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Este é o último de uma série de nove artigos sobre as bem-aventuranças e sua relevância para o mundo do século XXI.

Abençoe e seja abençoado!

Da edição de abril de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


“Mande bênçãos!” Recentemente, li essa mensagem de texto em meu telefone celular. Vinha de um amigo, que, às vezes, pede que eu ore por ele.

À medida que orava em resposta a esse pedido, ponderava mais profundamente sobre o que significa ser abençoado. Uma lista de desejos de bênçãos talvez possa incluir uma casa grande, relacionamentos felizes, um carro novo e muito dinheiro. Não poderia garantir ao meu amigo todas essas bênçãos. Entretanto, senti que poderia lhe garantir aquelas descritas nas bem-aventuranças: consolo, justiça, misericórdia, ver a Deus, ser chamado filho de Deus.

De acordo com Jesus, essas bênçãos são resultado da percepção espiritual e da ação humilde, misericordiosa, pura de coração e pacífica. À medida que meu amigo expressasse tais qualidades espirituais, as bênçãos prometidas se seguiriam.

A última bem-aventurança promete o reino dos céus para os “perseguidos por causa da justiça”. Jesus explica pormenorizadamente: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mateus 5: 11-12).

É claro que meu amigo não ficaria contente ao receber uma mensagem de volta assim: “Mensagem recebida; estou orando insistentemente para que você seja injuriado e caluniado”. Mas, com o dom da percepção, tenho aprendido que é uma bênção ser perseguido quando permanecemos firmes, em atos e em pensamentos, naquilo que é correto. Penso que isso é verdadeiro para qualquer ativista consciencioso, seja um ambientalista, um jornalista, um político ou uma pessoa comum. Minha experiência pessoal com perseguição tem sido branda, comparada com a de algumas pessoas que enfrentam violência por seguirem fielmente suas convicções. A minha escolha por um caminho espiritual resultou em desprezo por parte de alguns amigos, familiares e colegas de trabalho.

Embora nunca agradável, tal antipatia tem sido um forte incentivo para que eu prossiga em meu caminho espiritual, de uma forma mais sincera, e que ame mais incondicionalmente. Mary Baker Eddy mostrou que: “O acotovelar-se da multidão faz com que nossos pés se finquem com mais firmeza. Nas colisões mentais dos mortais e sob a pressão das contendas intelectuais, a tensão moral é posta à prova e, se não ceder, fica mais forte” (Miscellaneous Writings p. 339).

Sobre tal provação e fortalecimento da “tensão moral”, lembro-me, com muita gratidão, dos exemplos de perseguição. Contudo, o que tem me impressionado bastante, é perceber a natureza dessas perseguições como colisões mentais.

Por exemplo, um conhecido meu costumava constantemente denegrir minhas opiniões sobre espiritualidade e cura espiritual. Às vezes, era insuportável, mesmo quando não tracávamos palavras. Certo dia, percebi que, diante da possibilidade de reencontrá-lo, a inquietação e a aversão interior tomavam conta de mim. Isso me fez parar e orar. Eu não desejava sentir medo ou ódio, ainda que estivesse conseguindo esconder esses sentimentos.

À medida que orava, ficava claro que eu estava sendo aterrorizado pelo pensamento desse conhecido. Ter o pensamento amedrontado, antecipando, aceitando e, posteriormente, rememorando com condenação sua presença, era um problema constante, não apenas quando meu amigo estava presente. Reconheci que estava me deixando perseguir por uma opinião limitada sobre meu semelhante. Por meio da oração, compreendi que não precisava aceitar tais pensamentos, que negam a Deus, e que podia defender tanto minha paz incondicional quanto a do meu amigo.

A essa altura, senti uma calma interior antes de um encontro que poderia ser desarmonioso, ou seja, uma clara recusa a me curvar diante de um quadro mental, que não manifestava Deus nem O glorificava como o único Criador. Essa calma interior perdurou durante todo o dia em que estivemos juntos. O encontro foi livre de contendas. Na verdade, houve cordialidade, bom humor e, até mesmo, alegria. Essas qualidades continuam presentes em nossos encontros desde aquele momento.

Ao me apegar ao Cristo, a revelação da verdadeira natureza de cada um de nós como filho de Deus, havia vislumbrado a total falta de poder da hostilidade, à qual acreditava estar sujeito.

Jesus certamente praticava o que ensinava. Os Evangelhos mostram como ele enfrentou uma perseguição violenta e injusta até o fim de seu breve ministério de cura, culminando com sua crucificação. Apesar disso, ele sabia que estava sujeito a um único poder. Sua resposta ao governador romano Pôncio Pilatos, que lhe perguntara se sabia que ele, Pilatos, tinha o poder de mandar matá-lo, foi clara. Jesus disse: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada”... (João 19:11). O conhecimento que Jesus tinha de um único poder que governava a todos, inclusive aqueles que o perseguiam, foi o que o capacitou a viver, demonstrar e ensinar o reino dos céus por meio da cura, tanto antes quanto depois de sua crucificação. A vida dele foi uma obra de amor, como explica a Sra. Eddy em Ciência e Saúde: “Aquele que adere às realidades da existência eterna ... não pode sofrer em conseqüência de alguma obra feita com amor, mas fica mais forte por causa dessa obra” (p. 387).

À medida que eu praticava o que diz essa bem-aventurança e dava a outra face em resposta à perseguição, fui sendo abençoado pelo vislumbre do reino dos céus, ensinado por Jesus, ou seja, o reino espiritual no qual não há nem perseguidor, nem perseguido. Achei-me na companhia dos “profetas que viveram antes” de mim, como afirma Jesus nessa última bem-aventurança, pois, como eles, tenho visto e provado, espiritualmente, algo do universo.

Grato por aquela solicitação intrigante do meu amigo, enviei esta mensagem de volta: “Está bem. Vou orar por bênçãos!” Descobri que podia deixar que Deus determinasse quais exatamente seriam as bênçãos das bem-aventuranças que meu amigo receberia. Estava certo de que elas viriam.

Este é o último de uma série de nove artigos sobre as bem-aventuranças e sua relevância para o mundo do século XXI.

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