Expor conceitos espirituais, mesmo os que são de natureza universal, pode ser mais difícil quando esse trabalho envolve outras culturas, idiomas e novas leis. Neste segundo segmento da série que comemora o centésimo aniversário d’O Arauto da Christian Science, vamos falar sobre os esforços da Igreja de Cristo, Cientista, que era razoavelmente nova, para se comunicar com uma cultura diferente e num idioma diferente. Vamos também abordar a reação a esses esforços dos estudantes da Christian Science que falavam alemão. Muitas perguntas importantes devem ter sido feitas naquela ocasião. Será que uma organização religiosa tem nacionalidade? Seria a Christian Science um movimento religioso estritamente americano ou um movimento religioso mundial? E, no caso de ser mundial, como poderia a instituição por ele representada dirigir-se de uma forma eficaz a pessoas fora dos Estados Unidos?
Em 1889, um praticista da Christian Science de Minnesota, Estados Unidos, escreveu para Mary Baker Eddy falando sobre alguns de seus pacientes que eram imigrantes alemães. Ele perguntava se seria possível traduzir “um bom folheto” para o alemão, de forma que ele tivesse alguma coisa para lhes dar para que eles lessem (Carta de John F. Linscott para Mary Baker Eddy, 10 de fevereiro de 1889). A Sra. Eddy era cautelosa ao lidar com traduções. Como ela passara muitos anos de sua vida buscando as palavras exatas em sua própria língua para colocar em seus escritos, era necessário pensar muito seriamente antes de tomar qualquer decisão a respeito de traduções. Contudo, cerca de um ano depois, um folheto básico, impresso pela Sociedade Editora da Christian Science, sobre o estudo e a prática da Christian Science, apareceu em alemão. Outros folhetos foram produzidos em 1892 e 1893: “The Way to Begin in Christian Science” (A Maneira de Começar na Christian Science) publicado em 1890, “There is Rest and Peace on Earth” (Existe Descanso e Paz na Terra), “Freedom” (Liberdade) em 1892 e “Practicability of Christian Science” (A Praticabilidade da Christian Science) em 1893.
Com isso, foi dado início à discussão sobre a tradução da principal obra da Sra. Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, do inglês para outros idiomas. Uma das primeiras pessoas a pedir permissão à Sra. Eddy para traduzir o livro foi Bertha Günther-Peterson, de Hannover, Alemanha. A Sra. Günther-Peterson era filha de um médico famoso na Alemanha, e uma mulher muito culta. Ela havia tomado conhecimento da Christian Science através da cura de Marie Schön, uma amiga sua, alemã, que vivia em Minneapolis, estado de Minnesota, Estados Unidos.
Além da Sra. Gunther-Peterson havia outras pessoas que desejavam sinceramente fazer uma tradução fiel do livro. Entretanto, nem todos os que escreveram à Sra Eddy eram tradutores competentes, e a maioria não tinha a noção da dificuldade de traduzir conceitos espirituais para outro idioma.
Os primeiros cultos na Alemanha
Enquanto a Sra. Eddy e a Sociedade Editora da Christian Science ponderavam sobre as questões relacionadas com a tradução, a Sra. Günther-Peterson começou a realizar cultos, em alemão, em sua casa em Hannover, em 1897. Em 1899, o grupo apresentou um pedido de anúncio no The Christian Science Journal para ser reconhecida como filial da Igreja de Cristo, Cientista. A freqüência a esses cultos começou a aumentar (por volta de trezentas a quatrocentas pessoas), mas somente doze dessas pessoas eram membros. As restrições governamentais contra os que não fossem membros da igreja estatal, a Igreja Luterana Reformada, faziam com que as pessoas relutassem em se unir a qualquer outro movimento religioso. Aqueles que renunciavam à filiação na igreja estatal, por exemplo, não podiam ocupar cargos no governo, além de enfrentarem outros tipos de discriminação. Como o governo controlava as estradas de ferro, as linhas de telégrafo e outros serviços públicos, o impacto que essa decisão poderia causar nas oportunidades de emprego era significativo. Além disso, não era incomum a perseguição da polícia no início do funcionamento da igreja de Hannover e de igrejas da Christian Science que se formavam.
Naquele mesmo ano, a Sra. Günther-Peterson tornou-se a primeira praticista alemã da Christian Science a ter seu nome anunciado no Journal. Entre as pessoas que ela curou encontram-se o sobrinho do Conde Helmuth von Moltke, marechal-de-campo do Império Germânico. Essa cura foi tão impressionante que muitas pessoas, inclusive a irmã do Imperador William, da Alemanha, ficaram interessadas na Christian Science.
A importância do nome
Mas os obstáculos ao progresso apareceram. Embora o Conselho de Fideicomissários da Sociedade Editora tivesse aprovado o anúncio da igreja no Journal como “Primeira Igreja de Cristo, Cientista, Hannover, Alemanha”, o alvará que o governo alemão concedeu à igreja a denominava “Primeira Igreja de Cristo, Cientista, na Alemanha”. Isso significava que todas as outras igrejas alemãs seriam filiais da igreja de Hannover, em vez de filiais d’A Igreja Mãe, em Boston.
Uma discrepância no nome pode parecer uma questão de menos importância para alguns, mas, nesse caso específico, tinha implicações significativas. Por um lado, se a igreja de Hannover fosse equiparada com A Igreja Mãe, mesmo que apenas no nome, isso poderia levar à criação de “igrejas mães” em outros países, dessa forma fragmentando a organização da igreja no futuro. Poderiam também surgir traduções independentes de Ciência e Saúde, que fariam diluir ou destruir a clareza de sua mensagem.
Uma revista alemã independente
No final de 1899, a Sra. Günther-Peterson e Marie Schön visitaram a Sra. Eddy em Concord, estado de New Hampshire, Estados Unidos, trazendo com elas uma Bíblia adornada em prata (“Um presente singular da Alemanha”, Christian Science Sentinel de 4 de janeiro de 1900, p. 283). As palavras encorajadoras da Sra. Eddy podem ter levado essas mulheres a acreditar que poderiam agir de forma independente como igreja e como editoras. De qualquer forma, alguns meses depois, pressionadas pela demanda por literatura da Christian Science em alemão, a Sra. Günther-Peterson e Marie Schön decidiram publicar sua própria revista mensal. Seu nome era “Revista Mensal Alemã Científica Cristã ou o Método de Cura Metafísica” sendo que, inicialmente, essa publicação só poderia ser obtida mediante assinatura.
Quando a Sociedade Editora soube da intenção dessas senhoras, Joseph Armstrong, Diretor da Sociedade Editora e membro d’O Conselho de Diretores da Christian Science, pediu que elas não levassem o plano adiante. Armstrong escreveu: “Causa-nos estranheza o fato de um passo tão importante como esse ter sido planejado sem o empenho de trabalhar conjuntamente pela Causa, e também que, não fosse por uma pessoa estranha que nos enviou as circulares, não teríamos tomado conhecimento dessa intenção de publicar a revista e as lições mensais” (Carta de Joseph Armstrong a Bertha Günther-Peterson em 19 de setembro de 1900).
Armstrong e seus colegas estavam preocupados com o que entendiam como sendo uma invasão do território da Sociedade Editora, particularmente em relação aos direitos autorais, uma questão de grande interesse para a Sra. Eddy. Era bastante difícil resolver problemas como esse numa época em que não havia a facilidade de hoje, em termos de viagens e de comunicação. Mas a Sra. Eddy também percebeu uma questão espiritual mais profunda nessa situação, que ela abordou alguns dias mais tarde, em uma carta que um de seus secretários escreveu em nome dela ela.
Com data de 23 de setembro de 1900, a carta instruía Thomas Hatten, Fideicomissário da Sociedade Editora em Boston, a não impedir as duas senhoras de seguir em frente com a revista. Indicando que o conteúdo da revista deveria ser considerado como um pedido direto da Sra. Eddy, a carta dizia: “É sobre a tentativa de traduzir “Ciência e Saúde” para o alemão... Fräulein Schön e Frau Günther-Peterson, da Alemanha, estão, de alguma maneira, encarregando-se disso ... e o conselho [da Sra. Eddy] para você é que ore sinceramente por elas. O propósito delas é fazer o bem, mas o M.A.M. [Magnetismo Animal Maldoso] as orientou mal ... e o que elas necessitam é que você seja paciente, e as ajude tanto mentalmente quanto escrevendo-lhes, de maneira gentil, no sentido de libertá-las. Elas não trabalhariam de forma independente em um assunto importante como esse, nem sequer se arriscariam a trabalhar fora do tempo de Deus. Que Deus os guie, tanto a você quanto a elas, rapidamente, e no caminho certo” (L07223, carta para Thomas W. Hatten de 23 de setembro de 1900).
Alguns dias mais tarde, a Sra.Eddy escreveu uma carta gentil à Sra. Günther-Peterson e à Srta. Schön, à qual anexou a cópia de uma carta que ela havia escrito à Sociedade Editora sobre os esforços delas. Claramente, desejava que elas sentissem o seu apoio aos esforços que elas estavam fazendo, e evitava desencorajá-las ou indispô-las contra a Sociedade Editora. Entre outras coisas, ela escreveu: “Trabalhei arduamente na Alma pelas queridas alunas da Alemanha, e desenvolvi uma teoria para confortá-las, a qual desejo que seja colocada em prática por nossa Sociedade Editora em Boston. É esta: Que o [Christian Science] Sentinel e o Journal sejam publicados por nossa Casa Editora em Boston e impressos tanto no idioma inglês quanto no alemão e enviados para a Alemanha. Essa grande nação certamente deve ter os meios para adquirir o conhecimento da Christian Science” (L13279, carta a Bertha Günther-Peterson e Marie Schön de 28 de setembro de 1900; L13279A, carta a William P. McKenzie de 28 de setembro de 1900).
Como Líder da Igreja de Cristo, Cientista, a Sra. Eddy costumava responder aos pedidos de seus seguidores, mesmo quando havia dificuldades. Nesse caso, ela esperava claramente que o Conselho de Fideicomissários se empenhasse em dar um tom sanador às negociações com a Srta. Schön e a Sra. Günther-Peterson. Em outubro de 1900, William McKenzie, um Fideicomissário, foi informado de que a Sra. Eddy “recusa-se enfaticamente a endossar qualquer coisa que venha a causar uma ruptura entre ela e as Igrejas Cientistas Cristãs da Alemanha” (L07226, carta a William P. McKenzie de 21 de outubro de 1900).
Embora a Srta. Schön e a Sra. Günther-Peterson continuassem a se comunicar de uma maneira cordial com a Sra. Eddy, os esforços da Sociedade Editora não as haviam dissuadido da idéia de levar avante sua revista. Elas tinham uma convicção profunda de que somente um alemão poderia transmitir a Christian Science a outros alemães. Em sua opinião, elas estavam ajudando uma igreja, cuja administração e editora ficavam nos Estados Unidos, a tornar-se conhecida em outro país.
Em busca de um tradutor
Os Fideicomissários então convidaram a Srta. Schön para vir a Boston trabalhar como tradutora para a revista. Quando ela recusou o convite, os planos para um periódico no idioma alemão foram temporariamente interrompidos, embora, em 1902, o Christian Science Sentinel tenha incluído uma tradução para o alemão de uma conferência de Irving Tomlinson, um dos cinco primeiros conferencistas nomeados por Mary Baker Eddy, em 1898, para o Conselho de Conferências.
Essa tradução fez com que se reiniciasse a busca de um tradutor para o idioma alemão e, finalmente, Louise Kollmorgen, uma professora de alemão de Chicago, foi convidada a ocupar esse cargo para a nova revista em alemão. Ela aceitou o convite em janeiro de 1903. Por essa época, o plano de traduzir o Sentinel e o Journal para o alemão havia evoluído para a preparação de uma nova revista que incluiria traduções desses periódicos, bem como material escrito especificamente para leitores alemães. Contando com um tradutor, a nova revista progrediu rapidamente. A Sra. Eddy deixou grande parte da tomada de decisões a cargo dos Fideicomissários, mas continuou a se envolver no andamento da revista, fazendo perguntas, aprovando o projeto e dando a essa publicação o seu novo nome: Der Christian Science Herold.
O primeiro número do Der Herold
Em abril de 1903, foi publicado o primeiro número do Arauto em alemão, Der Christian Science Herold. Nessa edição inicial, os redatores comentavam: “A necessidade de uma compreensão prática da religião de Jesus, que seja suficiente para curar o doente e reformar o pecador, nunca foi tão urgente como agora, a despeito da proliferação de teorias humanas relativas à causa e à cura da doença, e das medidas criativas e poderosas tomadas pelos tribunais para a punição e repressão do crime”.
“A Christian Science atende a essa necessidade por meio dos ensinamentos da Sra. Eddy e, portanto, esperamos e acreditamos que o ‘Der Christian Science Herold’ venha a ser de grande utilidade, bem como uma bênção para a humanidade ao purificar o pensamento, estimulando-o a praticar ações nobres, ao despertar o desejo por uma fé inabalável nas promessas de Jesus e a colocar uma firme confiança em Deus, agora e para sempre” (“Redaktionelles”, Der Christian Science Herold, abril de 1903, p. 38).
Esse primeiro número continha trinta e oito páginas, com artigos, testemunhos e um editorial. Os artigos enfocavam especificamente o significado da Christian Science e como ela pode ser usada na cura.
De especial interesse foi o primeiro artigo, que trazia um extrato das páginas 107 a 110 de Ciência e Saúde. O extrato detalha como Mary Baker Eddy descobriu a Christian Science e seus esforços no sentido de enunciá-la. Essa foi a primeira publicação oficial de uma parte de Ciência e Saúde em alemão. A Sra. Eddy envolveu-se também na escolha dos trechos de seus escritos, que foram traduzidos e impressos nos números subseqüentes do Arauto.
No início, os artigos e testemunhos eram, basicamente, escritos por norteamericanos, mas o número de maio incluíu cartas de leitores dos Estados Unidos e da Alemanha, saudando a nova revista. Em julho de 1903, houve o testemunho de uma leitora de Dresden, Alemanha. Gradualmente, o caráter internacional da revista se acentuou. O número de novembro de 1903 apresentou seis testemunhos escritos originalmente em alemão, juntamente com testemunhos do Canadá, Irlanda e Rússia.
Por volta de fevereiro de 1904, o Der Herold havia começado a publicar as Lições Bíblicas da Christian Science, usadas para o estudo individual e também nos cultos dominicais das Igrejas de Cristo, Cientista. Esse passo foi significativo, porque a revista alemã publicada pela Srta. Schön e pela Sra. Günther-Peterson vinha imprimindo havia algum tempo, suas próprias lições bíblicas, numa revista separada. Evidentemente, a inclusão, na publicação, das lições preparadas pela Sociedade Editora da Christian Science, era a maneira de eliminar a necessidade de os membros fazerem assinaturas de outra revista.
Embora a inclusão das Lições Bíblicas tenha certamente agregado valor ao Arauto, no início, esse fato não diminuiu a intensidade da revista independente, nem o apoio que lhe dedicavam seus defensores independentes. As tensões continuaram a aumentar entre a Srta. Schön e Sra. Günther-Peterson de um lado, e a Sociedade Editora do outro. A essa altura, a Sra. Eddy havia se afastado da controvérsia, e até mesmo se recusava a receber visitantes estrangeiros, para evitar ser levada a tomar partido. Conforme ela escreve em uma carta de 1904 a Frances Thurber Seal, que era muito ativa entre os que buscavam a espiritualidade e falavam inglês em Berlim: "Descobri que não é sábio eu tentar, pessoalmente, levar a nossa causa avante em países onde o inglês não seja a língua nativa. E também que as palavras que eu digo aos alunos podem ser esquecidas ou compreendidas erroneamente podendo, portanto, causar dano; por essa razão, meu modo pessoal de agir é comunicar-me por escrito" (V00577, carta a Frances Thurber Seal de 11 de setembro de 1904).
Aos poucos a Sra. Günther-Peterson, que era professora autoriza da da Christian Science, percebeu a importância de aceitar a administração d'A Igreja Mãe para toda a igreja, e não apenas para os Estados Unidos. A Srta. Schön e aqueles que a seguiam continuaram a publicar sua revista até 1924, mas foram se afastando cada vez mais da Christian Science. E, nesse meio tempo, o Arauto continuou sua marcha.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha quando o conflito já estava bastante adiantado. Praticamente não houve nenhuma interrupção na entrega do Arauto. A Segunda Guerra Mundial trouxe problemas diferentes. Em 1941, após vários anos de crescentes restrições, o regime nazista baniu a Christian Science; as igrejas foram fechadas e alguns membros foram levados para a prisão ou para campos de concentração. Vários deles foram martirizados; outros sobreviveram à experiência ou foram libertados antes do final da guerra.
A atividade secreta durante a Segunda Guerra Mundial
Depois que os Estados Unidos entraram na guerra, toda a comunicação direta entre os alemães e aqueles que se encontravam na Europa ocupada, foi afetada. Ainda assim, cópias das Lições Bíblicas do Livrete Trimestral da Christian Science eram distribuídas através de uma impressionante rede secreta em Paris e em vários lugares da Alemanha, bem como em países neutros como a Suíça e a Suécia.
Os artigos impressos no Arauto durante aquele período presumiam que as pessoas que os lessem necessitavam de apoio espiritual, sob condições relacionadas com tempos de guerra. Eles abordavam temas tais como a falta de moradia e de gêneros alimentícios, o medo, a confusão, as dificuldades de transporte, entre outros. Também abordava, com cautela, o governo divino e como ele pode ser vivenciado na vida diária das pessoas. Em algumas ocasiões, apareciam comentários, cuidadosamente redigidos, sobre ditaduras ou governos injustos.
Devido à proibição da comunicação, característica dos tempos de guerra, nenhum artigo ou testemunho de cura de alemães era publicado. Também não se sabe ao certo quantos números da revista entraram, realmente, na Alemanha. Nenhum Cientista Cristão alemão podia receber abertamente o Arauto, porque a posse desse tipo de publicação o tornaria suscetível à prisão. Mas existem relatos de pessoas que estavam em posições que permitiam que a edição em alemão do Arauto entrasse no país. Um homem, que trabalhava como assistente em um hospital psiquiátrico, passava regularmente da zona livre para uma área restrita. Ele usava essa sua movimentação para levar literatura da Christian Science, tanto para franceses quanto para alemães. Embora os alemães o revistassem de vez em quando, eles nunca o fizeram quando ele estava levando pacotes com literatura.
A energia era principalmente direcionada para fazer com que as Lições Bíblicas entrassem nos países envolvidos na guerra. Por exemplo, uma mulher que possuía dupla nacionalidade, com passaporte suíço e francês, conseguia transitar entre os dois países, levando as Lições Bíblicas com ela.
Os anos do pós-guerra
Nas duas décadas que se seguiram à guerra, o Arauto em alemão continuou a se desenvolver. Então, no período de 1972 a 1976, um alemão chamado Alfred F. Schneider ocupou a posição de Redator Adjunto para o Arauto, em Boston. Logo após a sua partida, os Arautos, que nessa ocasião eram publicados em vários idiomas, voltaram a ser supervisionados por uma série de redatores, todos de língua inglesa. Em 1987, foram criados programas de rádio com o mesmo nome da revista, com alemães encarregados da sua transmissão. O âmbito desses programas de rádio continuou a se expandir.
Durante todos esses anos, a revista sofreu mudanças de formato, mas o principal critério para essas mudanças foi o de facilitar a produção, e não para conferir à revista uma aparência mais contemporânea. Assim, em 1991, uma remodelação ajudou a tornar a revista mais atraente. Entretanto, o conteúdo gráfico não sofreu muitas alterações. Então, em 1993, uma conscientização crescente da missão da igreja no mundo, bem como a demanda por artigos mais pertinentes em todas as revistas publicadas pela Sociedade Editora, fez com que fossem realizadas mudanças significativas no Arauto. Um redator adjunto foi nomeado na Alemanha (até aquele ponto, o redator havia sempre ficado em Boston), e muitos mais artigos e testemunhos da Alemanha começaram a ser solicitados e recebidos. A possibilidade de transmitir e receber mensagens por fax e e-mails ajudou a facilitar a comunicação entre os redatores em Boston e o redator, que vive em Berlim, para o idioma alemão.
Mais recentemente, uma grande mudança no desenho do Arauto deulhe uma aparência européia contemporânea, o que fez com que ele passasse a figurar mais facilmente ao lado de outras revistas alemãs. Comunicações mais rápidas permitem agora um processo mais ágil de editoração, o que permite atender às necessidades da Alemanha e de todo o mundo.
No próximo mês: a conexão francesa.
ALGUNS ACONTECIMENTOS MUNDIAIS IMPORTANTES:1860–1910
1861
• Victor Emmanuel II é coroado rei da Itália unificada, em Turim.
• Começa a guerra civil nos Estados Unidos.
1865
• Termina a guerra civil nos Estados Unidos; a escravidão é declarada ilegal.
1866
• Gregor Mendel, um monge austríaco, é o primeiro a descobrir e enunciar as leis básicas da hereditariedade, que deram origem à genética. Seu artigo, “Experiências com híbridos de plantas”, é publicado na ata da reunião da Sociedade de Brünn para o Estudo das Ciências Naturais.
• Alfred Nobel inventa a dinamite.
• Mary Baker Eddy descobre a Christian Science.
1867
• A Rússia vende o Alaska para os Estados Unidos por 7,2 milhões de dólares.
• A Lei Britânica sobre a América do Norte estabelece o Domínio do Canadá.
1868
• No Japão, o imperador volta ao poder.
• O direito de voto é concedido a todos os norte-americanos do sexo masculino, independentemente da raça.
1869
• Abertura do Canal de Suez.
1870-71
• Com a guerra franco-prussiana, Bismarck começa a unificar o Império Germânico.
1871
• Charles Darwin publica “A Origem do Homem”.
1875
• A primeira edição de Ciência e Saúde é publicada.
1878
• Termina a guerra entre a Rússia e a Turquia, dando origem a uma nova e ampla divisão do sudeste da Europa.
1879
• É constituída A Igreja de Cristo, Cientista.
1879-84
• É travada a Guerra do Pacífico (entre Chile, Peru e Bolívia).
1885
• O engenheiro alemão Karl Benz produz seu primeiro veículo a motor.
1886
• A Estátua da Liberdade, esculpida por Bartholdi, é inaugurada no porto de Nova Iorque.
1888
• É abolida a escravidão no Brasil.
1889
• É proclamada a república no Brasil.
• É inaugurada, em Paris, a torre Eiffel para a Exposição Universal.
1891
• O alemão Otto Lilienthal, inventor e pioneiro da aviação, faz o primeiro de muitos vôos bem sucedidos de planador.
1892
• A reorganização da Igreja de Cristo, Cientista, é concluída.
1893
• O pânico financeiro que tomou conta dos Estados Unidos em 1893 resulta no fechamento de milhares de empresas, deixando quatro milhões de pessoas desempregadas.
• A Nova Zelândia é a primeira nação a conceder o direito de voto às mulheres.
1894-95
• A guerra entre a China e o Japão termina com a vitória do Japão; independência nominal da Coréia.
1895
• O Canal de Kiel (Alemanha) termina de ser construído.
• O físico alemão Wilhelm Roentgen descobre o Raio X.
1896
• O testamento de Alfred Nobel estabelece prêmios para a paz, para a literatura e para as ciências.
1897
• O sufrágio universal masculino é introduzido na Noruega.
1898-99
• Guerra hispano-americana.
• As Filipinas rebelam-se contra o domínio dos Estados Unidos.
• Primeira Conferência da Paz em Haia, na qual 26 nações se reúnem para definir meios de resolver disputas pacificamente.
1900
• A “Paz de Pequim” acaba com a rebelião de um grupo radical chinês denominado Boxer.
1901
• Marconi recebe a primeira mensagem transatlântica por ondas de rádio em St. John's, Newfoundland, no Canadá.
• As colônias australianas constituem uma nação e formam a Comunidade Federal da Austrália.
1902
• As mulheres com mais de 21 anos adquirem o direito de votar nas eleições federais da Austrália.
• O Tratado de Vereeniging põe fim à Guerra dos Bôeres (1899-1902) na África do Sul.
• Marie Curie isola, com sucesso, o elemento químico denominado rádio.
1903
• É criada a edição em alemão do O Arauto da Christian Science.
• Os irmãos Wright fazem seu primeiro vôo controlado, nas proximidades de Kitty Hawk, na Carolina do Norte, EUA.
• Marie Curie torna-se a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Física. Ela divide a quantia recebida com seu marido, Pierre, e com Henri Becquerel.
• Primeira Igreja de Cristo, Cientista, na Cidade do México, é a primeira Igreja da Christian Science estabelecida na América Latina.
• A Noruega conquista sua independência da Suécia.
1905
• O Tratado de Portsmouth põe fim à guerra entre a Rússia e o Japão.
1906
• O brasileiro Alberto Santos Dumont realiza seu primeiro vôo na Europa.
1907
• É realizada a Segunda Conferência da Paz em Haia com a participação de 44 países.
1909
• O Conde alemão Ferdinand von Zeppelin ajuda a estabelecer a primeira companhia aérea comercial do mundo, a DELAG, usando os dirigíveis Zeppelin.
1909-1910
• Uma revolta militar na Grécia dá origem a reformas.
