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Matéria de capa

Você tem tudo o que precisa?

Da edição de novembro de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Comida suficiente para alimentar uma família. Uma casa para morar. Dinheiro para pagar as contas. Cuidados com a saúde. Idéias para inspirar e guiar.

Qualquer que seja a circunstância, todas as pessoas, a cada dia, buscam suprimento, de alguma forma.

Muitas vezes, aquilo de que necessitamos parece muito distante, algo que precisamos procurar e obter fora de nós mesmos. Essa abordagem transforma a vida em um processo contínuo de aquisição. Contudo, seria isso realmente a natureza e o processo do suprimento?

Quando eu era criança, uma querida amiga da família, uma mulher com um profundo discernimento espiritual, costumava encorajar nossos desejos, dizendo: "Incluam tudo de que necessitam em seu próprio ser". Naquela época, eu não tinha a mínima idéia do que ela queria dizer.

Ela sempre nos contava a história de uma mulher que vivera há muitos séculos, onde é hoje o Oriente Médio. O marido daquela mulher falecera e a deixara com muitas dívidas. Como forma de pagamento, os credores tencionavam levar seus dois filhos como escravos. Podemos imaginar a angústia dessa mulher diante da possibilidade de perder sua família.

"O que você tem em casa?"

Portanto, ela pediu ajuda ao profeta Eliseu e ele lhe fez uma pergunta muito perspicaz: "O que você tem em casa?" Ela lhe respondeu que tudo o que tinha era uma pequena botija de azeite (ver 2 Reis 4:1—7).

Eliseu encorajou-a a pedir emprestado o maior número de vasilhas vazias que conseguisse com os vizinhos e a enchê-las com o azeite que tinha em casa. Depois disso, o azeite se multiplicou e a mulher encheu todas as vasilhas que tomara emprestado. Após vender o azeite, ela pagou suas dívidas e viveu do dinheiro restante. (É interessante notar que um comentário bíblico muito antigo, sugere que o marido dessa mulher seria o profeta Obadias, que havia anteriormente contraído a dívida porque, depois de salvar a vida de muitos profetas, teve de emprestar dinheiro para alimentá-los).

Para mim, o ponto de maior destaque nessa história é a pergunta: "O que você tem em casa?"

Com o passar dos anos, aprendi a fazer essa pergunta sempre que necessito de algo. Tenho resistido à tentação de achar que aquilo de que preciso esteja em algum lugar fora de minha "casa" ou, como definiu Mary Baker Eddy, de minha consciência. Inevitavelmente, qualquer que seja a necessidade, o suprimento tem sido sempre encontrado dentro de meu próprio ser, e não fora dele.

Uma definição útil para a palavra "ser" é "conhecimento consciente". Essa definição me ajudou a perceber que o conselho de minha amiga "Incluam tudo o de que necessitam em seu próprio ser", significa reconhecer que o suprimento já existe dentro do nosso ser, do nosso conhecimento consciente.

Em outras palavras, tal como a mulher que sabia que tinha uma botija de azeite, sempre existe algo do qual jà estamos conscientes, que pode ser multiplicado para satisfazer à nossa necessidade.

A "semente dentro de si mesma" é outra afirmação de que Deus provê, dentro de cada pessoa, aquilo que é necessário e útil para sua realização e satisfação.

Eles se dedicaram a amar a Deus

É importante compreendermos que, nessa história bíblica, o azeite simboliza algo mais substancial do que apenas um líquido precioso. O azeite era, muitas vezes, usado na Bíblia para representar a compaixão ou a consagração. Certamente, se o marido dessa mulher era Obadias, esse casal se consagrou e se dedicou a amar a Deus, ou seja, eles sacrificaram tudo o que tinham para ajudar outros que eram igualmente dedicados.

Tais qualidades de pensamento, que já faziam parte da vida deles, poderiam ser multiplicadas. Isso também é verdadeiro para todos.

Não importa qual seja a necessidade, cada pessoa tem algo de substancial que pode ser multiplicado. Quando compreendemos que essa substância é uma idéia, não precisamos procurar por coisas materiais que talvez possamos ter, mas podemos ficar atentos às idéias que nos levarão ao reconhecimento daquilo que já temos, para satisfazer à nossa necessidade.

Obviamente, não podemos multiplicar o nada, portanto é importante compreendermos que a expansão do suprimento começa com o reconhecimento daquilo que já está presente em nossa consciência.

O que nos torna cientes ou conscientes daquilo que já temos? Não é um processo de mera ginástica mental. Mary Baker Eddy, Descobridora da Christian Science, pesquisou profundamente a natureza de Deus, por meio de seu estudo da Bíblia e de suas obras de cura. Ela compreendeu que é vital considerar a Deus como a Mente que se manifesta como inteligência divina e está consciente de tudo que ela cria. Esse é o ponto de partida para uma consciência ampliada.

Ao explicar a capacidade da Mente de ser consciente e de se multiplicar, ela escreveu: "A Mente infinita cria e governa tudo, desde a molécula mental até a infinidade.... A criação está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestarse eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável. O sentido mortal inverte esse aparecimento e diz que as idéias são materiais. Assim mal interpretada, a idéia divina parece cair ao nível de uma crença humana ou material, chamada homem mortal. Mas a semente está dentro de si mesma, só na proporção em que a Mente divina é Tudo e reproduz tudo— na proporção em que a Mente é a multiplicadora, e a idéia infinita da Mente, o homem e o universo, é o produto" (Ciência e Saúde, PP. 507 e 508).

A "semente dentro de si mesma" é outra afirmação de que Deus provê, dentro de cada pessoa, aquilo que é necessário e útil para sua realização e satisfação. Olhar para as profundezas dessa Mente divina nos revela o que já temos.

Quando estava iniciando minha carreira, queria muito ajudar os outros a perceber e a entender que Deus está presente na vida deles. Desejava fazer parte de um ministério que pudesse mudar o mundo.

Embora minhas intenções fossem boas, eu não tinha nenhuma reserva financeira, nem demanda de outras pessoas para que eu pudesse ser útil. Contudo, aquelas palavras, que eu havia ouvido quando criança, vinham constantemente ao meu pensamento: "inclua-o em seu ser."

Disse a mim mesmo que, tudo que tivesse dentro de mim, era o que Deus, a Mente, incluía em meu ser e podia ser multiplicado. Pensava sempre na frase de um hino que eu havia aprendido de cor: "Orando, quero o bem fazer / Por Ti, aos Teus..." (Hinário da Ciência Cristã, 253, "Cristo, Meu Refúgio", poema de Mary Baker Eddy).

Meu desejo de ser útil podia ser multiplicado

Compreendi que, o que meu pensamento incluía era a oração e que ela podia se multiplicar. Meu desejo de ser útil, de sempre expressar o bem aos outros para glorificar a Deus, podia ser multiplicado. Orava diariamente com essa idéia.

Dentro de muito pouco tempo, recebi um cheque pelo correio de uma fonte totalmente inesperada, que cobriu as despesas daquele mês. Aquela oração jamais deixou de me prover. Foi literalmente como aquela botija de azeite, simplesmente supria a todas as minhas necessidades. Cada centavo e cada oportunidade que surgiram em meu caminho, vieram daquela "semente dentro de si mesma".

Outra observação interessante sobre essa história da Bíblia: a produção de azeite foi limitada somente pelo número de vasilhas disponíveis para contê-lo. Talvez isso sirva como exemplo para essa idéia de suprimento que vem de dentro, ou seja, tenha sempre à mão as vasilhas que assegurarão a contínua multiplicação do bem.

Para mim, essas "vasilhas" são melhor compreendidas como estados mentais que promovem o bem: a gratidão, a expectativa do bem, o desprendimento, o altruísmo. Dessa perspectiva, podemos perceber que a única limitação ao suprimento infinito da Mente seria uma escassez de tais vasilhas, ou seja, uma pobreza de pensamento.

A Bíblia constantemente nos assegura que a bondade de Deus nos segue continuamente, nos busca, se estivermos determinados a viver "na casa", a consciência, "do Senhor para todo o sempre" (ver Salmo 23:6).

Não existem maiores riquezas do que aquelas já incluídas em nosso ser, ou seja, a consciência do bem que Deus provê continuamente.

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