Em 1980, tornei-me bailarina profissional e, além disso, comecei a dar aulas de dança para crianças. Desde essa época, tive a oportunidade de trabalhar com crianças de várias faixas etárias, em diversas escolas e academias. Algum tempo após o início de um novo curso, as crianças sempre brigavam para ser “a primeira da fila” ou ter algum tipo de destaque. Alguns professores usavam essa competitividade como estímulo para as crianças, mas eu preferia conversar com elas, dizendo que todas teriam a oportunidade de fazer um movimento especial e teriam a minha atenção.
Como a dança é uma arte, todas as expressões podem ser “a melhor” dentro do que se propõem a expressar. Senti que era necessário desenvolver a minha sensibilidade para descobrir o que realmente estava por trás desse anseio em “ser a primeira” ou “ser a melhor”. Também precisava resolver as minhas expectativas e frustrações ao lidar com a competitividade e a concorrência no meio artístico, pois a dança profissional era um campo de trabalho muito restrito.
Sempre acreditei em um projeto pedagógico que valorizasse o esforço e o desejo de melhorar por si mesmo, sem a necessidade de comparação ou prêmio; que valorizasse a alegria de conquistar o conhecimento, de ultrapassar limites, de fazer o melhor.
Como a dança era uma atividade extracurricular, os alunos achavam que não era preciso atender às exigências ou ao menos respeitar o professor. Entretanto, eu argumentava, que, independentemente do nível técnico das aulas, a concentração era necessária para alcançar os objetivos do curso. Sempre desejei que a educação se fundamentasse no bem que ela proporciona a cada um, no reconhecimento do valor da aprendizagem e na alegria de aprender.
Conheci a Christian Science em 1994 e comecei a estudá-la em 1998. A partir daí, pude compreender a educação como um processo de despertar e de desenvolver as qualidades inatas da criação de Deus, presentes em todos os Seus filhos. Há uma frase em Ciência e Saúde que é muito inpiradora para mim: “O amor a Deus e ao homem é o verdadeiro incentivo, tanto para curar como para ensinar” (p. 454). Por meio da oração, obtive melhores resultados como professora e a convivência com os alunos se tornou mais agradável. Hoje, entendo melhor que tanto o professor quanto o aluno têm o propósito de abençoar e ser abençoado, e Deus os guia para cumprir esse propósito.
