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REFLEXÃO

A receita para a beleza

Da edição de outubro de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


Sempre gostei de ler e, na minha adolescência, li diversos livros sobre a China. Ficava impressionada com a descrição do antigo costume de amarrar os pés das meninas para que eles não crescessem com o resto do corpo. Havia o conceito de que a mulher devia ter os pés pequeníssimos para ser bonita, seus pés não deviam ultrapassar os de uma criança de 7 ou 8 anos. Era uma tortura indescritível para as meninas manter os pezinhos fortemente amarrados em faixas. Só em meados do século XX é que essa prática foi proibida por lei.

Na Europa e América, até o início do século XX, as meninas que chegavam à adolescência aguardavam ansiosamente a vez de aprisionar o tórax num rígido espartilho de ossos de baleia que era apertado um pouco mais a cada dia, para que o porte ficasse duro e ereto, e a cintura não superasse uma certa medida. As mulheres o usavam a vida toda e não importava o fato de que o espartilho comprimia as costelas e os pulmões, dificultando a respiração, o caminhar e causando problemas de saúde.

Hoje em dia, esses costumes nos parecem absurdos (e o são). Achamos que a mulher avançou bastante em seus direitos e já goza de maior liberdade. No entanto, continua a aceitar a idéia de que seu corpo tem de ter um determinado formato, para ela ser considerada bonita e atraente. Em muitos casos, continua a fazer sacrifícios e a colocar sua saúde em risco com dietas, exercícios físicos obsessivos, comprimidos, aplicações e inoculações de substâncias, cirurgias e todas as novidades que aparecem no mercado. O importante é ter o corpo o mais parecido possível com a modelo ou a artista do momento. Aliás, isso não se limita à mulher; uma série de conceitos correlatos estão sendo estendidos e aplicados aos homens também. Há toda uma cultura de consumo e muito dinheiro envolvido no cultivo desses conceitos. Considerando tudo, a tendência não é muito diferente dos costumes “bárbaros” de séculos passados.

A beleza não é uma qualidade a ser desprezada. Muito pelo contrário, ela é uma característica da natureza criada por Deus, pois a perfeição do Criador só poderia encontrar expressão em harmonia e equilíbrio de formas, cores e movimento. Todavia, é o conceito de beleza que costuma ser deturpado por critérios e medidas materiais, totalmente arbitrários na maioria das vezes.

Que diríamos se, de repente, a publicidade começasse a difundir a idéia de que, em se tratando de flores, beleza é ter o formato das rosas, seu mesmo tipo e quantidade de pétalas, suas cores e seu perfume; as flores que não atendessem a esses padrões seriam consideradas feias e desprezíveis. Quanto às árvores, beleza seria ter uma determinada circunferência de tronco, uma determinada altura e um determinado tipo de folhas. Árvores com outras medidas não mereceriam ser fotografadas nem mantidas na paisagem. Sem dúvida, acharíamos isso absurdo, inaceitável e, principalmente, nos pareceria um atentado à verdadeira beleza. No entanto, é mais ou menos isso que aceitamos com relação a nós mesmos e às pessoas que nos cercam.

Sem dúvida, não precisamos nos resignar a algum desequilíbrio em nossa vida, seja um desequilíbrio em nossos hábitos alimentares, seja uma desarmonia em nossos movimentos. Mas não podemos considerar equilíbrio apenas os padrões que nos são impostos pela publicidade da mídia.

O livro Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, contém reflexões espirituais que são muito úteis na vida prática e, a respeito desse tema, podemos lembrar o seguinte trecho: “A mente humana age mais poderosamente para contrabalançar as discórdias da matéria e os males da carne, na proporção em que põe menos peso no prato material ou carnal da balança e mais peso no prato espiritual” (p. 155). Quando nos preocupamos com as medidas do corpo, com o peso considerado ideal, ou nos comparamos à aparência dos outros, estamos colocando mais peso no prato material da balança de nossa existência. Em vez de corrigir um eventual desequilíbrio, o aumentamos. Como fazer, então, para colocar mais peso no prato espiritual, a fim de contrabalançar qualquer excesso e sentir em nós a harmonia?

Outra passagem de Ciência e Saúde nos dá uma valiosa sugestão: “A receita para a beleza é ter menos ilusão e mais Alma, afastar-se da crença de que haja dor ou prazer no corpo e refugiar-se na calma imutável ena gloriosa liberdade da harmonia espiritual” (p. 247). Alma é um dos sinônimos de Deus na Christian Science. Para mim, ter “mais Alma” significa conhecer melhor a Deus, é estar mais consciente das qualidades divinas que Ele manifesta em mim e em todos os Seus filhos, é buscar padrões divinos de pensamento e de ação, em contraposição aos padrões humanos. Quando buscamos padrões divinos, como a disciplina, o hábito de orar e buscar uma comunhão com o Criador e Sua criação, com naturalidade chegamos a ter mais ordem em nossa vida, em nossos horários, em nosso hábitos alimentares, em nossas atividades. Sentimos mais satisfação interior e não procuramos satisfação na comida ou em outras muletas materiais. Os exercícios físicos serão sem excesso e sem preocupação, terão apenas o objetivo de expressar atividade natural. Padrões mais divinos de pensamento eliminam a ansiedade, a irritação e a tensão que enfeiam a expressão facial. A alegria, o afeto, a segurança e outras manifestações da Alma, transparecem e embelezam nosso olhar e nosso sorriso.

A “calma imutável” e a “gloriosa liberdade da harmonia espiritual” fazem com que venha à tona a beleza única e individual de cada filho de Deus, sem imitações nem padronizações falsas. Sem os sofrimentos e os riscos da moda.

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