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Matéria de capa

Os direitos da mulher sustentados pela lei divina

Da edição de março de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


A "Declaração Universal dos Direitos Humanos", adotada pelas Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, representou um passo gigantesco no progresso espiritual da humanidade. Nessa declaração, foram reconhecidos, pela primeira vez em nível global, os direitos básicos de todos. Talvez a primeira linha do preâmbulo resuma melhor o propósito da Declaração; ela diz, em parte: "...o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo."

O Artigo 1 da Declaração diz: "Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade."

E o Artigo 2 afirma, em parte: "Todas as pessoas têm capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição." Esses "direitos e liberdades" incluem direitos legais e civis (direito à vida, à liberdade e à segurança), bem como direitos sociais e econômicos.

Embora a Declaração mencione expressamente "direitos iguais para homens e mulheres", a comunidade internacional muito cedo reconheceu a necessidade de abordar especificamente os direitos da mulher. Em dezembro de 1952, portanto, as Nações Unidas adotaram a "Convenção sobre os direitos políticos da mulher". E, em dezembro de 1979, a ONU adotou a "Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres" (ver quadro).

Esses instrumentos internacionais proclamam padrões que ainda estão longe de serem implementados em muitos países. Contudo, esses padrões foram reconhecidos como objetivos desejáveis pela maioria das nações do mundo. Dos 188 países membros da ONU, até junho de 1999, 165 já haviam ratificado a "Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres".

O pensamento da família das nações representadas na ONU reflete, de certa maneira, a consciência da humanidade. Esse pensamento levou à criação de diversas entidades no sistema da ONU, incluindo uma Comissão sobre o Status da Mulher, destinada, especificamente, a defender os direitos da mulher. Conferências Mundiais sobre a Mulher, com a participação de muitas organizações governamentais e não-governamentais foram realizadas quatro vezes, sob os auspícios da ONU.

Mary Baker Eddy e os direitos da mulher

Pouco menos de um século antes da fundação das Nações Unidas, uma pensadora espiritual com grande visão, Mary Baker Eddy, levantou em seus escritos a questão dos direitos humanos. Ela estava ciente e apoiava o movimento dos direitos da mulher, o qual estava brotando em seu país, os Estados Unidos da América.

A Sra. Eddy via os direitos humanos como algo fundamentado na lei divina. Na sua principal obra, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela escreveu, referindo-se a todos os filhos de Deus: "Deus dotou o homem com direitos inalienáveis, entre os quais estão o governo de si mesmo, a razão e a consciência. O homem só é propriamente governado por si mesmo quando bem guiado e governado por seu Criador, a Verdade e o Amor divinos" (p. 106). Em seus outros escritos, ela fala especificamente sobre os direitos das mulheres. Ela via que os códigos sociais e legais de seu tempo estavam longe de conceder tratamento igual a homens e mulheres. E ela defendeu o direito das mulheres de fazer contratos comerciais, ter propriedades, manter a custódia de seus filhos (ver Ciência e Saúde, p. 63).

As reivindicações da Sra. Eddy por mais justiça, estavam baseadas na descoberta que ela havia feito alguns anos antes. Essa descoberta lançou uma nova luz sobre a natureza de Deus e do homem. Estudante da Bíblia durante toda a sua vida, ela percebeu que Deus — o Criador de tudo — é Espírito e Pai-Mãe amoroso. Ela também compreendeu que as mulheres e os homens, criados à imagem e semelhança de Deus, têm uma individualidade espiritual, que reflete as qualidades tanto masculinas como femininas da divindade (ver Gênesis 1:27). Ciência e Saúde diz: "Pai-Mãe é o nome da Divindade, o que indica o terno parentesco dEle com Sua criação espiritual" (p. 332). Essa maneira de compreender a Deus, descoberta por Mary Baker Eddy, estabeleceu uma base lógica para a fraternidade dos filhos de Deus, bem como para a igualdade entre mulheres e homens.

Ciência e Saúde também inclui uma referência específica aos direitos da mulher. Está no Glossário, onde o rio Giom, mencionado na Bíblia como um dos quatro rios que fluem do simbólico Jardim do Éden, é definido espiritualmente como: "Reconhecimento moral, civil e social dos direitos da mulher" (p. 587).

O Glossário também contém definições dos outros três rios que fluem do Jardim do Éden. O rio Eufrates é caracterizado como: "A Ciência divina, que envolve o universo e o homem; a verdadeira idéia de Deus" (p. 585). O rio Tigre é definido como: "A Ciência divina compreendida e reconhecida" (p. 588). E o rio Pisom: "O amor ao bem e ao belo, e a imortalidade destes" (p. 593).

Acaso não poderíamos entender que essas definições correspondem a estados espiritualizados de consciência, pelos quais podemos chegar à melhoria das condições humanas? A Sra. Eddy prediz: "Pelo discernimento do oposto espiritual da materialidade, ou seja, o caminho por Cristo, a Verdade, o homem reabrirá, com a chave da Ciência divina, as portas do Paraíso, que as crenças humanas fecharam..." (Ciência e Saúde, p. 171). A definição de Giom, então, não estaria a indicar que uma das condições para se alcançar esse Paraíso é o reconhecimento dos direitos da mulher?

Aquilo que nosso Pai-Mãe Deus sabe sobre Sua criação, que inclui a mulher e o homem, constitui a Ciência divina. É esta mesma Ciência que nossa identidade real, criada à imagem e semelhança de Deus, conhece, eternamente, por reflexo. Essa identidade, sendo espiritual, é dotada de compreensão espiritual. Recorrendo a essa compreensão mais elevada, os homens e as mulheres perceberão, finalmente e de maneira natural, seu status espiritual de igualdade, como idéias completas de Deus. E essa compreensão lhes possibilitará vivenciar mais a justiça, a sabedoria e a harmonia da criação de Deus. Essa criação espiritual é, na realidade, a terra natal de onde nós, como filhos de Deus, jamais saímos.

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