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Como perdoar?

Da edição de julho de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


Muitas pessoas sentem ódio e ressentimento. Às vezes, trata-se de ressentimentos históricos, que são levados avante de uma geração à outra e que acabam sendo os pretextos para atos de terrorismo, e guerras intermináveis, como infelizmente se vêem nos noticiários. No entanto, o perdão poria um fim a tantos sofrimentos e todos sairiam beneficiados. Surge porém a pergunta: como perdoar?

Tenho de reconhecer que não me tem sido fácil perdoar ofensas incomparavelmente menores do que aquelas que muitos povos sofreram, mas faço esse esforço porque percebo que mesmo as menores agressões continuam a me fazer sofrer, enquanto não as perdôo. Temos de perdoar para o nosso próprio bem. Qualquer ofensa continuará a nos ofender, qualquer mal que nos tenham feito continuará a nos fazer mal, até que logremos perdoar.

Recentemente, uma vizinha me contou uma história que me fez pensar. Não tive como verificar sua veracidade, mas não tenho motivos para duvidar dessa amiga. Ela contou que, numa pequena mercearia da vizinhança, vivia um cachorro chamado Sonado. Como era um lugar público, todos viam que o animal era muito maltratado pelos donos. Só se dirigiam a ele aos gritos e pontapés e muitas vezes o deixavam sem comida e sem água, Uma família se condoeu e pediu para levá-lo embora; os donos concordaram imediatamente. Aconteceu que, ao chegar à sua nova casa, o cão simplesmente deixou de atender pelo nome de Sonado. Quando era chamado assim, nem se mexia. Então o filho dos novos donos começou a chamá-lo de Príncipe e o cachorro atendeu imediatamente, passando a ser esse o seu nome.

Para mim, isso ilustra que aceitar imediatamente o bem que se apresenta, contribui para eliminar as lembranças ruins. E já pude constatar que essa é uma atitude necessária para perdoar.

Além dessa disposição de reconhecer o bem que se apresenta ao nosso redor, temos de amar como Cristo Jesus ensinou a seus seguidores, a fim de conseguir perdoar: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mateus 5:43–45). Com isso, entendemos que Deus ama igualmente a todos, os que nos parecem maus e os que nos parecem bons. Se Ele ama assim, sem distinção, nós também podemos amar a todos. Em realidade, não somos nós que, pessoalmente, amamos; nós apenas refletimos o amor com que Deus ama. A consciência desse fato nos facilita, e muito, a tarefa de perdoar.

Uma experiência recente me ajudou a descobrir outro aspecto do perdão. Sou bailarina e tinha me comprometido a fazer uma apresentação do meu trabalho para crianças da pré-escola. Também havia planejado fazer um folheto com explicações sobre a dança, para que as crianças o levassem aos pais. Como não tenho um computador, um amigo se ofereceu para fazer o folheto para mim. A data da apresentação se aproximava e ele não entregava o trabalho. Sugeri que talvez eu devesse pedir a outra pessoa, mas ele me assegurou que o faria em tempo. Chegou a véspera da data marcada e eu não tinha notícias do rapaz. Fiquei com muita raiva dele, sentindo-me prejudicada pelo que parecia ser displicência da parte dele. Comecei a orar, e lembrei-me de que, em realidade, todo trabalho é de Deus, nós apenas O refletimos, e Deus sempre faz todo trabalho de maneira completa. Ninguém tinha o poder de impedir ou prejudicar a ação divina. Por isso, eu poderia confiar em que tudo estaria bem. Isso me acalmou e toda a raiva dissipou-se imediatamente. No dia seguinte, logo cedo, o rapaz trouxe os folhetos e tudo deu certo. Percebi, nesse dia, que sentimos raiva ou ressentimento de outra pessoa quando acreditamos que ela tenha poder para nos prejudicar. Quando, no entanto, reconhecemos que só Deus tem poder sobre nós e sobre nossa vida, não sobra nenhum motivo para ressentimentos.

Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreveu: “O único poder do mal é destruir-se a si mesmo. Nunca pode destruir nem sequer uma partícula do bem” (p. 186). O bem que Deus nos dá não pode ser destruído por nada que os outros possam nos fazer. Ele é preservado por Deus.

Ao conseguir perdoar em nossa experiência individual, ajudamos a humanidade a descobrir o Amor que é Deus, que é onipotente para pacificar, harmonizar as dissensões humanas e eliminar ódios e ressentimentos.

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