Acho que todos os pais gostariam de ter no armário de sua casa uma panacéia, ou seja, um remédio para todas as doenças, acidentes ou infortúnios que a família pudesse enfrentar. Mas a maioria de nós sabe que nāo existe nenhum comprimido, pomada ou curativo que possa resolver todos esses problemas.
Porém, descobri que há um remédio que pode ser aplicado a todos os males, e que ele é conhecido há milhares de anos. O versículo 1 do Salmo 46 fala sobre esse método de cura infalível: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações". Mas, como Deus pode nos ajudar a cuidar da nossa família?
Para aplicar o cuidado espiritual na educação dos meus filhos, tive de entender melhor quem Deus é e o que Ele faz. Precisei compreender profundamente que Deus é Amor e que está sempre presente. Sentir essa presença do Amor comigo (e eu acredito que essa presença está sempre conosco) é reconhecer que Deus está tomando conta de tudo, de uma maneira terna, inteligente e poderosa.
Certa vez eu estava no hall de entrada de nossa casa e a minha filha Elissa, que na época tinha seis anos e estava no andar de cima, resolveu descer a escada para encontrar-se comigo. Ela tropeçou no primeiro degrau, bateu contra a parede e veio rolando escada abaixo uns doze degraus até cair no chāo chorando muito.
Quando eu e o meu marido, John, corremos até ela, já estávamos orando. Nossas orações rapidamente afastaram o medo e a sensação de impotência que queriam tomar conta de nós, e nos mantiveram numa atmosfera de paz e tranqüilidade. Então, pudemos orar com certa autoridade, sabendo que o cuidado de Deus pela nossa filha continuava em ação e era, em realidade, ininterrupto, apesar da situação que havíamos presenciado e do estado da menina.
Cantamos para Elissa um hino que conhecíamos bem, que nos fez lembrar que os "braços" do Amor divino, isto é, o poder de Deus, nos envolviam, e que nenhum de nós poderia jamais cair e, dessa forma, estar fora do alcance do terno abraço do Amor. Ela logo parou de chorar e pudemos constatar que não apresentava nenhum sinal de fratura, corte ou ferimento. Parecia que ela havia caído sobre uma almofada macia. Ela sorriu, como que reconhecendo que estava perfeitamente bem.
Naquele momento, o meu filho Henry, que é três anos mais novo do que Elissa, veio para o meu colo. Ele estava especialmente quieto naquela noite, e assim que eu o abracei, ele vomitou. A cena era tão absurda que era difícil não rir. Havíamos acabado de constatar a maravilhosa proteção que nossa filha havia tido por meio da oração. Como é que o nosso filho poderia estar menos protegido pelo Pai-Mãe celestial do que a nossa filha? Como poderia o Amor ser infinito se não atendesse a pequenina necessidade de uma criança?
Ainda falta muito para conseguirmos mostrar que essa verdade é válida para todas as crianças do mundo, mas eu e o John tomamos uma firme posição quando oramos por nossos filhos, ao reivindicar a proteção de Deus para o mundo todo. Porém, naquele momento, ambos reconhecemos claramente que cada um de nós estava na presença de Deus.
Sabíamos que, de acordo com a lei de Deus, Henry tinha de estar livre do problema de saúde, da mesma forma como Elissa tinha ficado livre dos efeitos da queda. Logo que nos conscientizamos dessa verdade, a aparência e a temperatura do menino se normalizaram. Ele voltou a se comportar como aquele garoto ativo que conhecíamos.
O fato de essas duas situações terem sido resolvidas tão rapidamente não foi algo miraculoso nem inesperado. Começamos a perceber com freqüência que Deus estava sempre presente para atender às necessidades de nossos filhos. Com a oração, nós estávamos abrindo nosso pensamento para reconhecer o cuidado constante do Amor divino, que se expressa em saúde e cura.
Volvermo-nos a Deus como primeira opção não parecia simplesmente normal, mas também prático. Essa atitude nos permitiu acesso a ajuda imediata em diversas ocasiões, como quando um dos filhos acordou no meio da noite sentindo muita dor de ouvido, ou quando desmaiou de dor depois de uma colisão num jogo de futebol, ou mesmo quando um deles foi mordido pelo cão do vizinho. A oração trouxe alívio imediato e cura nessas situações. Nós continuamos aprendendo que Deus está sempre presente e que Ele constitui todo o poder que existe.
Existem muitas outras aplicações para esse contínuo reconhecimento de que Deus realmente está sempre conosco. Nós observamos que há uma forte correlação entre o fato de nossos filhos se sentirem amados e protegidos (quer eu ou o meu marido estejamos ou não presentes) e a demonstração que eles dão de possuir um nível saudável de auto-estima, respeito próprio e de tomar decisões responsáveis, nesse período da adolescência em que eles se encontram, quando a pressão por parte dos amigos é intensa. Nossos filhos também aprenderam a orar quando enfrentam situações difíceis como provas na escola, comentários negativos de colegas, quando deixam de ser indicados para alguma atividade que desejam, ou quando enfrentam situações envolvendo contágio ou acidentes. E eles estão encontrando a solução para esses problemas com a ajuda da oração.
Passei a compreender que o cuidado de Deus não é reativo, mas sim proativo. Deus, que é nosso Pai-Mãe, nos vê como os Seus filhos. Pelo fato de Deus nos reconhecer como filhos amados, nossa identidade nunca deixa de estar completa e saudável. Quando nos deparamos com um ser humano doente, desanimado ou abatido, somos impelidos a nos volver com maior sinceridade para nosso Pai-Mãe, cujo amor nos ajuda a conhecermos a nós mesmos e aos outros de modo mais profundo e espiritual. Cada cura que temos, cada evidência da proteção de Deus que percebemos, nos ajuda a vermos a nós mesmos através de lentes espirituais, como filhos eternamente belos e Todos nós somos capazes de descobrir, cada um no seu próprio andamento, que a nossa identidade está de acordo com a realidade espiritual, que não pode ser prejudicada nem afetada pelos problemas que possamos vir a enfrentar neste mundo.
O ministério de Jesus incluía a cura das crianças. Com efeito, o seu ministério abrangia as mais diversas formas da carência e da aflição humanas. Ele falava com todo o entusiasmo que Deus cuida de nós muito melhor do que qualquer pai ou mãe humanos conseguiriam fazê-lo. Ele nos exortou a conhecer melhor o nosso Pai celestial por meio da oração e disse aos seus seguidores: "... orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus ... o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" (Mateus 6:9, 11).
Para que possamos entender melhor essa oração, o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy dá a seguinte interpretação dessas frases: "Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso, ... Dá-nos graça para hoje; alimenta as afeições famintas" (PP. 16, 17). Essa é uma oração que todos os pais podem fazer, uma oração que reconhece a harmonia ininterrupta e imperturbável do único Pai-Mãe. Por meio da oração podemos passar a confiar nesse único Pai-Mãe, que cuida de todos os Seus filhos, concede a Sua graça a cada momento e satisfaz a todas as nossas necessidades.
