A abordagem de idosos, adultos, jovens e crianças em semáforos e esquinas, em busca de ajuda tem se mostrado crescente, em alguns centros urbanos. A esmola é o pedido de socorro para atender às necessidades mínimas de sobrevivência. Um cenário de “cortar o coração” que cria, inevitavelmente, uma situação de constrangimento mútuo.
Sabe-se que parte desses necessitados, principalmente as crianças, podem estar sendo exploradas por adultos. Em contrapartida, é visível a situação de miséria humana entre eles. Esse é um problema do qual não se pode fugir, pois ele se apresenta latente na sociedade diariamente. Dar ou não dar esmolas? Está aí uma questão polêmica.
A escritora de livros infantojuvenis, Patrícia Secco, é um tipo de pessoa que não gosta de dar esmolas para crianças. Encontrou então, na literatura, uma forma de solucionar o dilema e, para não se sentir culpada, resolveu doar seus livros. “No começo, dava o livro somente por impulso. Depois, fui percebendo que as crianças se encantavam com o inesperado presente. Deixavam o que estavam fazendo e ficavam sentadas no chão, fascinadas com as figuras”. A escritora e alguns de seus amigos passaram a praticar esse tipo de ajuda. Ela diz: “E uma delícia ver o prazer de quem dá e de quem recebe os livros” (Escritora de rua, Gilberto Dimenstein, Folha de São Paulo, 2/3/05).
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