Quando eu era criança, ao tocar piano ou violino, não pensava no fato de ser uma menina. Eu só me via como uma musicista. Sempre quis ser regente, desde pequena. Jamais havia visto uma mulher regendo mas, na minha imaginação, achava que seria maravilhoso estar no lugar do maestro. Não pensava que isso fosse fora do comum, mas outras pessoas ficavam admiradas.
Tive a felicidade de viver num país onde não existia nenhuma barreira para uma mulher estudar regência. Como me saía bem nos exames, tinha o dom da música e demonstrava entusiasmo, os professores ficavam encantados por me ensinar.
Contudo, ao ingressar na profissão, houve barreiras. Algumas foram facilmente transpostas. Certa vez, preparei o coro para a segunda sinfonia de Mahler e apresentei-o a um maestro. Quando o coral começou a cantar, ele os interrompeu e, voltando-se para mim, perguntou: "Quem preparou esse coral?"
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