A melhor aula da minha época de faculdade era a aula da Escola Dominical. Gostava mais ainda quando eu era a única aluna e podia perguntar o que quisesse. Eu era novata na Christian Science e por isso tinha muitas dúvidas. Além disso, minha professora era excelente.
O que eu aprendia tinha um efeito direto sobre minha vida. Estudava numa universidade muito grande, em que o número de alunos superava em mais de dez vezes a população da cidadezinha de onde eu vinha. Tinha sido uma mudança muito grande para mim! Por isso, toda semana eu copiava uma das promessas da Bíblia num pedaço de papel e a punha na minha carteira. Quando ficava com medo ou me sentia indefesa, esses versículos me davam ânimo. Dessa forma, eu acabei decorando muitas promessas bíblicas. Uma de minhas favoritas era de Isaías: “Eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo” (41:13).
Graças à Escola Dominical, minha compreensão sobre Deus aumentava a cada semana. Aprendi que Deus era Espírito, Amor e Mente. Aos poucos comecei a perceber que os filhos de Deus, ou seja, eu, você e todo o mundo, refletimos as qualidades de Deus. Às vezes eu me sentia frustrada com o pouco que eu compreendia, mas minha professora me encorajava a apegar-me àquilo que eu já sabia. Ela dizia que o restante eu ainda iria compreender com o tempo. Ela estava certa. Não só passei a entender melhor os ensinamentos, como também comecei a ter curas físicas.
As Lições Bíblicas que estudávamos eram como se fossem minhas lições de casa. (As Lições Bíblicas Semanais encontram-se no Livrete Trimestral da Christian Science.) Eram intensas, úteis e interessantes. Meus pensamentos a respeito de mim mesma estavam mudando: meus temores estavam diminuindo e eu estava me tornando mais dócil. Até minha família, quando eu ia visitá-los, percebia a transformação.
Então, quando estava no fim do meu primeiro ano de faculdade, recebi um telefonema do meu pai. Ele sabia que eu estava procurando um trabalho para o período de férias de verão. Disse-me que a indústria de conservas que comprava nossa safra de damascos não havia renovado o contrato e, por isso, eu precisava trabalhar no nosso sítio naquele verão. Também me preveniu que talvez não fosse possível eu continuar meus estudos no ano seguinte.
Fiquei surpresa com minha própria reação. Devido à crescente compreensão que eu estava adquirindo sobre Deus e Sua bondade, não fiquei chateada. Em vez de ficar ressentida ou deprimida, encarei a situação como uma oportunidade para comprovar a eficácia da Christian Science. Eu sabia exatamente o que fazer: estudei a Lição Bíblica em busca de inspiração e fiquei atenta para seguir a orientação divina.
Quando cheguei em casa, perguntei à minha família se eles estavam dispostos a acordar cedo todos os dias para ler a Lição Bíblica comigo. Eles disseram que sim, talvez por causa da mudança que haviam observado em meu comportamento. Levantávamos às 4h30m todas as manhãs, líamos a lição e saíamos para o pomar quando o dia estava amanhecendo. Comentávamos o que tínhamos lido e procurávamos no dicionário o significado das palavras desconhecidas. Todo dia escolhíamos um trecho da lição, que eu anotava em cartões e colava um junto à pia e outro próximo à garrafa d’água, no pomar. Essas idéias nos ajudavam a manter o pensamento firme em Deus e em tudo o que estávamos aprendendo sobre Sua bondade e Seu poder.
Parecia que as Lições Bíblicas daquele verão tinham sido escritas especialmente para nós. Logo na primeira semana, a lição incluía esta mensagem reconfortante da Bíblia: “...não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade” (2 Cor. 8:13, 14). Copiamos esse versículo no cartão próximo à garrafa d’água e muitas vezes, quando eu parava para beber água, eu afirmava que essa lei espiritual de abundância nos estava governando.
Nossa família não era a única que não tinha conseguido vender a safra para as indústrias de conservas. Muitas plantações de damasco, em toda a região, haviam sido abandonadas e as frutas apodreciam no chão. Isso não nos parecia certo. Por isso, meu pai decidiu que nós mesmos iríamos tentar vender as frutas colocando uma placa de venda à beira da estrada. (Nenhum agricultor daquela região jamais tentara vender diretamente toda a safra. A opinião geral era de que não se conseguiria vender o bastante para ter lucro.) Eu e minhas irmãs fizemos um cartaz bem grande para colocar na beira da estrada e pusemos um pequeno anúncio no jornal local, colocando as frutas à venda. Foi só isso o que fizemos. O trabalho verdadeiro era feito todas as manhãs, às 4h30m, e durante o dia, quando volvíamos nossos pensamentos a Deus.
Logo as pessoas começaram a vir e colher os frutos. Um repórter do jornal local percebeu essa novidade e veio entrevistar meu pai. No dia seguinte, uma fotografia do nosso pomar e a entrevista de meu pai apareceram em destaque no jornal. Então, o telefone começou a tocar sem parar. Meu pai passou o dia todo organizando o movimento de carros em frente ao nosso pomar. Grupos de igrejas vieram colher damascos para distribuição. Diversas comunidades da região enviaram seus representantes para colher os frutos. Crianças do jardim de infância vieram para andar no meio das plantações.
Outros queriam que colhêssemos as frutas para eles. Então meu pai me pediu para orar a fim de saber como fazer isso. Volvi-me à promessa bíblica que mencionei acima. Alguns minutos depois, um carro cheio de gente parou e as pessoas vieram pedir para trabalhar na colheita, embora na semana anterior ninguém tivesse se oferecido para trabalhar. Nos quinze minutos seguintes havia tanta gente pedindo para trabalhar que meu pai pediu que eu parasse de orar, pois não queria rejeitar o oferecimento das pessoas. A lei divina da abundância estava em ação. Seu poder estava evidente, para que todos o testemunhassem.
Conseguimos vender toda a safra. E o que é mais interessante: lucramos mais do que se a tivéssemos vendido para a indústria de conservas. Não apenas voltei à universidade, mas também tive a oportunidade de trabalhar, no final das férias de verão, no emprego que havia arranjado anteriormente. Eu não perdi nada e consegui uma compreensão mais profunda sobre Deus e de como viver de acordo com Suas leis.
Nem sempre é fácil mudar nossa maneira de pensar e seguir a orientação de Deus, mas quando fazemos isso, as conseqüências são excepcionais. Não é de surpreender que eu ainda considere as aulas da Escola Dominical como as melhores aulas da minha época de faculdade.
