Desde pequena, sempre fui muito nervosa. Era ansiosa, irritada e agitada. Recebi muitos rótulos de “agressiva” e “mal-educada”. Muitas de minhas atitudes eram grosseiras e eu magoava as pessoas. Isso era um sofrimento para ambos os lados: para mim, que estava cometendo uma agressão verbal e para as outras pessoas.
Só percebi que precisava mudar quando me divorciei. A separação conjugal me trouxe a necessidade de reflexão e de busca interior. Tinha a sensação de que havia sido reprovada. Tudo o que eu esperava do casamento não aconteceu e eu me vi em profunda depressão e decepção comigo mesma. Tinham acabado todas as minhas esperanças de ser feliz.
Num domingo à tarde, fiquei muito deprimida. Minhas filhas estavam dormindo e eu não conseguia descansar. Então, eu me levantei, fui para a sala e, chorando bastante, juntei as mãos e disse:“Pai, eu sei que sou Sua filha. Mostra-me o que é melhor, porque eu não quero sofrer e sei que o Senhor também não quer que eu sofra”. Logo em seguida, levantei os olhos e vi na estante, no meio de livros e enciclopédias, um Arauto, de capa amarelinha. Ele brilhava tanto que parecia ter luz própria.
Levantei, peguei-o e pensei: “a minha irmã fala que essa revista é tão boa. Deixe eu ler para ver”. Ao abrir a primeira página, já comecei a sentir que ali estavam as respostas que eu buscava. Senti-me em paz, como se eu estivesse tomando um copo de água bem fresquinha num dia de calor. Mais tarde, procurei minha irmã e ela me indicou uma praticista da Christian Science, que é uma pessoa que se dedica, pela oração, a trazer conforto e indicar o caminho da liberdade e da cura espiritual.
Comecei a estudar a Christian Science, a ler a Lição Bíblica semanal, constituída de trechos selecionados da Bíblia e do livro Ciência e Saúde. Com esse estudo, fui percebendo o quanto sou amada pelo Pai. E aprendi o que significa ser a imagem e semelhança de Deus e ser um com Ele. Essa união do homem com Deus é a grande revelação a que todos nós temos direito e que nos traz libertação. Nos momentos em que eu me sentia má, pensava: “Se eu sou a imagem e semelhança de Deus, não posso ser assim, não posso ser desagradável. Só posso ser agradável e amável. Não posso ser grosseira. Deus me criou delicada.” E assim eu fui não só me redescobrindo, como também me transformando. E hoje sou uma pessoa completamente diferente do que eu era há vinte anos, quando conheci a Christian Science.
Agora procuro não desagradar os outros, não hostilizar, pondero mais as minhas palavras. Antes eu discutia, hoje procuro o caminho da conciliação, do diálogo, da paz, do amor. Acima de tudo, aprendi a respeitar pontos de vista diferentes do meu. Sinto-me muito mais feliz. Eu me amo, me respeito, me aceito e amo mais as pessoas. Tenho muitos amigos e devo isso à Christian Science.
Santo André, SP, Brasil
