Melissa Bradley é proprietária da New Capitalist, em Nova Iorque, uma empresa de consultoria. Melissa também é fundadora do TEDI, Instituto para Desenvolvimento Empresarial, entidade sem fins lucrativos, que ajuda jovens a se tornarem empresários.
é filho de brasileiros, nasceu e cresceu nos Estados Unidos, está na faculdade e quer montar seu próprio negócio. Por isso, nós o convidamos para que entrevistasse Melissa Bradley.
O que a inspirou a formar uma empresa?
Tive duas fontes de inspiração. Primeiro, minha mãe, que me encorajou muito, dizendo que eu era capaz de fazer o que quisesse, mesmo se não fosse algo tradicional. Segundo, minha experiência no mundo americano das corporações, quando reconheci que meu conhecimento poderia ser transferido para um negócio meu.
Você diria que para criar um negócio próprio é preciso ter um espírito de aventura e de ser capaz de correr riscos?
Definitivamente. Além disso precisa saber o que gosta de fazer.
O que você diria a alguém que quer começar uma empresa?
A primeira coisa é descobrir o que é que você quer fazer e se você quer fazê-lo todos os dias durante muito tempo. A segunda é decidir se isso é algo pelo qual as pessoas pagariam. A terceira é ter bons conselheiros por perto. Criar uma empresa não é tão difícil quanto parece, mas requer tempo, paciência, honestidade, responsabilidade e um pouco de dinheiro para começar.
O que é que lhe dá maior satisfação como proprietária de uma empresa?
Posso controlar meus horários e controlar a cultura corporativa da qual quero ser parte. Tenho, também, a flexibilidade de criar um ambiente agradável para mim e para meus funcionários.
Como é que sua espiritualidade influenciou o desenvolvimento de sua empresa?
Permitiu que eu manifestasse o que creio ser meu papel aqui na terra. Acho que todos nós, num dado momento, nos perguntamos: “Qual é o meu propósito”? E reconheço que meu propósito é o de ajudar as pessoas a ter êxito profissional nesta sociedade capitalista, fornecendo a elas educação, oportunidade e investimento para que possam gerenciar e desenvolver suas próprias empresas. Minha empresa é a implementação do que acredito ser meu chamado mais elevado.
O segundo aspecto é que ela influencia a maneira como trabalho e trato as pessoas. Fazemos negócio com as pessoas quando sentimos que elas se pautam pelas mesmas regras e pela mesma ética. Não estamos tentando construir companhias ou organizações que destruirão outras empresas ou o meio ambiente. Estamos realmente construindo organizações que ajudarão a comunidade.
Que tipos de empresa você ajudou a começar?
Uma variedade, mas mencionarei alguns. Há produtoras de cinema que estão fazendo filmes com mensagens responsáveis de teor social e ecológico. Jovens transmitem mensagens de como tratar os jovens, respeitá-los e mostrar a eles que eles têm o controle. Outra empresa está ajudando a criar outros fundos de investimento que invistam em companhias com responsabilidade social. Agora estamos trabalhando com uma companhia que emprega ex-presidiários e lhes ensina meios altamente tecnológicos de produzir mídia para que possam fazer produção em massa de CDs e DVDs. Já trabalhamos com empresas que ajudaram a criar um currículo educacional para auxiliar as pessoas a fazer a transição entre a assistência social e o trabalho.
O que você diria a alguém que quer montar um negócio para ganhar bastante dinheiro?
O enfoque não deveria ser tanto na quantidade de dinheiro que se possa ganhar, mas sim no tamanho da comunidade que possa servir. O resultado deve ser um impacto positivo nas pessoas, um bom relacionamento com os outros e um bom tratamento para com todos.
Você diria que trabalhar com pessoas diferentes e ajudá-las a criar uma empresa mudou a maneira que você tem de olhar as coisas?
Sem dúvida. Agora sei o que preciso estar fazendo. Minha maneira de encarar o funcionamento de nossa sociedade e do capitalismo mudou. Na verdade, ter uma empresa ajuda a alimentar uma comunidade.
Cinco Dicas
Melissa Bradley
1. Pague o seu salário primeiro. De qualquer dinheiro que você receber, reserve uma quantia para você numa poupança que renda juros.
2. Tenha um trabalho de meio período: cuidando do jardim, de crianças, dando aulas ou alguma outra coisa.
3. Se a sua carga escolar não permitir que você tenha um trabalho, procure bairros em que possa reciclar latas, garrafas e papel, ou fazer outras coisas, e leve-os ao depósito para vender o que você recolheu.
4. Economize sua mesada.
5. Se você não ganha mesada, converse com sua família. Quem sabe se, para cada real que você economizar, seus pais lhe darão 25 ou 50 centavos.
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