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Violência gratuita em filmes um projeto de mudança pela oração

Da edição de março de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Vamos supor que alguém descubra um enorme ralo no fundo do oceano e que puxe a tampa desse ralo de maneira que todo o oceano se escoe por ele. Já imaginaram a força de sucção? Essa seria uma boa hora para abandonar imediatamente o alto mar e ir para a praia, para não sermos sugados junto com a água.

Agora, pensemos em outra sucção, sendo que esta não é hipotética. Refirome ao entretenimento que não tem nenhum outro propósito a não ser fazer dinheiro com a atração pelo medo: filmes, músicas e vídeo games repletos de violência gratuita. Muitos espectadores, ouvintes e jogadores são apanhados nessa correnteza e se afogam em imagens violentas, assustadoras. Às vezes, apesar de estarem se afogando, eles parecem não se interessar por salvar-se.

Qual seria a mudança de pensamento e de comportamento que ajudaria a ir para o solo seco, a limpar o lixo e o lodo do nosso pensamento e a restaurar uma concepção mais saudável da vida? Para alguns, poderia ser um repentino despertar espiritual — uma compreensão de que a morte e a destruição despedaçariam a própria textura da vida, caso o permitíssemos. Para outros, poderia ser a experiência de ficar face a face com a violência e descobrir que, na vida real, não é tão fácil colocá-la de lado, como fazemos com um filme ou um jogo.

A melhor mudança acontece pela substituição, baseada na oração, dos nossos gostos mentais, procurando imagens do bem e não do mal. Essa espécie de mudança mental faz com que nos volvamos para novas direções, em busca daquilo que é verdadeiramente interessante e até mesmo divertido, propiciando percepções novas sobre quem somos.

Muitos produtos da mídia só têm o propósito de assustar o espectador.

A oração, que é a comunhão com o Criador divino, traz à luz nossa verdadeira natureza, satisfeita e completa, à semelhança do nosso Criador. Isso nos prepara para fazer escolhas melhores. O mais importante de tudo talvez seja o fato de que a oração nos leva a avaliar as escolhas que fazemos. Tornamo-nos mais alertas quanto às influências a que nos expomos, quanto à cor com que colorimos nossa visão da vida. Quando a oração é regular e sistemática, quando fazemos dela um projeto diário, o pensamento desperta e se reaviva. Diminui a atração por imagens assustadoras e sangrentas, que muitas vezes viciam. Nossa identidade incorpórea é única, dependente de Deus, mas independente de estímulos artificiais.

A violência em filmes, músicas ou jogos nem sempre é dirigida a um propósito mau. Uma obra significativa como "O resgate do soldado Ryan", por exemplo, dificilmente poderia ser comparado a outros filmes violentos. Os filmes e as músicas respeitáveis podem incluir seqüências violentas necessárias ao desenvolvimento do tema. Mas os muitos produtos da mídia, destituídos de qualquer mérito, são como um redemoinho que suga, como o único propósito de aterrorizar o espectador. Resultado? Na pior das hipóteses, em casos raros, o espectador se identifica de tal maneira com as imagens, que passa a imitar o que vê e ouve, com resultados terríveis. Na melhor das hipóteses, os espectadores se tornam insensíveis às belezas pacíficas da criação de Deus.

No mundo de hoje, em que os jogos e os filmes violentos parecem fazer parte do nosso cotidiano, expor-nos às suas influências mortais parece um comportamento normal. Talvez todos os da "nossa turma" estejam fazendo isso. Como podemos ficar à parte? Reconhecendo que ninguém da nossa turma precisa aceitar essas influências.

Não se consegue nada de bom aceitando a morte no pensamento. As imagens violentas são estranhas à nossa verdadeira identidade. Uma mudança de pensamento, em espírito de oração, desperta-nos para a nossa natureza espiritual. Assim,nos alinhamos com o que é vivificante, estimulante e sanador. Esse vivificar é a atividade do Cristo na consciência humana, o impulso espiritual da Vida e do Amor divino que o Mestre Cristo Jesus viveu. A ação do Cristo nos sacode de um sentido amortecido de nós mesmos para um reconhecimento da nossa verdadeira identidade — dinâmica, desperta, ávida da capacidade artística da Vida e do Amor. Essa atividade do Cristo anula todo e qualquer domínio entorpecente que possa ter tomado conta de nosso pensamento.

Uma amiga minha certa vez comentou que, não importava o que lhe acontecesse, ela nunca mais estaria tão morta quanto estivera num período anterior em sua vida. Ela estava se referindo a um período em que adotara um comportamento materialista, voltado exclusivamente para si mesma, no qual nunca estava satisfeita — sempre à caça de novas emoções fortes e novos sobressaltos. Mas isso havia mudado. Ela estava purificada e renovada. Ela fora tão radicalmente transformada pelo Cristo que sabia que estaria para sempre mais sensível às maravilhas da Vida e do Amor, que são o próprio Deus.

A ação do Cristo, que procede de Deus, anima-nos a pensar e a agir com independência, ao invés de seguir os outros. Graças a ela, podemos cultivar um discernimento incisivo e a capacidade de avaliar por nós mesmos o que tem valor verdadeiro e merece nossa atenção. A atração degradante por aquilo que é macabro e destrutivo, diminui, assim como o redemoinho daquele enorme ralo, no fundo do oceano, cessaria de nos sugar assim que alcançássemos a praia.

É natural ser atraído para tudo o que deriva do conhecimento e da inspiração provenientes de nosso Criador. Esse é o fato espiritual a nosso respeito, não a ficção sangrenta. Embora cenas de carnificina sem sentido possam agir de maneira a moldar nosso pensamento — dando forma a uma visão extremamente violenta da vida — elas não podem reformular nossa verdadeira identidade. Comprovamos isso, quando escolhemos sabiamente as influências que deixamos entrar na nossa consciência. Nenhuma influência é mais poderosa e mais sanadora do que a do Cristo.

Uma única folha de relva pode ser o prenúncio de que um terreno árido voltará a verdejar. Um único indivíduo inspirado pelo Cristo pode iniciar uma fermentação mais ampla do pensamento como um todo. Sinais promissores já estão aparecendo. Embora a violência, como entretenimento, possa parecer às vezes estar predominando, é possível que, em realidade, ela esteja diminuindo. O jornal Los Angeles Times publicou recentemente uma reportagem intitulada: "Será que a violência ainda é o artigo de exportação mais importante de Hollywood?" A reportagem abordava a distribuição dos filmes americanos no exterior. Descobriu-se "uma redução significativa, nos últimos anos, na demanda por filmes cheios de carnificinas" (Sunday Calendar, edição de 8 de agosto de 1999, p. 25). As escolhas impelidas por Deus, que cada um de nós faz, abençoam a nós e àqueles ao nosso redor.

As imagens violentas são estranhas à nossa verdadeira indentidade.

Mary Baker Eddy escreveu certa vez, referindo-se a Cristo Jesus: "Fui a auto-imolação de nosso Mestre, seu amor vivificante, que cura tanto a mente como o corpo, que ressuscitou a consciência amortecida, paralisada pela fé inativa, para um senso mais elevado das necessidades dos mortais — para o poder e o propósito de Deus de atendêlas" (Pulpit and Press, p. 10).

Assistir a filmes, bons ou maus, não é uma necessidade. É, porém, uma necessidade saber quem nós somos. Conhecer o reino dos céus que está dentro de nós, para usar uma frase bíblica, é uma necessidade.

Poderia, algumas vezes, a escolha de filmes, músicas, e assim por diante, ser mais do que simplesmente a escolha de um entretenimento? Poderia, às vezes, ser um pequeno gesto para a definição de si mesmo? Não poderia ser uma tentativa de identificar-se com um determinado grupo? De encontrar um lugar de que possamos fazer parte? No esforço de definir quem somos e a que grupo pertencemos, freqüentemente não nos damos conta da parte mais importante de nossa identidade, a saber, nossa espiritualidade e bondade inatas.

Quando colocamos a espiritualidade em primeiro lugar, somos guiados a lugares seguros e bons, a um sentido mais profundo de integração, que jamais poderíamos alcançar uma simples mudança no cenário humano. Descobrimos que é o Pai que verdadeiramente nos dá identidade, que satisfaz nossas necessidades, que provê nosso bem-estar, que diz: "Você não está excluído!" e "Você é muito amado!" É o Pai que nos capacita a conhecer nossa própria identidade, a conhecer nossa verdadeira natureza imortal.

A maneira pela qual o Pai supre essas necessidades é através da ação vivificante do Cristo, que nos desperta de uma identidade amortecida ou insensível. O Cristo nos dá uma conscientização preciosa sobre quem somos e por que existimos. Nossa percepção se abre para a satisfação verdadeira e a aventura genuína. Alcançamos o discernimento que nos deixa cheios de energia, despertos e apreciadores do verdadeiro valor, quer o encontremos em filmes, músicas ou na própria vida.

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