hoje em dia, homens e mulheres se vêem às voltas com informações desencontradas sobre o que constitui a verdadeira masculinidade e feminilidade. Parece difícil saber onde encontrar um modelo duradouro, tanto para uma como para a outra.
Especialmente no caso da feminilidade, muitos estão estudando a evolução do papel da mulher, na sociedade de hoje. Os estudiosos, os defensores da causa feminina e outros estão pesquisando mais a fundo muitas mulheres da história, cuja biografia — em muitos casos "inédita" — contém exemplos de realizações que servem hoje de inspiração, tanto para homens como para mulheres. A história de algumas dessas mulheres ganha notoriedade devido ao Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, comemorado em muitos países do mundo. Esses eventos dão destaque às mulheres que se tornaram famosas, bem como a outras, cuja contribuição, menos célebre, está começando a ser descoberta e reconhecida. Em virtude desse dia anual que chama a atenção para a vida das mulheres, o conceito de feminilidade é enfocado de maneira nova e dá o que pensar.
Uma mulher, cuja história recebeu especial atenção por ocasião do Dia Internacional da Mulher, no ano passado, foi Mary Baker Eddy, a autora de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras e fundadora desta revista. Tanto homens como mulheres podem se identificar com sua vida de procura e descoberta no campo espiritual e estão sendo estimulados pelas idéias sanadoras contidas em seus escritos. Durante a realização de uma exposição sobre ela, um visitante comentou: "Fiquei tão impressionado com essa exposição... Mary Baker Eddy foi verdadeiramente uma líder de sua época e uma pensadora e escritora para as gerações futuras..."
A Sra. Eddy foi educada num período em que uma interpretação limitada da mensagem espiritual da Bíblia contribuía para o cerceamento do papel das mulheres. Contudo, o século XIX, no qual ela viveu a maior parte de sua vida, foi também um período em que algumas pessoas começaram a apresentar interpretações bíblicas mais inspiradas, tais como a idéia de Deus como Mãe. Foi através dos próprios escritos da Sra. Eddy que o conceito libertador do amor maternal de Deus alcançou grande notoriedade pública. Em todos os seus escritos, ela se refere a Deus como "Pai-Mãe", e sua obra principal, Ciência e Saúde, inclui esta definição: "MÃE. Deus; Princípio divino e eterno; Vida, Verdade e Amor" (p. 592).
Ciência e Saúde apresenta também conceitos libertadores sobre a natureza do homem e da mulher, chamando a atenção para a diferença que existe entre o primeiro e o segundo capítulo do Gênesis. O livro explica que o primeiro capítulo do Gênesis apresenta o "macho e fêmea" da criação de Deus, espiritualmente completos, enquanto que o segundo capítulo fala de um conceito limitado de homem e mulher, expresso na história de Adão e Eva. A Sra. Eddy acreditava firmemente que a identidade real de cada um de nós é, na verdade, encontrada na descrição do homem e mulher relatada no primeiro capítulo do Gênesis e não na do segundo capítulo. Ela achava que homens e mulheres hoje podem se elevar acima desses paradigmas limitadores de masculinidade sensual e feminilidade amaldiçoada e vivenciar uma vida melhor, através da visão apresentada no primeiro capítulo do Gênesis.
Os conceitos de Deus como Mãe e da natureza espiritual do homem e da mulher, podem parecer radicais para alguns, hoje. Eles certamente eram radicais quando foram publicados pela primeira vez, cerca de cem anos atrás. A Sra. Eddy enfrentou uma reação violenta por parte de alguns pensadores que não estavam preparados para admitir argumentos teológicos desse tipo! Contudo, ela insistia em escrever sobre eles para que mais pessoas pudessem usufruir dos benefícios que eles traziam. Para ela, não se tratava simplesmente de idéias filosóficas abstratas, mas de conceitos práticos, vitais, que ela havia comprovado em sua própria vida. Através da visão, coragem e vigor que resultaram de sua compreensão da verdadeira feminilidade, ela desempenhou muitas funções que, naquela época, eram praticamente exclusivas dos homens, funções tais como escritora, editora, sanadora e conferencista, que estavam apenas começando a ser publicamente reivindicadas como um direito de todos.
A vida de Mary Baker Eddy é motivo de inspiração, ainda hoje, para muitas pessoas, embora estejamos agora mais acostumados a ver mulheres exercendo esses papéis. Como disse uma pessoa que ouviu falar recentemente sobre a Sra. Eddy: "O que ela conseguiu realizar é assombroso — já seria bastante difícil para uma mulher hoje, mas naquele tempo, realizações como essas eram inauditas! Ela é um modelo incrível as mulheres de hoje."
A Sra. Eddy já havia sido considerada um modelo maravilhoso pelos primeiros alunos de seu sistema de cura os quais, a certa altura escreveram sobre ela: "Embora tivesse muitos obstáculos a vencer, muitos infortúnios a suportar, ela os enfrentou bravamente, abençoando aqueles que a amaldiçoavam, amando aqueles que a perseguiam, demonstrando assim, com seu exemplo cristão, bem como com seus ensinamentos, o conceito mais elevado de feminilidade, ou seja, o amor que cura" (The First Church of Christ, Scientist and Miscellany, p. 52).
Quando uma pesquisa honesta sobre a vida de Mary Baker Eddy se tornar mais conhecida, os esforços das mulheres para se libertarem dos estereótipos ganharão apoio na história de sua vida e em suas idéias, que transcendem tempo. O Dia Internacional da Mulher oferece uma atmosfera propícia para que isso ocorra. Quando mais pessoas ficarem conhecendo essa mulher do século XIX, as idéias sanadoras e redentoras contidas em seu livro, Ciência e Saúde, propiciarão aos homens e às mulheres a oportunidade de manifestar "o conceito mais elevado de feminilidade, ou seja, o amor que cura".
