Ao raiar da década de 1960 O Arauto da Christian Science já estava presente na América Latina e Europa. Era chegada a vez das nações do imenso continente asiático.
Em janeiro de 1960, O Conselho de Diretores da Christian Science pediu a Helen Wood Bauman, redatora de todas as revistas publicadas na época pela Sociedade Editora da Christian Science, e a George Nay, redator adjunto do Arauto, que investigassem a possibilidade de produzir uma revista asiática, semestral.
Pesquisaram as várias língüas da região e ocorreram muitas discussões para decidir quais deveriam ser incluídas na nova revista multilíngüe. O número de idiomas escolhidos era importante, pois, se cada um recebesse igual tratamento, determinaria o número de páginas da publicação. As propostas variavam entre três e quatro língüas, embora o relatório escrito por Helen e George deixasse claro que não seria possível abranger essa vasta região do mundo com apenas quatro idiomas.
As opções consideradas foram chinês mandarim, japonês, malaio, hindi, drávida, urdu, bengali, guzarate e tâmul. No dia 26 de abril de 1960, George Nay escreveu com muita convicção ao Conselho de Diretores que os planos para a edição asiática estavam progredindo e que vários problemas de design haviam sido resolvidos. Foi aí que as regulamentações postais brecarem o projeto. A franquia de ítens enviados por segunda classe se aplicava somente a periódicos publicados quatro ou mais vezes por ano. Como a edição asiática só seria publicada duas vezes por ano, ela não poderia ser enviada com essa tarifa.
Enquanto pensavam sobre o assunto, o Conselho de Fideicomissários da Sociedade Editora da Christian Science continuava a examinar outros custos associados à nova publicação. Os Fideicomissários começaram a questionar a sabedoria desse projeto. Em primeiro lugar, só havia uma pequena demanda local por essa revista. Isso queria dizer que não podiam contar com a costumeira rede de distribuição, as Salas de Leitura. Além disso, em seus nicados com os Fideicomissários, o Conselho de Diretores havia deixado claro o desejo de a revista ser apoiada por pessoas que falassem as lingüas locais e não por Cientistas Cristãos americanos. Até então, muitos americanos assinavam O Arauto para promover seu trabalho missionário no estrangeiro.
Em 26 de maio de 1960 os Fideicomissários concluíram que precisavam usar de cautela. Escreveram aos Diretores: "Queremos enfatizar que nossas razões neste momento não são meramente financeiras, mas estão baseadas em nossas responsabilidades de publicação, levando especialmente em conta o tipo de resultados que podemos esperar quando acatamos regras e práticas sábias de publicação. Chegamos à conclusão definitiva que um Arauto multilíngüe para a Ásia não seria sábio e nao deveria ser publicado no momento." Embora Helen e George ainda quisessem produzir a nova edição, os Diretores indicaram aos Fideicomissários que as decisões quanto ao novo Arauto poderiam ser proteladas até o outono.
Em dezembro de 1960, os Diretores estavam propensos a aprovar a publicação de quatro Arautos, mas davam preferência às edições em japonês e indonésio. Os arquivos não explicam o porquê dessa escolha, mas um aspecto importante foi, sem dúvida, o fato de haver igrejas e Salas de Leitura da Christian Science na Indonésia e no Japão. Ao ser avisado, Nay instou para que "começassem com indonésio e japonês e avisassem que o hindi seguiria”.
No dia 17 de março de 1961, os Diretores pediram especificamente que as edições do Arauto em japonês e indonésio começassem com o número de 1º de janeiro de 1962.
Devido aos regulamentos governamentais da Indonésia, a revista precisava ser examinada pela censura. Felizmente, a revisão e a aprovação da censura não tardaram. As páginas da revista foram tipografadas na Indonésia e depois devolvidas aos Estados Unidos para impressão. Além disso, como não era permitida a transferência de dinheiro para fora da Indonésia, qualquer lucro obtido com as vendas teria de permanecer no país e ser usado para promover a Christian Science na Indonésia.
Naquela época, Adele Blok começou a desempenhar um papel importante no progresso da Christian Science e do Arauto. Adele e outros Cientistas Cristãos muito fizeram para obter a aprovação do governo para que fossem publicados os artigos no primeiro número do Arauto e nos seguintes. Com a ajuda dos trabalhadores na Indonésia, a revista trimestral cumpriu o prazo de janeiro de 1962.
O Arauto indonésio continuou a ser publicado sem muitas alterações até a década de 1990. A revista ganhou, então, um novo design e o idioma inglês foi eliminado. Isso permite responder mais especificamente às necessidades do país e dos que buscam a espiritualidade, seja qual for a religião predominante no Estado. A razão dessa mudança provinha do desejo do Conselho de Diretores de que as revistas fossem publicadas para os leitores do idioma local.
Durante pouco tempo, um programa de rádio foi transmitido na Indonésia, cujo enfoque principal era a Lição Bíblica semanal do Livrete Trimestral da Christian Science. Os programas foram cancelados quando a lgreja reduziu suas atividades radiofônicas.
Nos fins da década de 1990, O Arauto indonésio passou a ser impresso na Indonésia e os Cientistas Cristãos nesse país começaram a ter mais poder decisivo quanto ao design e ao conteúdo editorial da revista.
UMA MULHER QUE FEZ DIFERENÇA
Ao conversar com Cientistas Cristãos indonésios sobre O Arauto da Christian Science, mais cedo ou mais tarde o nome de Adele Blok virá à baila. Talvez mais do que qualquer outra pessoa, ela levou os ensinamentos da Christian Science aos indonésios.
Como aconteceu em outros países fora dos Estados Unidos, cultos e reuniões da Christian Science eram realizados por pessoas que tinham ido à Indonésia a negócios, a turismo ou como colonizadores. Como a Indonésia era uma colônia holandesa, os holandeses tiveram grande influência no país. E Carl Winkel, cujo relato aparece nesta seção, conta a participação dos indonésios nos cultos em inglês e holandês.
Adele Blok buscara a espiritualidade durante muitos anos antes de conhecer a Christian Science. Seus pais eram holandeses, mas seus antepassados eram de diferentes nacionalidades e ela sempre ponderara qual seria seu lugar no mundo. Num artigo autobiográfico, ela escreveu: “Desde pequena, lembro-me que ouvia as orações do Islão proferidas das torres de mesquitas muçulmanas em nosso bairro. A reverência a Deus estava profundamente arraigada em minha herança indonésia, mas minha identidade ocidental exigia que eu compreendesse meu propósito no universo de Deus” (Adele Blok, “Search and Discovery in Indonesia” [Busca e descoberta na Indonésia] em Marcy Babbitt, Living Christian Science: Fourteen Lives [Viver a Christian Science: Quatorze biografias] (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, 1975, p. 4). Ela leu as obras de muitos professores de todas as religiões. Seus pais eram Protestantes, mas não muito religiosos.
Ao crescer, encontrou sua profissão na dança moderna e quis montar uma escola para jovens na Indonésia. Com esse propósito, ela e a irmã foram para a Áustria estudar música e dança. Isso ocorreu em 1938, quando as tropas de Hitler invadiram a Áustria e ela viu em primeira mão os resultados da violência e da repressão. Foram forçadas a viajar para Paris para continuar seus estudos e lá conheceram pessoas de diversas nações, raças e etnias. Mais tarde, Adele escreveu: “Cheguei à conclusão de que todos tínhamos os mesmos ideais. Os rostos e roupas eram diferentes, falávamos idiomas diferentes, mas nossa busca interior sempre almejava a igualdade entre as pessoas e um padrão universal de bondade” (Ibidem, p. 6).
Com o início da guerra, ela e a irmã voltaram à Indonésia e abriram uma escola de dança moderna. Quando a Holanda foi derrotada pelos alemães em 1940, a Indonésia não foi muito afetada, pois estava longe da mãe-pátria na Europa. Mas dois anos depois, em 1942, foi invadida pelo Japão e a Indonésia se tornou um país ocupado.
A essa altura, Adele e outros jovens viram-se perante um importante dilema: por um lado, a herança holandesa sugeria que deveriam apoiar a Holanda, mas por outro lado, perguntavam-se se a Indonésia não deveria ser uma nação independente. Pode parecer estranho que isso ocorresse enquanto a Indonésia estava sob o firme controle dos japoneses, mas Blok e os outros permaneceram firmes. Ela escreveu: “Com a ousadia fogosa da juventude e colocando a cautela de lado, minha irmã e eu proclamávamos nossas opiniões políticas. Os boatos circulavam. Fomos presas diversas vezes e interrogadas na prisão.”
Durante os três dias da primeira vez que esteve presa, não lhe deram de comer e foi colocada em reclusão solitária. Começou a pensar profundamente em Deus. “O que mais me ajudou foi um provérbio asiático: ’Considere o que os homens lhe fizerem como um ato de Deus para você e o que você fizer aos homens como um ato seu para Deus.’
Eu me perguntava: ’Por que Deus me fez isso?’ Eu sabia que Deus é bom, então deveria haver algo em mim que merecia esse tratamento. Examinando a mim mesma, encontrei várias razões. Eu era muito insatisfeita, mas meu defeito mais aparente era ingratidão pela vida... A beleza do universo, os céus, as árvores, os prados, eu nunca pensara nisso enquanto reclamava da vida. Não fora grata pela comida, muitas vezes a jogara fora; agora eu não tinha o que comer.
Comecei a purificar o coração e o pensamento e prometi a Deus que eu seria diferente. Uma noite percebi quão fútil era julgar os outros uma vez que toda a humanidade estava realmente unida em sua busca pela liberdade e pela felicidade. Decidi que, quando me soltassem da prisão, eu me dedicaria a ajudar a humanidade a se libertar da opressão. Eu não sabia como o faria, mas minha dedicação me fez sentir muita próxima a Deus” (Ibidem, p. 8).
Embora Adele e a irmã tivessem sido liberadas da prisão depois de serem interrogadas severamente pelos japoneses, continuaram a ser vigiadas. Muitos holandeses foram internados em campos de concentração e Adele e sua irmã foram interrogadas mais de uma vez.
Ela continuou a orar e a seguir a orientação de Deus, que inspirou a mudar para Jacarta. Isso significava deixar sua irmã para viver numa cidade muito populosa, onde o racionamento da guerra já criava faltas e não foi fácil dar esse passo. Mas Adele e duas de suas assistentes empreenderam a viagem. Teve muitas experiências em Jacarta, mas a mais marcante ocorreu quando foi presa pela polícia militar e enfrentou condições que a fizeram sentir que estava ficando louca: “Comprimida numa pequena cela com sete outras mulheres, com insetos rastejando por cima de tudo, cheguei muito perto de um colapso mental, passando por todas as fases de desespero, nojo, auto-comiseração, sempre com um argumento que se repetia: Desista! Você já viu o suficiente para saber que não existe justiça na terra e que não faz sentido tentar viver uma vida correta. Por que você não desiste e aceita o mal como a realidade? Ou então, libere-se da sua mente. Fuja da realidade, escape da consciência... De repente tive um vislumbre mental do que seria meu futuro se não resistisse à tentação de ficar louca. Naquele momento, quando decidi que nunca aceitaria que o mal é mais forte do que o bem, recobrei meu equilíbrio” (Ibidem, p. 11).
Adele foi logo transferida para outra prisão e depois permitiram que voltasse a Jacarta. Um dia, o pai de uma de suas alunas de dança comentou que a tinha visto sob guarda policial e perguntou se ela já tinha lido o livro de Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde. Em sua autobiografia, ela escreveu: “Pensava que já tivesse lido todos os livros sobre a metafísica, mas este eu desconhecia. Pedi o livro emprestado” (Ibidem, p. 11).
A jornada espiritual por entre as páginas de Ciência e Saúde forneceu respostas às muitas perguntas com as quais se debatera durante toda a vida. “Enquanto lia, ocorreram muitos momentos santos e inesquecíveis, durante os quais eu sentia que era filha de Deus e sabia que podia ver os demais em sua identidade verdadeira, como filhos de Deus. Com humildade eu abrira a porta do meu pensamento para começar a entender o Cristo.”
Quando compreendeu que, com o estudo desse livro, ela também poderia curar as pessoas espiritualmente, sentiu que finalmente encontrara um jeito de servir a Deus e ajudar a humanidade. “Mesmo um vislumbre dessas verdades, durante aquela primeira leitura, me pareceu tamanha revelação que eu saí correndo do quarto para anunciar às minhas assistentes: Encontrei a Verdade!
Minhas assistentes foram às bancas de livros usados e compraram vários exemplares de Ciência e Saúde e começamos a estudar esse lindo livro todos os dias. Pensávamos que era um livro antigo, algo esquecido. Mas aquilo que entendíamos parecia ser demasiado importante para ser perdido e sentíamos que muitas pessoas poderiam ser ajudadas. Decidimos começar uma igreja da Christian Science. Não sabíamos que a Sra. Eddy já tinha fundado um movimento mundial e que, em 1925, uma igreja da Christian Science já fora estabelecida em Jacarta, precedida por outras em Bandung e Surabaja” (Ibidem, p. 13).
Enquanto Adele e suas assistentes estudavam Ciência e Saúde, a guerra estava terminando e o grande movimento pela independência indonésia do jugo holandês estava começando. Em 1945, muitos Cientistas Cristãos holandeses foram soltos dos campos de concentração japoneses e deixaram o país. Quando a luta pela independência se intensificou, muitos mais foram embora. Durante esse período, Adele se reuniu com outros Cientistas Cristãos em Jacarta para reorganizar a Igreja de Cristo, Cientista, naquela cidade. Os primeiros cultos dominicais foram realizados na sua escola de dança em maio de 1946 e depois foram transferidos para outro local. Ela escreveu: “Quando todos os holandeses foram finalmente expulsos do país, a igreja já era suficientemente indonésia para sobreviver. Pude ficar porque já renunciara à minha cidadania holandesa e aceitara a nacionalidade indonésia e, aos poucos, mais indonésios começaram a freqüentar a igreja.”
Adele continuou a ser uma trabalhadora e sanadora incansável enquanto sua nação ganhava a independência no fim da década de 1940 e lidava com as dificuldades políticas e sociais que acompanharam esse processo. Ela ajudou a levar O Arauto da Christian Science e outra literatura religiosa a seu povo. Como professora e praticista da Christian Science, Adele foi um exemplo inestimável do amor altruísta pela humanidade e das bênçãos que provém de uma profunda dedicação a Deus.
AS EXPERIÉNCIAS DE UM COLONO HOLANDÊS
Durante muitos anos a Indonésia esteve sob o governo holandês e um dos colonos foi Carl Winkel, que agora reside nos Estados Unidos. Ele vivia em Jacarta no tempo da luta indonésia pela independência. Neste artigo ele conta suas experiências no dia em que foi proclamada a independência e noutra ocasião em que estava passeando com sua esposa em Jacarta.
Em Jacarta tínhamos cultos dominicais em inglês pela manhã e em holandês à tarde. Nas quartas-feiras alternávamos: uma quarta-feira em inglês e outra em holandês.
O dia da independência caiu numa quarta-feira e disseram a nós europeus que deveríamos ficar em casa, pois ninguém sabia o que iria acontecer, se a transição seria pacífica ou não. No começo não sabíamos o que fazer sobre a reunião de testemunhos de quarta-feira, mas sentimos que deveríamos realizá-la. Para chegar à igreja, eu tinha de passar pelo palácio presidencial, e senti que precisava orar por minha segurança, pois haveria muita atividade no local. Orei com a idéia de que “todos amam todos”. Eu sabia que a proteção divina sempre está presente, mas estava nervoso.
Aí disse a mim mesmo: “Porque não elevo meu pensamento ainda mais alto? Em vez de me preocupar com o que está acontecendo nas ruas, posso afirmar minha unidade com Deus e saber que nunca posso estar separado dEle.”
Precisava sair de casa aproximadamente na mesma hora em que Sukarno, o novo Presidente da Indonésia, estaria fazendo um grande discurso em frente ao palácio. Eu sabia que haveria muitas pessoas no local, mas pensei que assim que Sukarno começasse o discurso tudo se aquietaria.
No entanto, o discurso de Sukarno foi bem curto e, quando me aproximei daquela parte da cidade, havia milhares de indonésios e eu estava bem no meio deles. Mas ninguém prestou atenção em mim e eu me senti como se fosse invisível. Fui à igreja sentindo-me muito feliz por ter chegado sem nenhum problema e tivemos uma reunião maravilhosa.
Noutra ocasião, minha esposa e eu estávamos a caminho do culto dominical da tarde. Eu estava com todo o dinheiro arrecadado na coleta do culto da manhã e, como era Primeiro Leitor, carregava também os meus livros e tudo o que precisava para conduzir o culto. Tomamos uma betja, um taxi de três rodas, para visitar uns amigos antes da igreja. Duas pessoas sentam-se na frente e o condutor pedala atrás. Quando entrei na casa de nossos amigos, percebi que havia deixado meus livros e o dinheiro na betja. Meu tio imediatamente me levou à delegacia para que eu desse parte do ocorrido. O policial riu e disse: “Um dono de betja? Essa cambada rouba o que pode. Isso tudo está perdido.”
Eu não quis aceitar esse pensamento de que essas pessoas são ladras. Quando voltamos à casa de nossos amigos, minha esposa e eu afirmamos que a natureza de todos é espiritual e boa e que ninguém é condenado a ser ladrão. Todas as pessoas são feitas à semelhança de Deus.
Um dos convidados disse: “O que está fazendo esse condutor de betja aí fora? Ele fica percorrendo a rua de cima para baixo o tempo todo.” Eu concluí que esse era o dono da betja que nos havia conduzido até ali, mas não se lembrava em que casa nos deixara. Fui encontrá-lo e ele estava com tudo. Nada tinha sido roubado.
Vivi três anos e meio na Indonésia antes de me mudar para os Estados Unidos. Valorizo imensamente minha experiência naquele país, pois aprendi muito sobre Deus durante aquela época.
O ARAUTO ME AJUDOU A VENCER A RAIVA
Há algum tempo, um de meus colegas começou a fofocar a meu respeito. Fiquei com muita raiva porque as histórias que ele contava não eram verdadeiras. Em vez de ser caridoso e gentil, disse palavras ríspidas àquela pessoa.
No dia seguinte, ainda sentindo raiva, fui levado a ler um número antigo da edição indonésia do O Arauto da Christian Science. Simplesmente o peguei, sem saber do que aquele número se tratava. Encontrei um artigo intitulado “A ira não é natural para o homem” — justamente o que eu estava precisando.
Ao ler o artigo a raiva se esvaneceu. A autora escreveu: “Ceder à ira exige de nosso bem-estar físico e mental uma penalidade alta, porque viola a lei divina da perfeita harmonia. Contudo, esse sofrimento pode ser evitado pela purificação do pen samento. A consciência do Cristo, mantida no equilíbrio do Amor, expressa a saúde perfeita” (edição de abril — junho, 1963, p. 20).
Reconheci que minha ira tinha de fato me punido e afetara minha saúde. Eu estava com dificuldade em respirar, tinha dores de cabeça e me sentia tonto, irritado e cansado. No artigo, a autora explicava que em certa língüa a mesma palavra significava ira e veneno. Enquanto ela crescia, ouvia os adultos usando uma expressão coloquial sobre a raiva que, quando traduzida, queria dizer: “Estou comendo veneno”, ou “Um veneno está me comendo”.
Por experiência própria, entendi exatamente o que a expressão queria dizer. E as idéias do artigo me curaram, até mesmo da dor que acompanhava a raiva. O aspecto mais maravilhoso dessa cura foi que, quando encontrei meu colega de novo, já não sentia mais ressentimento ou ódio. Estava curado. Eu o cumprimentei primeiro e me senti liberado de toda a situação. Somos amigos até hoje.
Para mim, ler O Arauto e ponderar as verdades nele contidas, me habilitam a dedicar meus pensamentos àquilo que é certo e bom. Então, posso amar meu próximo como a mim mesmo. Sou capaz de expressar gentileza, orar efetivamente e receber inspiração divina.
A edição indonésia do Arauto está em circulação em meu país há quarenta anos. Estou certo de que ela trouxe ao nosso país a graça que nos leva à salvação. Seus artigos, durante todos esses anos, continuam a trazer paz, calma e uma atmosfera de cura que certamente ajudam os leitores a resolver os seus problemas.
Jacarta, Indonésia
ALGUNS ACONTECIMENTOS MUNDIAIS IMPORTANTES
Muitos consideram a década de 1960 como um período de tumulto político e social e até de revolução em vários países. Por exemplo, em 1965 na Indonésia, um complô militar ameaçou o governo do presidente Suharto; de 1966—1969 a Revolução Cultural na China alterou a educação, o governo e até o dia-a-dia das pessoas; e nos Estados Unidos a resistência crescente à Guerra do Vietnã e a luta pelos direitos civis dos negros teve um impacto significativo. Nesse ínterim, outra revolução estava acontecendo: A ARPAnet, a rede de computadores militares e governamentais desenvolvida nos fins dos anos 60 foi a precursora da Internet de hoje.
1960
•O Parlamento canadense estabelece a Carta de Direitos para seus cidadãos, a qual, em 1982, torna-se o Capítulo de Direitos e Liberdades Canadense
•Tradução de Ciência e Saúde para o italiano
•Estabelecida a Associação Européia de Livre Comércio
1961
•Yuri Gagarin, cosmonauta soviético, é o primeiro homem no espaço
•E construído o Muro de Berlim
•Chip de silicone patenteado pela empresa Texas Instruments, nos E.U.A.
1962
•Papa João XXIII inaugura o Concílio Vaticano II, que modernizará a Igreja Católica
•Publicação dos primeiros números do O Arauto da Christian Science em indonésio e japonês
1963
•Valentina Tereshkova, cosmonauta soviética é a primeira mulher no espaço
•Tradução de Ciência e Saúde para o português
•Nova Guiné Ocidental (agora chamada Irian Jaya) é colocada sob o controle da Indonésia pela ONU
1964
•O grupo de rock “Os Beatles” se apresenta no show de televisão de Ed Sullivan e a “Beatlemania” invade a América do Norte
•Publicação do primeiro número do Arauto em grego
1965
•Early Bird, o primeiro satélite comercial de comunicação, transmite programas de televisão entre a Europa e os E.U.A.
•A Comunidade Européia resulta da unificação da ECSC (Comunidade Européia do Carvão e do Aço), da EURATOM (Comunidade Européia de Energia Atômica) e da EEC (Comunidade Econômica Européia)
1967
• Israel ataca o Egito, a Jordânia e a Síria na Guerra dos Seis Dias
1968
•Os E.U.A. lançam o primeiro foguete com tripulação a entrar em órbita lunar
1969
• É iniciada a discussão entre os E.U.A. e a antiga União Soviética sobre o Acordo para Limitação de Armas Estratégicas, cujo propósito é limitar o estoque de mísseis nucleares de cada nação
•Acordo para que Irian Jaya continue a fazer parte da Indonésia
• Os astronautas norte-americanos Neil A. Armstrong e Edwin E. Aldrin Jr. tornam-se os primeiros seres humanos a aterrissar na lua
