas não haviam errado a respeito de Elias, nem estavam eles errados ao escrever que o Filho do Homem vai sofrer muito e ser rejeitado. Conforme A Bíblia na Linguagem de Hoje. Mas as coisas nem sempre acontecem como esperamos. Eu, porém, vos digo que Elias já veio, não na visão aterradora que eles haviam acabado de ter, mas na vida e no trabalho de João Batista, cuja morte já havia ocorrido.

Os discípulos encontram-se diante de um dilema, por se apegarem às idéias populares de libertação messiânica, muito embora Jesus metodicamente combata essas idéias preconcebidas. Eles continuarão a se debater com esses conceitos, nas próximas partes desta série, na medida em que procurarem compreender melhor o verdadeiro significado de Messias. Mas os conceitos antigos insistem em permanecer.

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