Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Em busca de melhores curas

Uma abordagem empírica

Da edição de julho de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


O dedica-se à prática pública da cura pela Christian Science desde 1990. Ele falou com a redação do Arauto sobre seu desejo de ajudar e de curar as pessoas, e de como isso o levou do estudo de biologia para a prática da homeopatia, e finalmente ao estudo e à prática da Christian Science. O Dr. Ennemoser reside com a esposa e filhos na cidade de Salzburgo, na Áustria.

O senhor obteve o título de doutor em biologia pela Universidade de Salzburgo. Por que biologia?

Comecei com biologia; mas não foi porque eu quisesse. Eu tinha facilidade nessa área e, por isso, essa parecia uma escolha lógica. Meu pai era paisagista e achava que seria muito bom trabalharmos juntos, para ter um especialista em biologia com quem contar em questões ambientais. Por isso segui esse caminho.

Alguns anos antes de terminar o doutorado, interessei-me pela homeopatia. Eu sentia atração pelo assunto. Curar, ajudar as pessoas, havia se tornado importante para mim, e o pensamento desenvolvido pela homeopatia clássica me interessava muito.

Aconteceu alguma coisa que fez com que o senhor pensasse assim?

Não houve nenhuma situação especial na época. Acho que foi algo que brotou do fundo da minha alma, uma certa relação com a filosofia homeopática e essa abordagem mais refinada do cuidado com a saúde.

Como foram seus primeiros contatos com a homeopatia?

Ouvi relatos de pessoas que haviam recebido tratamento homeopático, e aquilo me pareceu interessante. A homeopatia é basicamente um sistema de tratamento que não se fundamenta apenas no medicamento em seu estado natural; os remédios usados na homeopatia compõem-se de elementos que visam a estimular o paciente de uma forma muito específica a recobrar suas funções normais e a saúde. Esse método tem o objetivo de tratar as pessoas em todos os aspectos, inclusive mentais, e não somente os sintomas físicos. Isso me parecia bom. Naquela época, porém, por volta de 1980, a homeopatia era muito pouco utilizada aqui na Europa central. Quase ninguém estava a par do assunto. A maioria dos médicos não a valorizava, de modo que não era possível estudá-la na universidade. Durante algum tempo estudei com um médico homeopata indiano que clinicava na região em que eu morava.

Hoje em dia a homeopatia é muito bem aceita na Europa. Não há nenhuma faculdade de medicina que não inclua essa matéria em seu currículo.

Quer dizer que, durante algum tempo o senhor estudava biologia na universidade e fazia um curso com um médico homeopata?

Sim. Eu até pensei em deixar a biologia, mas não o fiz porque não era possível formar-se em homeopatia. Assim, após concluir o doutorado em biologia, eu trabalhava metade do tempo em pesquisas ambientais e na outra metade praticava a homeopatia.

O senhor achava a prática da homeopatia gratificante?

Eu gostava muito. Queria me dedicar a essa prática em período integral. Cada vez mais pacientes me procuravam, e eu pretendia mesmo me dedicar profissionalmente a essa prática. Pude auxiliar pacientes com diversos problemas, a maioria com doenças funcionais, como ataques do coração, reumatismo e enxaqueca.

O tratamento homeopático que o senhor aplicava dava resultado?

Nem sempre. Eu tinha alguns pacientes que estavam se tratando havia bastante tempo, com os quais eu havia tentado praticamente tudo. Quando você usa todos os remédios que conhece, chega o momento em que não há mais nada para tentar. Então você diz: “Não posso fazer mais nada por você”. Para mim era muito penoso ter de dizer isso.

Como foi que a Christian Science entrou em cena?

Eu estava sempre aberto a métodos de cura diferentes, que fossem melhores. Nunca me sentia totalmente satisfeito. Minha intenção era sempre a de curar de uma forma melhor. Não pesquisei muitos métodos, porque eles não mostravam resultados melhores do que os conseguidos com a aplicação da homeopatia. Mas quando li sobre os casos de cura pela Christian Science, fiquei muito interessado no imenso poder sanador que os pacientes sentiam. Li relatos de curas espetaculares. Eu nunca constatara um poder igual no trabalho homeopático.

Certa noite, enquanto eu lia a respeito da Christian Science, me ocorreu que poderia haver uma igreja dessa denominação na minha cidade. Consultei a lista telefônica e localizei o endereço da igreja. No dia seguinte fui até lá e comprei o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy.

O senhor teve de vencer alguma reação negativa, ao ver que se tratava de uma religião? O senhor era religioso, ou se interessava por assuntos religiosos?

Eu tive uma educação religiosa. Costumava orar e ler a Bíblia. Mas nunca havia percebido que isso tinha alguma relação com cura. E eu não tinha a intenção de me aprofundar no estudo da Christian Science por meio das idéias religiosas, pois me interessava apenas o fato empírico, ou seja, a prática da cura, e o poder subjacente a ela. Como pensador empírico, eu precisava investigar a Christian Science, antes de poder julgá-la.

Quando comecei a ler Ciência e Saúde, percebi que o livro me ensinaria como realizar curas, ou seja, não me mostraria apenas o que era possível fazer, mas também como fazer. Em pouco tempo eu estava tendo curas.

Eu estava sempre aberto a métodos de cura diferentes, que fossem melhores. Minha intenção era a de curar de uma forma melhor.

Suas curas ocorreram unicamente com a leitura de Ciência e Saúde? O senhor não teve ajuda de ninguém no começo?

Não, não tive. Uma de minhas primeiras curas foi de picada de abelha. Certo dia, eu estava andando descalço na grama, quando uma abelha picou o meu pé. Eu estava acostumado a pensar do ponto de vista biológico: se você injeta veneno no tecido, você tem um determinado efeito. Era processo fisiológico definido. Mas Ciência e Saúde dizia que há uma lei mais elevada, que poderia bloquear totalmente um conceito inferior de uma lei biológica.

De modo que, o que eu precisava fazer era dirigir-me a essa lei elevada, a esse nível mais elevado de vida, de liberdade, de paz e cura. Ao fazer isso mentalmente, tive uma cura espontânea. Em poucos minutos a dor havia cessado por completo, e a inchação do tecido, que costuma aparecer, nunca ocorreu. Percebi, em certo grau, que a ação da cura ocorre quando abandonamos o nível das leis biológicas e nos dirigimos para o nível da lei divina. Esse é um processo puramente mental, mas os resultados aparecem no nível físico.

O senhor acha que teria condições de explicar isso a um colega a partir de uma perspectiva biológica, ou seja, em termos físicos?

Eu o faria do mesmo modo como fiz agora, e contaria com sua capacidade de pensar sobre coisas que ele ainda não conhece. Porque isso é algo realmente novo para um pensador no campo da biologia.

Para um praticante da homeopatia é absolutamente claro que você não tenta curar um corpo, mas sim procura estimular a força vital interior de uma pessoa. E a força vital estimulada restabelece a ordem no corpo. Estando familiarizado com essa idéia, foi fácil dar o passo seguinte, ou seja, reconhecer que um ajuste puramente mental pode afetar o corpo. Não foi um passo muito grande para mim.

A cura da picada de abelha o surpreendeu?

Não, não me surpreendeu, mas confirmou o que eu havia lido em Ciência e Saúde. Pensei: “Puxa, essa mensagem tem substância! E posso perceber isso agora, a partir de minha própria experiência. Eu posso continuar dessa forma.” Eu conseguia entender o que acontecia do ponto de vista empírico, ou seja, com base na experiência.

E quanto a curar outras pessoas por meio do tratamento pela Christian Science?

Comecei a oferecer literatura da Christian Science a alguns pacientes, ou então me oferecia para orar com eles. Houve curas maravilhosas. A Christian Science oferecia muito mais poder sanador do que qualquer coisa que eu já havia visto.

Houve o caso de uma mulher que estava com as juntas dos dedos deformadas, uma espécie de artrite. Tinha esse problema havia cerca de 15 anos. Várias terapias haviam sido aplicadas, mas sem nenhum resultado. Ela me procurou por conhecer alguém que eu havia tratado pela Christian Science; ela veio com a esperança de também ser ajudada.

Ela não acreditava em Deus. Achei isso interessante, mas não era um problema para mim na época, pois eu conseguia expor as idéias da Christian Science em uma linguagem não religiosa. No início não seria necessário explicar as idéias em termos religiosos. Quando ela compreendesse melhor o processo, eu poderia usar termos religiosos para descrever com o que estávamos trabalhando.

Trabalhamos juntos dois ou três meses, e ela ficou completamente curada, inclusive da deformidade das juntas. Ela se tornou Cientista Cristã e teve outras curas maravilhosas.

Em pouco tempo percebi que eu tinha de abandonar a prática homeopática e dedicar-me integralmente à prática da Christian Science. Foi o que fiz no decurso de um ou dois anos.

Enquanto praticava a homeopatia e a Christian Science, o senhor tratava as pessoas com a homeopatia e ao mesmo tempo Ihes falava sobre a Christian Science?

Para mim tratava-se de um desenvolvimento muito natural de pensamento. Eu não poderia fazê-lo de uma só vez. De modo que, nos casos em que eu conseguia apoiarme no que eu aprendera da Christian Science e o paciente concordava em ser submetido a um tratamento espiritual, eu o aplicava.

Quer dizer que às vezes o senhor praticava a homeopatia porque as pessoas queriam que o senhor as ajudasse dessa maneira; e em outros casos, quando o senhor percebia a receptividade das pessoas, usava a Christian Science?

É isso mesmo. Ainda hoje, às vezes tenho pacientes dependentes de alguma espécie de remédios; mas se eles me dizem que querem ficar livres dessa dependência, posso explicarlhes a Christian Science, para que compreendam e possam dar o próximo passo: deixar os remédios e receber tratamento pela Christian Science.

Para mim, tratava-se de um desdobramento de pensamento absolutamente natural. Se há uma pessoa dependente de analgésicos, o ponto importante para mim é que o paciente queira se libertar disso, que ele não esteja se apegando a isso, quero dizer, se apoiando em uma visão materialista de saúde.

Quando alguém está conhecendo a Christian Science e ainda usa medicamentos, mas está começando a deixar de usá-los, e essa pessoa procura sua ajuda, a família dessa pessoa não se preocupa com isso?

Bem, eu acho que qualquer pessoa pode tomar essa decisão sem o apoio da família, desde que possa claramente decidir por si mesma. Todos têm de seguir o caminho que acharem melhor.

O senhor pode descrever a transição que houve no período em que o senhor ainda praticava a homeopatia, mas já conhecia a Christian Science? O senhor alguma vez achou que a sua prática da homeopatia era contra o que o senhor estava aprendendo na Christian Science?

Não, a homeopatia não era exatamente contra, mas eu então já contava com uma forma melhor de terapia. Eu não tinha mais interesse em usar a homeopatia, pois tinha algo muito superior a oferecer.

Num certo momento, tomei uma decisão clara. Parei de dar tratamento homeopático, mesmo que alguém pedisse. Assim, um dia deixei de aplicar tratamento homeopático e, a partir daquele momento, passei a oferecer somente ajuda por meio do tratamento espiritual. Aluguei um novo escritório para estabelecer-me na prática da Christian Science.

O senhor mencionou a maneira “não religiosa” de praticar a Christian Science. O senhor pode descrevê-la? Como relacionava essa prática com o aspecto religioso da Christian Science?

Eu achava muito confortável, na época, usar a palavra Princípio para designar a Deus, porque me ajudava a expor o poder ou ação divinos como lei, a lei divina. Esse é um modo muito fácil para um pensador não religioso relacionar-se com o assunto, ou seja, usar Princípio, reconhecendo que Mary Baker Eddy compreendia a Deus como sinônimo de Princípio, e Princípio está ligado à lei, a lei divina, uma lei mais elevada do que qualquer outra que possamos conhecer. Uma lei totalmente boa e que nunca é limitada, em nenhum sentido. Desse modo temos a relação com o poder ilimitado.

Foi difícil para o senhor abandonar sua religião anterior?

Não foi realmente um abandono, mas um enorme enriquecimento conhecer a Christian Science, pois eu apenas lia a Bíblia e orava, como meus pais me haviam ensinado. Eu orava diariamente, mas sem uma abordagem prática, sem esperar nenhum resultado, ou seja, sem esperar obter uma cura que pudesse se originar em minha comunicação com Deus.

O senhor falou em “abordagem prática”; a oração pode ser dissecada para mostrar exatamente quais são os mecanismos envolvidos para efetuar uma mudança para melhor?

Eu diria que sim. Veja a cura da picada de abelha. Temos exemplos de curas físicas, curas funcionais, até mesmo curas orgânicas usando somente o remédio mental. Nada mais. Isso demonstra que o mental governa o físico. Assim, começamos com a esfera mental, onde usamos um processo mental. Reorganizamos e corrigimos nossos pensamentos e sentimentos ao relacioná-los com o bem absoluto, com o Amor e com a perfeição. E, ao fazer isso, sentimos a cura.

Se o senhor tivesse de tratar de um paciente com epilepsia ou com um problema conjugal, o senhor começaria o tratamento da mesma maneira como no caso da picada de abelha?

Sim. A estrutura básica de uma cura espiritual consiste sempre em estabelecer uma ligação com a lei superior do Amor divino de uma forma específica, a qual produz um ímpeto sanador em todos os aspectos da vida, quer se trate de relacionamento, quer de uma função corporal.

Evidentemente a abordagem no trabalho de cura é individual para cada caso.

O que o faz acreditar que o processo mental é mais poderoso?

Um dos aspectos que mais aprecio na [Christian] Science é o fato de que ela não atua por crenças. Na Christian Science, assim como nas ciências naturais, não empregamos crenças; trabalhamos com resultados empíricos. Desse modo, não é necessário acreditar que seja possível o uso de um método mental para curar. Você pode experimentar a Christian Science. E se você o fizer, verá o resultado; assim não precisa acreditar.

Eu nunca pediria para alguém se apoiar numa crença.

O senhor conheceu pessoas que eram ativas em outros métodos de cura quando conheceram a Christian Science e que agora praticam os dois métodos? Ou que estejam passando de um para outro sistema?

Sim, conheço várias pessoas que se tornaram Cientistas Cristãs, uma inclusive formada em farmácia. Sei de uma mulher que era fisioterapeuta e se tornou Cientista Cristã. E há outra que era psicóloga, e que agora se dedica à prática da Christian Science. Conheço, também, várias pessoas que se tornaram Cientistas Cristãs e que antes eram enfermeiras.

Num certo momento tomei uma decisão. Parei de aplicar a homeopatia e passei a oferecer somente tratamento espiritual.

Às vezes, quando dou conferências sobre a Christian Science e me dirijo à classe médica, tenho interessantes conversas com os médicos sobre o assunto. Conheci muitos profissionais que se interessam, ou que já aplicam, em certo grau, algumas dessas idéias.

E a sua ligação com a igreja?

Quando ingressei na prática da Christian Science, não estava interessado na igreja. Meu interesse era a cura. Eu tinha algum contato com a Igreja de Cristo, Cientista, local, mas muito pouco, pois meu enfoque principal era a cura. Mesmo quando já fazia dois anos que me dedicava à prática em tempo integral, eu ainda não mantinha um contato constante com a igreja.

Os pensadores europeus não têm pressa em unir-se a uma igreja. Estão muito mais interessados na cura propriamente dita e, por isso, tentam entender a função e a importância da igreja.

O senhor continua buscando obter melhores resultados nas suas curas?

Sem dúvida! Sinto a necessidade de curas cada vez mais eficazes. Por exemplo, se eu fosse comparar meu trabalho de cinco anos atrás com o que eu desenvolvo agora e não percebesse nenhuma melhora nas curas, pensaria logo que algo está errado. Por essa razão, eu continuo procurando ansiosamente descobrir como efetuar um melhor trabalho de cura.

Por exemplo, às vezes penso na maneira como eu lido com meus pacientes. Percebi que, quando aceito um paciente com um problema agudo, é bom aprofundar-me no trabalho para essa pessoa. A cura é mais rápida do que quando dedico menos concentração ao tratamento. Quando comparo esses casos, vejo que um melhor método de curar pode implicar uma oração muito mais dedicada para um paciente em particular.

Outra maneira de crescer seria melhorar a compreensão de idéias metafísicas, aprofundar meus conceitos sobre o todo-poder ou a presença de Deus, com a Mente divina revelando a saúde perfeita hoje, não só amanhã, e assim por diante.

Eu diria: “Sim, diariamente estou procurando melhorar o meu trabalho de cura, e eu vivencio essa cura como dádiva de Deus, uma constante melhora na compreensão, e em curas cada vez mais eficazes.”

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / julho de 2002

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.