No ano passado, fui convidado a fazer uma trilha fora-de-estrada de bicicleta, no extremo da periferia de São Paulo. Sempre gostei muito de esportes, de natureza e de conhecer lugares novos, por isso fiquei muito empolgado e não hesitei em aceitar.
Saímos num domingo à tarde e foi tudo bem agradável. Passamos por reservas ecológicas e regiões pouco alteradas pelo homem. Percorremos várias trilhas utilizadas por ciclistas, motoqueiros e “jipeiros” que têm por hobby realizar passeios fora-de-estrada. Além disso, do ponto de vista esportivo, nos exercitamos bastante.
Como não conhecíamos muito bem o local, e por ser inverno, aconteceu que ficou escuro e ainda estávamos longe da região habitada. Não imaginávamos voltar tão tarde, por isso não havíamos levado lanternas. Abandonamos a trilha e pegamos uma estrada asfaltada, porém não iluminada, que nos levaria mais rapidamente à cidade. Pedalávamos rápido para aproveitar o máximo da claridade que ainda restava. No entanto, a partir de um determinado momento, nossa fonte de luz eram apenas os faróis dos carros que eventualmente passavam na estrada.
No final de uma descida, havia uma lombada (quebra-molas) da qual não me dei conta. Ao passar por ela na velocidade em que eu estava, houve um impacto considerável, fui arremessado para a frente da bicicleta e caí, batendo o rosto no asfalto com todo o peso do corpo. Perdi a consciência. Tive vários ferimentos, mas os piores foram no rosto, agravados por estar usando óculos. Meus amigos estavam na frente e quando perceberam que eu não os seguia, voltaram para atrás e me encontraram desmaiado e ensangüentado.
Eles chamaram uma ambulância, que me levou ao pronto-socorro mais próximo. Ali recebi curativos e diversos pontos no rosto. Tiraram uma radiografia, onde foi constatado que não havia fratura. De lá, ligaram para minha mãe, que começou a orar imediatamente. Como não havia fraturas, os médicos permitiram que meus amigos me levassem para casa. Nessa altura, eu andava e falava, por isso parecia estar consciente, mas não me lembro de nada desses momentos. Minha mãe depois me contou que, chegando em casa, eu pedi para orarmos juntos. Ela me disse que leu para mim o Salmo 91, além de trechos de Ciência e Saúde. Falou-me especialmente dos versículos 11 e 12 desse Salmo, que dizem: “...aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra”. Para ela ficou claro que essa promessa de Deus não poderia deixar de se cumprir. A ordem divina havia se cumprido com certeza, isto é, minha verdadeira identidade, que é inteiramente espiritual, estava sendo sustentada por Deus, o Princípio divino que governa tudo, todo o tempo. Ela ficou orando, dessa forma, ao meu lado, até de madrugada, quando recobrei plenamente a consciência.
Eu continuei a orar. Não fui trabalhar nos dois dias seguintes, portanto, tive bastante tempo para estudar a Bíblia e Ciência e Saúde e ver que a minha verdadeira identidade era a de um ser perfeito, conforme eu havia sido criado por Deus. Minha identidade espiritual não poderia ser desfigurada por leis físicas, como a lei da gravidade, nem por leis biológicas. Nada poderia impedir que o amor de Deus se manifestasse. O reconhecimento, em oração, de que a queda e a minha aparência física não eram a realidade espiritual a meu respeito, teve um efeito restaurador e me ajudou na recuperação.
Em casa, minha mãe simplesmente limpava os cortes todos os dias. Apesar de ter dispensa médica de uma semana, fui trabalhar na quarta-feira. Vários colegas de trabalho ficaram preocupados com a minha aparência. Disseram posteriormente que pensaram ser necessárias cirurgias plásticas para que eu “voltasse ao normal”.
Mas eu estava confiante na minha compreensão de Deus e Seu amor e tinha certeza de que a cura estava ocorrendo. Os cortes foram se fechando e, uma semana depois do acidente, poucos sinais das feridas ainda eram visíveis. Em pouco tempo, não havia mais nenhuma marca.
Tenho como hobby percorrer trilhas de bicicleta e faço isso com freqüência, sem medo.
Alguns colegas de trabalho ainda hoje se lembram do ocorrido e demonstram espanto pela rapidez com que me recuperei. Perguntam se tenho algum parentesco com o Volverine, herói de histórias em quadrinhos que tem um incrível poder de recuperação.
São Paulo, SP, Brasil
