“O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o caminho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24).
No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science.
31 de dezembro — 6 de janeiro
DEUS
Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus. (Isaías 43:12)
Na Bíblia na Linguagem de Hoje, esse versículo foi traduzido assim: “Fui eu quem prometeu salvá-los e, de fato, foi isso que fiz. E vocês são testemunhas de que não foi outro deus que fez isso”. A palavra traduzida como “testemunha” significa também “prova”, “evidência”.
...graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono ... (Apoc. 1:4)
“Graça e paz” é a forma de cumprimento muito usada nas epístolas bíblicas. Eqüivale a dizer “desejo-lhes a graça e a paz”; inclusive a palavra “paz” tinha também a acepção de “salvação”. Um comentarista explica os “sete Espíritos” como significando “o Espírito Santo em sua atuação completa”, pois o número sete era usado para indicar algo completo, inteiro, universal.
Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. (Apoc. 4:5)
A menção de "relâmpagos, vozes e trovões" é talvez uma alusão ao ocorrido em Êxodo 19:16, quando foram dados a Moisés os Dez Mandamentos. De qualquer forma, essas manifestações simbolizam o poder de Deus de se fazer ouvir com força.
7 – de janeiro
O SACRAMENTO
...passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. (Mateus 4:17)
O original grego de "arrepender-se", embora tenha o componente de "lamentar um erro cometido", tem principalmente o significado de "mudar de pensamento ou maneira de pensar". Um comentarista parafraseia essa ordem de Jesus, dizendo: "Aqui está uma nova orientação para a sua vida, passe a viver de acordo com ela". Outro faz notar que o arrependimento pregado por Jesus implica a alegria de viver de acordo com o reino dos céus, não é portanto uma mensagem de severidade, mas é a "boa nova".
Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. (Efésios 4:31)
A palavra original grega para "amargura" designava uma raiz amarga que produz frutos amargos. "Blasfêmia" está no original como "calúnia, difamação" não só contra Deus mas também contra qualquer pessoa. A palavra traduzida como "malícia" tem o sentido mais amplo de "ruindade" ou "maldade que não se envergonha de desobedecer às leis".
Então, Jesus lhes disse: Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas. (Mateus 26:31)
Pelo significado do termo original, que foi traduzido como "escandalizar-se", podemos parafrasear assim essas palavras de Jesus: "Esta noite acontecerá algo pelo qual vós duvidareis da minha autoridade, algo que vos fará perder a confiança em mim".
14 – 20 de janeiro
VIDA
Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber. (Salmos 36:8)
Lemos em um comentário bíblico que a primeira frase desse versículo faz referência à abundância de bênçãos decorrentes de nossa comunhão com Deus. A segunda parte faz alusão à afluência constante do bem que flui para nós como se fosse uma torrente.
Quanto aos inimigos, estão consumados, suas ruínas são perpétuas, arrasaste as suas cidades; até a sua memória pereceu. (Salmos 9:6)
Outras traduções dizem: “Nossos inimigos estão acabados para sempre” ou “As fortalezas dos inimigos estão arrasadas para sempre e ninguém mais se lembra deles”.
Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras. (João 8:1)
O monte das Oliveiras é uma colina a mais ou menos um quilômetro fora dos muros de Jerusalém, de onde se avista a cidade. Havia muitas oliveiras plantadas ali e havia uma moenda de azeite (justamente esse era o significado da palavra Getsêmani que designava o lugar). Em diversas ocasiões é mencionado como o lugar onde Jesus se retirava para orar e ficar sozinho com Deus, à noite. Talvez houvesse ali a cabana de algum amigo que o hospedava, ou talvez ficasse ao relento mesmo.
21 – 27 de janeiro
VERDADE
Os moradores de Gibeom, porém, ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Ai, usaram de estratagema, e foram, e se fingiram embaixadores, e levaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rotos e consertados; e, nos pés, sandálias velhas e remendadas e roupas velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento. (Josué 9:3-5)
Os hebreus tinham acabado de chegar a Canaã, vindos do Egito, e a esta altura eram liderados por Josué, pois Moisés já havia morrido. Eles eram muitíssimo numerosos e haviam conquistado as cidades de Jericó e de Ai, por isso os moradores de outra cidade, Gibeom, resolveram usar de um estratagema para não serem subjugados. Fingiram que não eram daquelas terras, que vinham de muito longe e que estavam viajando havia muito tempo. Contudo, logo foram descobertos.
Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora... (João 17:1)
Muitas vezes os Evangelhos mencionam que Jesus “passou a noite orando a Deus” mas aqui o Evangelista relata em detalhes como o Mestre orou, nessa ocasião específica. Assim como havia ensinado aos discípulos, ele começa dirigindo-se ao “Pai”. Também é interessante notar que ele primeiro orou em favor de si mesmo, depois pelos discípulos de então e, por fim, estendeu a oração em prol de todos, nos tempos futuros.
Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração. (2 Cor. 1:21, 22)
A figura do “penhor” foi tirada da prática comercial. Era o pagamento inicial, pelo qual o comprador se comprometia a completar a transação e a pagar o preço total combinado. Hoje nós diríamos “pagamento do sinal”. As bênçãos espirituais que recebemos agora são a garantia da salvação total e da revelação plena.
Bibliografia
One Volume Commentary of the Bible, Charles M. Laymon
The Interpreter's Bible
Commentary on the Old and New Testaments, Jamieson, Fausset, and Brown
Strong's Exhaustive Concordance of the Bible A Bíblia na Linguagem de Hoje, Sociedade Bíblica do Brasil
The End of the Search, Marchette Chute
