Às vezes, quando estamos orando para nos curar de um problema de saúde e a cura não acontece logo, ficamos tentados a desanimar. Então pensamos: “Estou orando da melhor maneira possível há muito tempo, mas isso não está dando resultado. Será que a minha oração não é eficaz? Talvez seja melhor eu desistir e tentar alguma outra coisa.” Quando encontro uma resistência desse tipo, lembrome de uma cura que tive e cuja lembrança é especialmente encorajadora para mim. Aconteceu numa ocasião em que orei bastante, e a oração provocou uma mudança no meu pensamento. A cura ocorreu logo após essa mudança.
Uma tarde, ao me sentir repentinamente muito mal, com dor de cabeça e enjôo, comecei a orar. Pensei no fato de que Deus é o meu Pastor, que Ele me ama, e que Ele me mantém junto dEle, como o pastor costuma fazer com as ovelhas pequenas. Pensei no amor constante que Ele tem por mim e também ponderei que, com certeza, Ele não deseja que eu ou qualquer outra pessoa fique doente.
Continuei orando com essas e outras idéias semelhantes a elas. Na hora de me deitar, porém, eu me sentia pior. Eu tinha de conduzir uma reunião importante no dia seguinte. Por isso, fiquei acordada e continuei orando.
Na verdade “orar”, nesse caso, se assemelhava a participar de uma batalha. Era como se o problema de saúde fosse o inimigo e o meu corpo o campo de batalha. Na Bíblia, existe um versículo na segunda Epístola de Paulo aos Coríntios, em que ele comenta esse tipo de contenda mental. Ele escreve: “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10: 3-5). Por vários motivos, acho esse versículo muito útil.
Deus constitui toda a presença e, por isso, tudo o que está presente aqui é Deus. Deus é todo o bem e, por isso, tudo o que está aqui é bom.
Um desses motivos se refere à palavra “sofisma” que, segundo o dicionário, é um argumento falso que tem por objetivo enganar alguém. Parece-me que, nesse trecho bíblico, Paulo está dizendo a seus leitores que “inimigo” é qualquer pensamento que pretenda contradizer ou questionar o conceito sobre Deus que Cristo Jesus revelou. Assim, enquanto eu orava, tentei aprofundar a minha compreensão acerca de Deus e “anular” ou rejeitar quaisquer argumentos que demonstrassem claramente não se originarem em Deus.
Procurei continuar reconhecendo que eu era a semelhança de Deus. Também mantive o pensamento voltado para a afirmação bíblica de que “Deus é espírito” (João 4:24). E, como reflexo do Espírito, eu tinha de ser espiritual e incorpórea. Por isso, o conceito material a respeito de mim mesma, que eu via e sentia, não era a minha “identidade” verdadeira. Insisti que naquele mesmo instante eu poderia sentir apenas a força, a presença e o poder do Espírito.
O apóstolo João, que afirmou que Deus é Espírito, também diz que Deus é Amor (Ver 1 João 4:8). Ponderei que eu também sou a semelhança do Amor, e que o Amor dEle está em mim e me rodeia. Eu sabia que esse amor cuida de mim, me consola, me tranqüiliza e me mantém em segurança. Por isso, eu não tinha nada a temer.
Pensei em cada um dos outros sinônimos de Deus, baseados na Bíblia, que constam na página 587 de Ciência e Saúde. Considerei cada um deles e orei para compreender que eu era a expressão da Mente, da Verdade, da Vida, do Princípio e da Alma.
Mesmo assim eu não me sentia melhor, e comecei a ficar desanimada. A certa altura pensei: “Pois bem, eu estou orando mas o problema continua. E agora?” Naquele exato momento eu me lembrei de uma frase em Ciência e Saúde que me ajudou a expulsar do pensamento a dúvida e o desânimo. Quando lhe perguntam como curar a doença, a autora do livro, Mary Baker Eddy, responde: “Quando a ilusão da doença ou do pecado te tentar, apega-te firmemente a Deus e Sua idéia. Não permitas que coisa alguma, a não ser Sua semelhança, permaneça no teu pensamento” (Ciência e Saúde, p. 495). Ao continuar a ler o parágrafo, eu compreendi que, se pudesse simplesmente apoiar-me em Deus, em vez de naquilo que os sentidos físicos estavam tentando me dizer, eu ficaria curada. Esse pensamento me animou a continuar orando.
Durante a madrugada tive outro pensamento que me preocupou: “Será que o problema foi causado por alguma coisa que eu comi? Se eu deixar de resistir à sensação de enjôo por algum tempo, talvez possa me livrar desse mal-estar”. Porém, logo me lembrei de uma mensagem contida em Ciência e Saúde: “Uma idéia espiritual não contém um só elemento do erro, e essa verdade remove convenientemente tudo quanto é nocivo” (p. 463). Essa afirmação me fez pensar que a criação de Deus, na qual estou incluída, é inteiramente boa, e que a aceitação desse fato poderia remover do meu pensamento qualquer conceito errado acerca do meu ser, como a doença, por exemplo. E como meu corpo é moldado pelo meu pensamento, tive uma reação positiva a essas idéias espirituais. Senti a segurança de que não era necessário recorrer a meios materiais para me curar.
Continuei a pensar em Deus, reconhecendo que Ele havia me criado e cuidava de mim. Rejeitei todo pensamento que não se baseasse nEle. Então, ocorreu uma mudança tranqüila em meu pensamento. Deixei de apenas pensar em Deus, para compreendê-Lo. Duas simples verdades se tornaram bem evidentes e reais para mim: Deus constitui toda a presença e, por isso, tudo o que está presente aqui é Deus. Deus é todo o bem e, por isso, tudo o que está aqui é bom. Com essa mudança no meu pensamento, a cura ocorreu instantaneamente. Logo que me conscientizei dessas verdades, todos os sintomas físicos desagradáveis desapareceram. Eram duas horas da madrugada quando me deitei. De manhã, acordei revigorada, sentindo-me descansada e em condições de conduzir a reunião.
Durante a madrugada pensei: Será que o problema foi causado por alguma coisa que comi?
Para mim, essa cura foi muito importante e continua a encorajar-me. Aprendi que, quando a cura não ocorre rapidamente, devemos apegar-nos “firmemente a Deus”, e levar cativo todo pensamento desgarrado, fazendo com que ele seja reformado pelo Cristo.
