Por muitos anos, a capa do Christian Science Sentinel trouxe a figura de uma mulher com uma lamparina na mão, e as palavras do poeta Henry W. Longfellow:
Uma senhora, com uma candeia, se manterá firme
Na grande história da nação,
Um nobre exemplo de boa e heróica feminilidade.
O poema era um tributo a Florence Nightingale, a enfermeira inglesa que fazia suas rondas incansavelmente, com uma candeia na mão. Cuidava dos doentes e salvou vidas, durante a guerra da Criméia.
Também Mary Baker Eddy, através de seu heróico trabalho na cura da humanidade, exemplifica a mulher com a candeia. A luz que a Sra. Eddy carregava é aquela que bane as trevas do pecado, da doença e da morte. No final do século XIX, quando a Sra. Eddy já era reconhecida como líder religiosa e descobridora da Christian Science, uma jovem da Alemanha, que necessitava de cura, foi ouvir essa "mulher pregadora". Foi a novidade de ouvir uma mulher pregando, que atraiu a jovem porque, em seu país, as mulheres jamais pregavam.
Sentada atrás, no salão, a jovem não conseguiu entender uma única palavra. Contudo, escreveu mais tarde: "...ao ouvi-la, senti um inefável sentimento de alívio, e as dores e o desespero que me haviam acompanhado até aquele lugar caíram por terra.
"Não sabendo a quem eu havia ouvido, perguntei a um recepcionista o nome da 'mulher pregadora'. Ele, com total espanto, olhou-me e respondeu: 'Ora, era a Sra. Eddy!' — Sra. Eddy?! Eu nunca havia ouvido o nome antes — saí dali sentindo-me livre, sentindo-me bem." Yvonne von Fettweis e Robert T. Warneck, Mary Baker Eddy, Christian Healer, Boston, MA, A Sociedade Editora da Christian Science, 1998, pp. 128-129.
O que essa jovem vivenciou não pode simplesmente ser atribuído ao fato de ela ter estado na presença de uma mulher famosa. O nome "Mary Baker Eddy" não significava nada para ela. Mas o que sentiu foi o toque sanador da feminilidade abnegada e pura da Sra. Eddy — uma feminilidade que glorificava a Deus.
As qualidades sanadoras da feminilidade espiritual sempre se fizeram sentir no mundo. Na Bíblia, tanto o homem como a mulher foram criados para dar frutos, para abençoar e para receber os cuidados de Deus na criação divina completamente boa. Sobre isso, a Sra. Eddy escreveu: "O homem ideal corresponde à criação, à inteligência e à Verdade. A mulher ideal corresponde à Vida e ao Amor" (Ciência e Saúde, p. 517).
A verdadeira feminilidade não evoluiu vagarosamente ao longo dos séculos. Como expressão contínua de Deus, o poder sanador maternal sempre esteve presente para ser expresso e apreciado por mulheres e homens. O esforço para subjugar o trabalho da mulher, para deprecià-lo — ou para erradicar a memória dos feitos das mulheres através dos tempos — precisa ceder lugar àquilo que Deus ordenou: o conceito espiritualmente inspirado da feminilidade pura.
Jesus reconhecia esse conceito de feminilidade. Ele incluiu as mulheres no seu ministério de cura, muito embora isso desafiasse a tradição popular. Bob Lee Holley, um estudioso da Bíblia, explica: "Nas atitudes e ações de Jesus, no seu desejo de contrariar as tradições culturais, na sua compaixão, ele estava revelando a vontade de Deus." Citação constante do livro "Women and the New Testament, an Analysis of Scripture in Light of New Testament Era Culture" Jefferson, NC, McFarland, 1977, p. 6.
Os evangelhos, no Novo Testamento, retratam as notáveis mulheres que estavam próximas a Jesus. Maria Madalena, por exemplo, permaneceu por mérito próprio, não como uma prostituta pecadora, mas como discípula. Com gratidão por ter sido curada de grave doença ("sete demônios"), ficou próxima de Jesus até ao pé da cruz. Ela foi a primeira a vê-lo ressurrecto, enquanto o mundo materialista e obscurecido o acreditava morto. Como Mary Baker Eddy mostra em Ciência e Saúde, "a fiel Maria o viu, e para ela Jesus representava mais do que nunca a verdadeira idéia de Vida e de substância" (p. 314).
O evangelho de João conta a história de duas outras mulheres que Jesus amava: Maria e Marta, de Betânia. Maria sentava-se como um discípulo do sexo masculino se sentaria naqueles dias — aos pés de Jesus — e ouvia seus ensinamentos. Depois, um pouco antes de Jesus ressuscitar Lázaro, foi Marta que declarou que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo (João 11:27).
Outra notável seguidora de Jesus, que merece ser apreciada como pessoa, aparece no Evangelho de Lucas. Expondo-se ao escárnio por aproximar-se de Jesus durante um banquete, na casa de Simão, o fariseu, ela lavou os pés do Mestre com suas lágrimas e enxugou-os com seus longos cabelos. Penitente sincera de transgressões passadas, essa mulher não se escondeu. Ela foi um exemplo de alguém que alcançou a luz da cura e foi curada, amou e foi perdoada. Compreendendo a natureza espiritual dessa mulher, Jesus perguntou a Simão: "Vês esta mulher?... perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama." Então Jesus disse à mulher: "Perdoados são os teus pecados" (Lucas 7:44, 47-48).
Aparentemente, a mulher havia sido perdoada no momento em que entrara na sala. Suas lágrimas foram derramadas por gratidão e por amor, não por vergonha ou desespero. Seus pecados, muitos ou poucos, haviam caído por terra, como algo que cai de mãos abertas. Ver "Sharon H. Ringe", Luke, Louisville, KY, Westminger John Knox Press, 1995, p. 111. E mãos como as dela continuarão a afofar o "travesseiro dos doentes e daqueles que, com saudades do céu, desviam da terra seu olhar", sugere a Sra. Eddy nas páginas iniciais de seu capítulo sobre "A Prática da Ciência Cristã" (Ciência e Saúde, p. 365).
O amor a Deus e a compaixão pela humanidade são o âmago da feminilidade pura. A gratidão, o amor incondicional, a devoção leal ao Cristo, o afeto puro — essas são as qualidades que consolam o abatido de espírito e curam o doente. A Sra. Eddy passou uma vida inteira exercendo essas qualidades — buscando e encontrando uma compreensão espiritual sobre Deus como o remédio para todos os males da terra. Por seu puro amor a Deus e à humanidade, ela escreveu o livro que havia desejado escrever — Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Esse livro contém uma explicação completa do método de cura de Jesus — uma explicação que todos podem compreender. Por mais de um século, esse livro vem trazendo a luz da esperança e da cura a milhões de pessoas.
Em sua vida, Mary Baker Eddy acalentou e expressou as qualidades femininas observadas nos relatos bíblicos sobre Maria Madalena, Marta e Maria, e Maria, mãe de Jesus. E as realizações da Sra. Eddy — escrevendo Ciência e Saúde, fundando uma igreja de âmbito mundial, e muito mais mostram o poder da feminilidade que ela expressava.
