Há alguns meses, participei de uma reunião com alguns moradores de minha cidade e alguns políticos locais, que vinham desrespeitando tanto a lei quanto a vontade dos cidadãos. A assembléia não foi nada pacífica. Quando o moderador da reunião insistiu para que a equipe da TV local se retirasse, para que não fizesse a reportagem, as pessoas explodiram de raiva. Eles achavam que alguns de seus direitos já lhes tinham sido negados, e a expulsão dos jornalistas foi mais um insulto que os levou a reivindicar tudo o que lhes havia sido tirado até então.
No final, foi permitido que o repórter fizesse a cobertura da reunião. Os cidadãos reivindicaram seus direitos, foram firmes e diretos ao exigir dos políticos uma mudança de comportamento.
Em casos como esse, a questão parece clara: os cidadãos têm garantidos certos direitos, de acordo com a lei, e eles têm o direito de reivindicá-los. O que dizer, porém, dos direitos que são inalienavelmente nossos, mas dos quais não temos consciência? Nosso direito à saúde, por exemplo. O direito a viver sem medo. O direito à justiça. Ou nosso direito de ser livres de influências imorais. Há alguma garantia para esses direitos?
Sim, há. Nossos direitos básicos estão estabelecidos na Bíblia. São promessas de liberdade perfeita, de potencial ilimitado, de saúde e satisfação. Para alguns, essas promessas parecem boas demais para serem reais. Mas o livro de Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, desvenda as promessas das Escrituras e possibilita a cada um de nós o acesso a esses direitos, permitindo que eles se tornem uma realidade em nossa vida.
Temos direitos inalienáveis. Direitos à saúde, a viver sem medo, à justiça, a ser livres de influências imorais.
Ciência e Saúde afirma: "Deus construiu uma plataforma mais elevada de direitos humanos, e a baseou sobre reivindicações mais divinas. Essas reivindicações não se fazem através de códigos ou de credos, mas pela demonstração de 'paz na terra entre homens' e de boa vontade para com eles. Os códigos humanos, a teologia escolástica, a medicina material e a higiene acorrentam a fé e a compreensão espiritual. A Ciência divina despedaça essas correntes, e então se afirma o direito que o homem tem, por nascimento, de tributar lealdade somente a seu Criador" (p. 226).
A chave para a liberdade, então, é "tributar lealdade somente a [nosso] Criador". A princípio, essa pode parecer uma tarefa restritiva. O ministério de Jesus contraria essa crença e é um exemplo maravilhoso de como essa lealdade satisfaz. Ele curou os doentes, ajudou os que tinham problemas, reformou desonestos e egoístas e desafiou abertamente os que tentavam impedir as pessoas de chegarem ao conhecimento de sua liberdade física, mental e moral.
Certa vez, uma mulher aleijada estava na sinagoga, no sábado (Lucas 13:11-17). A Bíblia nos diz que ela tinha "um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se". Com compaixão, Jesus a curou, dizendo: "Mulher, estás livre da tua enfermidade". A compreensão que Jesus tinha da bondade e do amor de Deus por todos os Seus filhos, libertou-a.
O chefe da sinagoga, que havia presenciado a cura, não se regozijou pelo fato de o sofrimento da mulher ter terminado, depois de tantos anos. Pelo contrário, repreendeu Jesus por curar no sábado. Ele estava tão preso aos hábitos, códigos, teologia escolástica etc. que não conseguia aceitar o direito dos outros à liberdade, nesse dia. Jesus não voltou atrás, nem se desculpou. Observando que mesmo esse homem soltava seus animais no sábado para que pudessem beber, Jesus declarou: "Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?"
A desaprovação do chefe da sinagoga não anulou a cura. A convicção de Jesus de que Deus é Amor, era tão forte que venceu a descrença, a dúvida e o medo. Jesus sabia que o poder total de Deus podia abrir as portas das prisões mentais para qualquer pessoa que o desejasse de todo o coração.
Você quer se libertar — ficar livre de alguma doença ou pecado específico? Libertar-se dos elementos destrutivos de algum relacionamento? Ou de algum sentimento de culpa ou pesar? Embora Jesus não esteja mais conosco, o Cristo — a idéia espiritual do amor de Deus, que Jesus representava — está aqui, agora. Cristo, a Verdade, fala-nos constantemente de nossa verdadeira natureza como filhos e filhas de Deus, lembrando-nos do amor de Deus por todos nós e de Seu desejo de preservar a vida e a saúde.
Esse Cristo se comunica conosco de maneira específica e fala comigo de maneira diferente de como fala com você. Contudo, estas são algumas idéias básicas que o Cristo nos comunica: confiar em Deus, no Amor, e em Sua direção; pensar em si mesmo em termos espirituais, não materiais; empenhar-se para escolher um caminho espiritual na vida, ao invés de seguir as falsas e vãs promessas do materialismo; confiar em que Deus nos ama e nunca podemos ser separados de Seu amor. Quando o ouvimos, o Cristo nos salva e nos liberta, e, se necessário, leva-nos a fazer escolhas melhores.
Uma jovem que eu conhecia, tinha uma amiga ansiosa por testar a receita de um prato que utilizava uma droga ilegal. A amiga insistiu muito, até que ela consentiu em participar da experiência. Não estava satisfeita com aquilo, mas foi em frente. As duas comeram bastante do prato preparado com a droga, antes de serem afetadas por ela. Essa jovem, que nunca tinha tomado drogas antes, teve uma forte reação física e ficou com medo de que viesse a morrer. Deitada na cama, lutando para recuperar o controle dos pensamentos e do corpo, ela imaginou seus pais, recebendo da polícia o comunicado de sua morte vergonhosa. Pensou na tristeza deles e na possibilidade de eles acreditarem que ela era viciada. Então, em oração a Deus, ela pediu por sua vida e prometeu que nunca mais faria esse tipo de coisa. Também prometeu que, daquele momento em diante, procuraria viver em obediência às leis dEle.
Você quer ficar livre de alguma doença? Ou de elementos destrutivos de algum relacionamento? Ou de algum sentimento de culpa?
A moça superou a crise e cumpriu suas promessas. No entanto, o resultado não foi uma vida mais restrita. Pelo contrário, apareceram novas oportunidades de fazer o bem e melhores companhias, bem como um trabalho mais interessante, num ambiente agradável. Ela aprendeu a colocar a Deus em primeiro lugar, em suas decisões.
À medida que ela progrediu espiritualmente, aprendeu que podemos pensar em Deus como Verdade, ou como Mente, ou como Amor. Esses e outros sinônimos para Deus são encontrados em Ciência e Saúde, que lhe foi muito útil na sua busca espiritual. Ela descobriu especialmente que, entregar-se aos cuidados da Verdade, ajuda a eliminar a desonestidade nela e nos outros. Ao acatar a orientação da Mente, foi capaz de tomar decisões e fazer escolhas mais sábias. Ao permitir que o Amor divino temperasse seus ímpetos, ela se tornou mais compassiva e paciente. Ela procura honestamente, a cada dia, amar a Deus e aos seres humanos em geral.
Tal regeneração é possível para todos nós, não importa onde estejamos em nossa jornada espiritual. Ciência e Saúde diz: "O Amor e a Verdade libertam, mas o mal e o erro conduzem ao cativeiro" (p.227). Cada um de nós pode optar por aliar-se ao Amor e à Verdade, ou seja, a Deus. Quando fazemos isso, não somente desafiamos o mal e o erro, mas também nos recusamos a trilhar o caminho do cativeiro a que eles nos levam. Estamos optando pela liberdade.
