Sou o filho mais velho de uma família muçulmana e na infância segui, durante um tempo, os ensinos do Alcorão, o livro sagrado do Islamismo.
Em 1997, quando cursava o segundo ano da faculdade de Direito, briguei com outro estudante e fui condenado a cinco anos de prisão por tentativa de homicídio, quando o outro estudante, para se defender, prestou um falso depoimento contra mim.
Cheguei na prisão sem estar preparado para tal situação. Sempre achei normal uma pessoa acabar na prisão como resultado de uma vida de marginal. Só que esse não era o meu caso, por isso estava revoltado! Revoltado contra tudo e todos, contra aqueles magistrados que haviam percebido a verdade durante o meu julgamento, mas, mesmo assim, me haviam punido, e principalmente contra aquele colega mentiroso. Meu coração transbordava de ódio por ele. Eu precisava também descobrir como me integrar ao mundo da prisão, hostil e violento. Então, entreguei-me às brigas para tentar estabelecer um lugar próprio. O cúmulo da ironia é que a prisão e o campus são instituições vizinhas e, durante os dois anos que passei na faculdade, nunca pensei em como seria a vida naquela penitenciária (as visitas aos presos são permitidas). Acreditei que estava agora pagando por minha indiferença.
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