Como atividade de um curso da faculdade onde eu lecionava, grupos de alunos voluntários serviam refeições para moradores de rua. Certa vez, quando os acompanhei, achei tudo muito inspirador, mas um tanto quanto triste.
Grande parte do material de leitura do curso afirmava que a pobreza é inevitável, e que certas pessoas estão destinadas a ter uma vida de privações, desde o momento em que nascem.
Teorias sócio-econômicas, que levam em conta causas e condições materiais a fim de encontrar soluções para a pobreza, não têm obtido êxito. Entretanto, existem respostas espirituais para solucionar o problema. A Bíblia oferece exemplos maravilhosos da disposição de Deus em abençoar, não em causar privações à Sua criação.
O profeta Malaquias citou uma mensagem de Deus ao Seu povo: "...provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida" (Malaquias 3:10).
Freqüentemente, nas Sagradas Escrituras encontramos pessoas, famílias e comunidades inteiras que, por meio da obediência à orientação divina, receberam o que necessitavam. Em certos casos, a necessidade era de dinheiro, como quando Jesus disse ao discípulo Pedro para tirar uma moeda da boca do peixe. Em outros, era de liderança, que foi suprida, por exemplo, quando Moisés surgiu para livrar os filhos de Israel da escravidão.
Esse e outros exemplos enfatizam um importante conceito teológico: o Espírito, não a matéria, traz segurança e satisfação genuínas à humanidade. A fé em Deus talvez não revele necessariamente tesouros terrenais, mas atende às nossas necessidades de forma adequada, considerando as circunstâncias em que nos encontremos.
A oração nos capacita a perceber esse terno cuidado, trazendo à luz a substância ilimitada de Deus. Enquanto a matéria é, por sua própria natureza, limitada, o Espírito é infinito, inesgotável e está disponível agora mesmo a todos.
Aprendi, por mim mesma, que podemos confiar em que Deus nos suprirá com tudo aquilo de que necessitamos.
Exatamente quando eu estava pronta para entrar na faculdade, os negócios de nossa família começaram a passar por sérias dificuldades financeiras. Por um bom tempo, meu pai não conseguiu obter a receita suficiente para nosso sustento. Ele ficava ainda mais desanimado quando não havia dinheiro para pagar a prestação da casa ou a despesa do mercado.
Porém, durante essa época, minha mãe se volvia a Deus, mesmo quando se sentia muito apreensiva, e nossas necessidades eram supridas diariamente. No meu caso, os meios humanos variavam, ora na forma de uma bolsa de estudos, ora de um trabalho de meio período. Sempre havia o suficiente e essa certeza, fundamentada na experiência, era a bênção que trazíamos conosco, mesmo depois que a situação melhorou.
O amor de Deus é solução para a pobreza, seja ela individual ou coletiva, porque somente esse amor satisfaz ao coração.
O Espírito, e não a matéria, traz segurança e satisfação genuínas à humanidade.
Mary Baker Eddy, a Descobridora da Christian Science, escreveu: "Deus vos dà Suas idéias espirituais, e elas, por sua vez, vos dão o suprimento diário. Jamais peçais para amanhã: é suficiente o fato de o Amor divino ser uma ajuda sempre presente; e se esperardes, jamais duvidando, tereis tudo o de que necessitais, a cada momento. Que maravilhosa herança nos é dada mediante a compreensão do Amor onipresente!" (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 307).
O enorme poder de Deus, cujo alcance é infinito, atende às necessidades de cada homem, mulher, criança, animal e planta. A pobreza não é inevitável. O "ter" e o "não ter" são desconhecidos no reino de Deus e esse reino está, como diz a Bíblia, "à mão."
Todos os filhos de Deus recebem Seu amor e Seu terno cuidado. Cristo Jesus encarregou seus seguidores, tanto os daquela época quanto os de hoje, a servir nossos irmãos. Nós os servimos mais eficazmente, não apenas por atos de caridade, mas pela oração, a qual entrega, tanto eles como nós mesmos, aos cuidados de Deus, diariamente.
O reconhecimento prático de que Deus, o Amor divino, está com cada um de nós, não importa onde estejamos, é verdadeiramente o "amor" que "jamais acaba" (ver 1 Coríntios 13:8).
