Há alguns anos, ouvi uma história sobre a missionária cristã albanesa conhecida como Madre Teresa, cujo trabalho generoso em prol dos necessitados na Índia, era muito admirado por uma senhora de Chicago. Comovida com o que ouvira sobre essa notável freira através da imprensa, a americana decidiu transformar sua admiração em ação. Economizou dinheiro, viajou para Calcutá e, lá chegando, tomou o rumo dos bairros pobres até encontrar a mulher que havia fundado a congregação das Missionárias da Caridade. Quando encontrou Madre Teresa, ela lhe disse que, inspirada por seu trabalho, havia feito aquela longa viagem para servir como voluntária. Enquanto abraçava aquela senhora, Madre Teresa sussurrou-lhe: “Querida, não há problemas em Chicago que necessitem de sua ajuda?”
Eu me identifico muito com essa senhora. Posso imaginá-la lendo o jornal de domingo, escutando o noticiário no carro pela manhã, ao dirigir-se para o trabalho, e assistindo ao noticiário na televisão após o jantar. Durante muitos anos ela tomou conhecimento de informações inquietantes sobre fome, epidemias, corrupção no governo, conflitos étnicos, famílias desabrigadas e também sobre crianças que sofreram abusos ou que perderam os pais. Essas histórias são tão freqüentes e atingem tantas pessoas que, diante delas, ela se sente impotente e desanimada. Nesse estado de espírito, depara com uma história sobre Madre Teresa. É uma história de bondade e que mostra que é possível fazer alguma coisa. A senhora então se apega a esse relato, como se ele resumisse a única história dos problemas do mundo e trouxesse a única solução para eles.
Com efeito, há muitas histórias desse tipo, algumas publicadas nos jornais, a maioria não divulgadas, e muitas acontecendo bem perto de nós. Todas elas trazem soluções para as informações tristes apresentadas nos noticiários. Porém, é obvio que precisamos de mais soluções, uma vez que muitos dos fatos que são veiculados na mídia são negativos. Embora algumas pessoas digam que a preponderância de más notícias na imprensa se deve simplesmente ao fato de que “isso é o que mais se vende”, na verdade situações alarmantes acontecem todos os dias em todas as partes do mundo. A pergunta é: qual é nossa atitude com relação a isso? O que é que nós fazemos com as notícias que lemos, assistimos ou ouvimos?
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