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Biblioteca Mary Baker Eddy

Perguntas e respostas sobre a Biblioteca

Da edição de julho de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


Stephen I. Danzansky é o Presidente d'A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade e Redator-Chefe da revista da Biblioteca. Está envolvido em todos os níveis desse empreendimento, desde o seu estágio inicial. Na entrevista abaixo ele responde algumas perguntas feitas por membros da Igreja e por outras pessoas.

O senhor poderia nos dar alguma idéia do objetivo principal, as aspirações mais amplas da biblioteca Mary Baker Eddy?

O propósito da fundação da Biblioteca é o de promover a busca universal pela espiritualidade e pela ciência do ser, assim como o seu efeito sobre a saúde e o progresso humano. Ela não é “dedicada” exclusivamente a Mary Baker Eddy. Ao contrário, é uma instituição destinada a divulgar ou “tornar públicos” seus escritos e, através deles, as idéias que ela descobriu e o legado que deixou. A Biblioteca é também uma instituição, como o The Christian Science Monitor, cuja missão inclui o firme compromisso de elevar a humanidade.

O trabalho da Biblioteca, assim como a obra de vida daquela que lhe dá o nome, destina-se a apoiar a jornada da humanidade rumo ao Espírito. O nome da Sra. Eddy, colocado sobre a porta de entrada da Biblioteca, não significa adoração à sua personalidade, mas sim um lembrete constante do compromisso da Biblioteca para com a devoção que a Sra. Eddy nutria pela humanidade. Ele irá se refletir em todos os programas, exposições e publicações da Biblioteca.

Como a nova Biblioteca e suas instalações apoiarão essa idéia grandiosa?

Alguém me disse certa vez que, na sala da diretoria de uma pequena igreja filial do meio-oeste americano, existe um esboço da igreja, feito por um arquiteto bem antes de o dinheiro para a construção ter sido arrecadado. A seguinte legenda foi datilografada abaixo do esboço: “Adiante do propósito, encontra-se o tangível.”

Em colaboração com os arquitetos da Biblioteca, que são da firma Ann Beha Associates, nós nos empenhamos para manter o propósito da Biblioteca sempre diante do pensamento. Esse propósito, por definição, inclui luz, sinceridade, acessibilidade e a remoção dos muros que mantiveram, por muito tempo, a vida e as idéias da Sra. Eddy escondidas do mundo. E, embora a humanidade tenha sentido o seu efeito transformador, chegou o momento de elas serem vistas e compreendidas.

Assim, os muros de concreto e granito foram fisicamente removidos, um jardim foi plantado e uma entrada de vidro foi projetada, para permitir que o sol da tarde avance por essa entrada e encoraje os transeuntes a olhar para dentro desse espaço, sem segredo nem mistério.

Ao mesmo tempo, o acervo de escritos e objetos que registra essa vida e essas idéias também precisava ver a luz do dia, tornar-se disponível e acessível. O confinamento desse material a um departamento particular da Igreja não transmitiria ao mundo a idéia de que o legado da Sra. Eddy é relevante e importante atualmente.

O propósito da Biblioteca, por definição, inclui luz, sinceridade e acessibilidade.

Com efeito, manter esse material confinado dessa forma, daria a entender que ele é de interesse exclusivo de um pequeno grupo de estudiosos ou membros de uma denominação religiosa. Isso poderia resultar em maior marginalização da Sra. Eddy, ou diminuição do valor da obra de sua vida e do seu legado, os quais, na verdade, pertencem a todos.

A Biblioteca não ocupará um espaço novo; ela ficará localizada num espaço que já existia, mas não estava sendo utilizado, no edifício d'A Sociedade Editora da Christian Science. Os custos de capital referemse à preparação e à adaptação daquele espaço, para que ele possa ser usado como biblioteca. Essa adaptação funcional incluirá uma renovação adequada do Saguão das Bandeiras (o antigo saguão do edifício da Sociedade Editora), a renovação e iluminação da antiga sala de vendas e a revitalização e o renascimento do Mapparium, na condição de importante ponto turístico de Boston.

A Biblioteca será uma contribuição significativa à praça da Christian Science, aberta e acessível ao público mesmo nos feriados. Ela foi projetada para ser um lugar agradável, de fácil circulação e acolhedor, não imponente ou que cause embaraço. Ela foi projetada para inspirar, não para impressionar.

Mas a Biblioteca não está limitada a um lugar, certo?

Certo. Por exemplo, durante a Assembléia Anual deste ano, milhares de pessoas participaram da pré-inauguração da Biblioteca e, com o site criado na Internet, elas têm acesso aos recursos da Biblioteca durante 24 horas por dia, tanto aqui em Boston quanto em suas casas, em países do mundo inteiro. Essa é a maravilha da tecnologia atual. Essas idéias pertencem ao mundo e, por esta razão, devem estar disponíveis em tantos locais quantos a tecnologia possa alcançar.

Quais são as implicações, com relação aos direitos autorais, da criação de uma biblioteca destinada ao público?

Em seu testamento, Mary Baker Eddy deixou os bens que lhe restavam, inclusive seus direitos de propriedade intelectual (direitos autorais, marcas registradas, etc.) para A Igreja Mãe. O Conselho de Diretores da Christian Science, na condição de fideicomissários, de acordo com a determinação de Mary Baker Eddy, tem a responsabilidade e a obrigação de preservar cuidadosamente e administrar adequadamente os bens deixados a seus cuidados. Eles incluem as centenas de milhares de páginas dos escritos inéditos da Sra. Eddy.

Em 1976, o Congresso norteamericano promulgou uma lei que acabava com a proteção perpétua de direitos autorais sobre obras inéditas, e estabelecia um prazo padrão para essa proteção. Para que a situação dos escritos inéditos, como aqueles que se encontravam nos arquivos da Igreja, fosse regularizada, o Congresso prorrogou todos os direitos autorais existentes sobre essas obras até 31 de dezembro de 2002, e especificou que, se o detentor do direito autoral divulgasse quaisquer dessas obras antes do fim de 2002, esse direito autoral seria estendido até 2047.

A divulgação pode ser realizada tanto pela impressão e distribuição de livros, quanto pela colocação do material inédito em uma biblioteca, à disposição do público em geral. Somente uma pequena parte desse material foi publicada em biografias da Sra. Eddy, com a autorização d'O Conselho de Diretores da Christian Science.

A Biblioteca Mary Baker Eddy abrigará cerca de 10.000 livros, cartas e escritos inéditos.

A Biblioteca Mary Baker Eddy estará aberta e acessível ao público, funcionando em horários regulares, oferecendo instalações de acesso público e utilizando sistemas padrão de catalogação. De acordo com as normas que regulamentam bibliotecas públicas, a Biblioteca Mary Baker Eddy se enquadra na categoria de tamanho e manutenção modestos, pois abrigará aproximadamente 10.000 livros. Para fins de comparação, a Biblioteca Pública de Boston possui em seu setor de biblioteca circulante um acervo de 1.040.000 livros, e uma de suas filiais possui uma média de 57.000 livros.

Por que foi decidido fazer a divulgação para assegurar a proteção dos direitos autorais? Não seria mais simples manter esse material no cofre?

A manutenção do material em um cofre, embora pareça ser uma alternativa para resguardar a sua confidencialidade, resultaria, na verdade, na perda dos direitos autorais e conseqüentemente no risco de acontecer exatamente o contrário.

Isso ocorre porque a maior parte do material é composta de cartas que a Sra. Eddy escreveu. Durante seus últimos anos de vida, e principalmente após o seu falecimento, essas cartas foram compradas pel'A Igreja Mãe ou doadas à Igreja pelos respectivos destinatários, ou por seus herdeiros e espólios. No caso dessas cartas doadas, foram entregues aos doadores cópias dessas cartas. Devido ao fato de existirem cópias dessas cartas fora dos arquivos, esse material cairia no domínio público, se não fosse tomada uma providência para assegurar mais alguns anos de divulgação com exclusividade. Da mesma forma, se não fosse tomada nenhuma providência, qualquer pessoa poderia divulgar cópias dessas cartas, sem a necessária menção da correspondência ou dos fatos que lhe deram origem, e sem o contexto em que ela se insere, o que será fornecido pel'A Biblioteca Mary Baker Eddy.

Não existe nenhum perigo de que algum documento seja perdido, roubado ou danificado, quando as pessoas tiverem acesso a esse precioso material?

Não. Por ocasião de sua abertura ao público, a Biblioteca já disporá de cópias eletrônicas e em papel de todos os escritos da Sra. Eddy e de alguns outros documentos históricos do acervo. Também transcrevemos alguns documentos escritos pela Sra. Eddy, para facilitar a leitura e a pesquisa. O público terá acesso a essas cópias (em papel e eletrônicas) e poderá visualizá-las em livros e por meio dos computadores localizados no terceiro e quarto andares. Para facilitar a leitura, as cópias serão acompanhadas por uma transcrição.

Os documentos originais serão conservados cuidadosamente em cofres seguros e com temperatura controlada. Os originais serão fornecidos a pesquisadores, somente quando houver uma necessidade legítima de ver ou examinar o documento físico real. O mesmo se aplica aos objetos expostos na Biblioteca.

Dessa maneira, o manuscrito original será disponibilizado somente mediante solicitação e por um bom motivo. Um funcionário da Biblioteca permanecerá no recinto enquanto o pesquisador examinar o documento. Os visitantes deverão deixar sua bagagem, pastas, casacos e canetas num guarda-volumes fora da área de pesquisa.

Considerando que a maior parte desse material inédito é constituído de cartas da Sra. Eddy, será que ela gostaria que estas fossem divulgadas?

Existem muitas referências nas cartas da Sra. Eddy que associam a compreensão dos fatos de sua vida à compreensão e ao êxito da Christian Science.

Com muita sabedoria, porém, ela percebeu o perigo inerente de transformar a sua história pessoal no ponto principal durante a sua vida, quando muitos de seus seguidores poderiam facilmente voltar-se para a adulação pessoal de sua Líder e quando seus críticos procuravam uma oportunidade para denegrir sua reputação.

Em 1891, ela escreveu a Augusta Stetson: “Oh, a maravilha da minha vida. O que se pensaria dela se uma milionésima parte de seus detalhes fossem conhecidos? Mas isso não pode ser agora. Levará séculos para isso” (Documento H00013, carta à Sra. Augusta E. Stetson, 28 de abril de 1891).

As reminiscências de Adam H. Dickey são reveladoras nesse sentido. A certa altura ele escreve: “Eu sabia que a Sra. Eddy tinha aversão a ter sua vida particular divulgada perante o público. Eu também sabia que, por várias vezes, outras pessoas lhe haviam feito a proposta de escrever sobre a história de vida dela e sobre suas experiências, mas ela recusou-se firmemente a considerar todas elas. 'Ainda não chegou o momento de escrever sobre minha história' era sua resposta a propostas desse tipo.” (Reminiscências de Adam H. Dickey, 1927, p. ix).

Talvez as últimas palavras de Mary Baker Eddy sobre esse aparente paradoxo tenham sido escritas por Adam Dickey em 1909: “Quanto a escrever minha história. Não é para ser feito enquanto estou aqui na terra”. Depois disso, em seu testamento a Sra. Eddy deixou todas as suas cartas, manuscritos, correspondência, revisões, álbuns de recortes e cadernos de anotações sob a custódia de sua Igreja.

Existe algum artigo no Manual da Igreja que se refira à divulgação desses documentos de natureza pessoal da Sra. Eddy?

O Artigo 1°, § 6°, do Manual da Igreja estabelece claramente que O Conselho de Diretores da Christian Science deve gerir os negócios d'A Igreja Mãe. Nesse caso, são eles que devem tomar as decisões relativas à administração da propriedade intelectual da Sra. Eddy, ou seja, de seus escritos. E o Conselho se encarrega de aplicar o Manual da Igreja à situação em questão.

Os membros da Igreja perguntaram se a divulgação de qualquer uma das cartas particulares da Sra. Eddy, não estaria em conflito com o Artigo 22, § 8°, intitulado “Comunicados Particulares”. Vários aspectos a respeito desse artigo precisam ser conhecidos. Em primeiro lugar, ele se enquadra na categoria dos artigos estatutários conhecidos como “cláusulas de anuência”. Trata-se de um princípio legal, bem fundamentado, que estabelece que, quando é fisicamente impossível cumprir as condições especificadas pela pessoa designada (nesse caso, a Pastora Emérita), então o próximo em termos de autoridade (nesse caso, O Conselho de Diretores da Christian Science) assume essa competência.

Há mais de setenta anos o Conselho de Diretores da Christian Science divulga cartas inéditas da Sra. Eddy, as quais se enquadram na categoria de “comunicado estritamente particular” estabelecida no § 8° do Artigo 22. Muitas dessas cartas aparecem nos três volumes da biografia da Sra. Eddy escrita por Robert Peel, bem como nos livros de outros biógrafos.

A própria Sra. Eddy autorizou a divulgação dessas cartas. Em 1907, ela suspendeu aquele dispositivo do Manual, para permitir que suas cartas particulares fossem apresentadas como prova na ação judicial conhecida como “processo dos curadores”.

A princípio, a Sra. Eddy estabeleceu essa regra como uma advertência severa aos membros, para que estes resistissem à tentação de divulgar de maneira insensata suas conversas com ela, ou a correspondência particular trocada com ela, e para que eles não usassem as cartas e conselhos dela para favorecer as próprias opiniões e causas pessoais. Entretanto, não existe nenhuma evidência nos registros, de que ela alguma vez tivesse pretendido que esse artigo do Manual regulamentasse a divulgação desse material após o seu falecimento; além disso, existem algumas indicações de que sua preocupação em incluir esse artigo foi de caráter emergencial, não histórico.

Contudo, o Conselho, devido a um processo que começou há uma década, revisou, freqüentemente mais de uma vez, cada carta e cada texto escrito pela Sra. Eddy. Esse Conselho tem aplicado os Estatutos da Igreja e o espírito desses Estatutos a essa revisão ao administrar esse importante assunto da Igreja.

Na carta que serve de prefácio ao Manual da Igreja, a Sra. Eddy deixou claro que os Estatutos foram escritos “segundo o requeriam as circunstâncias. Surgiram da necessidade, da lógica dos acontecimentos — de situações que os reclamavam urgentemente como auxílio indispensável para manter a dignidade de nossa Causa e defendê-la....”

Teria esse artigo do Manual o objetivo de ser aplicado somente aos documentos que a Sra. Eddy classificasse como “estritamente particulares”?

Na verdade, existe menos de uma dúzia de documentos classificados dessa forma num total de mais de 26.000 cartas. Portanto, ele provavelmente é mais abrangente. Será que cartas confidenciais ou estritamente particulares permanecem com essa característica para sempre? Ou será que o tempo modifica essa condição? Por exemplo, existem várias cartas que estão identificadas como “estritamente confidencial”, que se referem a entrevistas ou aulas com a Sra. Eddy. Após a entrevista ou o compromisso terem ocorrido, deveria a carta ainda ser considerada estritamente confidencial ou particular?

A Sra. Eddy tinha muito a dizer sobre a natureza do bem e do mal, sobre a tristeza e o consolo.

Os acontecimentos de 11 de setembro tiveram um efeito profundo na humanidade. Será que a Biblioteca poderá ser de utilidade com relação a essas necessidades atuais?

Sem dúvida. A Sra. Eddy tinha muito a dizer em seus escritos, publicados e inéditos, sobre a natureza do bem e do mal, sobre a guerra e a paz, a vida e a morte, a tristeza e o consolo e, naturalmente, sobre Deus como o Princípio governante em nossa vida. Ela, pessoalmente, deparou-se com eventos e circunstâncias que alcançaram a magnitude e a importância dos acontecimentos que o mundo enfrentou em setembro passado. Durante sua vida, os Estados Unidos viram-se tristemente divididos por uma guerra civil. Três presidentes foram assassinados. Outras guerras começaram ou ameaçaram eclodir. É importante lembrarmos que a vida da Sra. Eddy (1821-1910) se desenrolou durante os governos de James Monroe a William Howard Taft, e incluiu figuras históricas como Abraham Lincoln, Andrew Jackson, Theodore Roosevelt e William McKinley. No caso desses dois últimos, a correspondência da Sra. Eddy mostra um compromisso pessoal da parte dela.

A reação da Sra. Eddy aos desafios e oportunidades da condição humana não está limitada à história vitoriana do século XIX, nem pode ser confinada em um arquivo. Ela estava evidentemente resolvendo o problema do ser e aplicando, a cada fase da vida, a Ciência que ela havia descoberto.

Não somente os documentos deixados pela Sra. Eddy demonstrarão sua utilidade em relação aos acontecimentos atuais, como também sua Biblioteca. A Biblioteca Mary Baker Eddy sediará e patrocinará programas e eventos para a comunidade, de formas que estejam em consonância com o seu arrojado propósito de “colaborar para a busca universal pela espiritualidade e pela ciência do ser, assim como o seu efeito sobre a saúde e o progresso humano”. Esse é um maravilhoso e oportuno recurso para o mundo ter à sua disposição. E não há época melhor do que o início de um novo século, e de um novo milênio, para compartilhar esses recursos preciosos.

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