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Como a história termina

Da edição de abril de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Por várias décadas, lecionei estudos bíblicos em universidades e sempre fico comovida com a história da Páscoa. O relato do evangelho é muito dramático, começando com a entrada de Cristo Jesus em Jerusalém, onde é alvo de extrema adulação, passando por sua aflição no Getsêmani e uma execução torturante no Calvário, até o aparecimento triunfante aos discípulos na manhã de Páscoa. Hoje, os capítulos dessa história estão claramente expostos e nos são familiares. Contudo, nem sempre foi assim.

Como freqüentemente lembrava aos alunos, houve uma época em que as pessoas não sabiam como a história terminaria. Os discípulos haviam vivido próximo a Jesus e recebido muitas instruções dele. Ele tentou prepará-los para o que estava por vir. Os Evangelhos contêm declarações que ele fez de antemão sobre seu martírio e ressurreição. Contudo, quem o levou a sério? Mesmo hoje, existem pessoas que, na comunidade erudita e na sociedade em geral, sugerem que essas palavras foram acrescentadas mais tarde, a fim de perpetuar a afirmação da comunidade primitiva cristã de que ele havia realmente ressuscitado dos mortos “como tinha dito” (Mateus 28:6).

Quando os discípulos assistiram à prisão de Jesus, ou fugiram da presença dos soldados romanos, será que algum deles pensou: “Em 48 horas, isso tudo estará resolvido”? Talvez Pedro não tivesse reagido violentamente, se houvesse apenas acreditado naquilo que Jesus lhes havia dito. Ele defendeu o Mestre de uma maneira que parecia humanamente apropriada. Contudo, porque foi motivado pela força bruta ao invés de pela confiança no poder divino, essa defesa malogrou. Algumas horas mais tarde, ele negava ter qualquer ligação com o Mestre e, como a maioria dos outros discípulos já havia feito, fugiu.

Tudo o que Pedro precisava fazer era “vagar por ali” durante 48 horas. Ele não sabia disso; nós sabemos, porque temos a Bíblia. Temos o testemunho daqueles que estavam presentes durante os aparecimentos pós-ressurreição de Jesus, como também a fé secular dos cristãos. Sabemos como a história termina. Como resultado, quando a época da Páscoa se aproxima, ninguém se preocupa se, desta vez, Cristo Jesus talvez permaneça na tumba. A história não muda; o final permanece o mesmo. Jesus ressuscita da morte, tão certamente como o sol nasce no oriente, os pássaros cantam e as flores da primavera se espalham sobre a terra.

O que dizer então, de nossa própria vida, de nossas provações e desafios? Algumas vezes, é tentador pensar “e se” durante nossas orações. Sim, certamente já vivenciamos o toque sanador do Cristo, a Verdade, em nossa vida. Contudo, a sugestão: “talvez, desta vez não funcione”, pode parecer bastante assustadora. Se cedermos a ela, tal temor pode nos levar a ações que, como as de Pedro, acabam sendo inúteis, porque são impelidas pelo sentido humano, e não pelo divino.

A resposta é simples: permaneça calmo, permaneça no rumo e confie na história, porque sabemos exatamente como ela termina. Mary Baker Eddy escreveu: “Esta é a doutrina da Ciência Cristã: que o Amor divino não pode ser privado de sua manifestação, ou objeto; que a alegria não pode ser convertida em tristeza, porque a tristeza não é senhora da alegria; que o bem jamais pode produzir o mal; que matéria jamais pode produzir a mente, nem a vida redundar na morte. O homem perfeito — governado por Deus, seu Princípio perfeito — está isento de pecado e é eterno” (Ciência e Saúde, p. 304). Essa declaração da Verdade absoluta não deixa nenhum espaço para dúvidas. Ela afirma a certeza de que o bem está continuamente presente e que, mesmo quando desafiado, sempre vence. Isso é um fato e podemos confiar nele.

Quando cuido de meu jardim, vejo incontáveis exemplos de ressurreição na natureza. A vinda da primavera é, naturalmente, um perfeito exemplo. Os ramos, secos e sem folhagem, suavizam seus contornos à medida que as folhas nascem. Contudo, mesmo antes que isso aconteça, o inverno ainda tem lições a ensinar.

A ressurreição não significa retornar ao mesmo lugar; ela envolve a inevitável e subseqüente ascensão, ou seja, uma perspectiva mais divina e um padrão de vida mais elevado.

Lembro-me de me sentir ansiosa e um pouco sem esperanças, durante um dia escuro de inverno, enquanto olhava para fora da janela do escritório. A paisagem era sem vida e muito gélida; os problemas diante de mim pareciam inúmeros, difíceis e sem solução. Como seria bom, pensei, ter algum sinal que aquecesse meu coração e dispersasse a fria ansiedade que parecia me dominar: Então me veio ao pensamento: é precisamente quando as árvores são apenas contornos escuros contra o céu, sem a cobertura das folhas e seu colorido, que se percebe a estrutura que sustenta sua beleza. As coisas retornam ao básico no inverno, e a estrutura que ficava oculta se torna claramente visível.

De certa maneira, é uma visão reanimadora. Vemos o quão sólidas e firmes as coisas realmente são. Não importa que os ventos gélidos soprem forte, as árvores e os ramos se mantêm firmes. Sabemos como a história termina: o rígido inverno sempre cederá à delicadeza e graciosidade da primavera. Isso também foi o que aconteceu comigo naquele dia, muito embora a neve ainda tenha permanecido no solo por várias semanas. Tive uma sensação de paz e do frescor da primavera naquele mamento único de ressurreição mental.

Jesus nos proporcionou um exemplo impressionante de vitória sobre o pensamento “e se” em sua ressurreição sobre a inveja, a malícia, a covardia e a injustiça, que o teriam encurralado em uma tumba. Nenhum deles conseguiu a vitória sobre o Amor divino incondicional que constantemente o motivava e o preservava. Deus, o Amor divino, não entrou repentinamente em ação quando Jesus estava coagido; Ele sempre esteve ativo. Além disso, Jesus sabia que ele podia confiar no Amor quando as coisas ficavam extremamente difíceis, porque ele o havia feito o tempo todo. Ele sabia como a história terminaria.

Os seguidores do exemplo de Jesus têm a Bíblia para ajudá-los a cultivar tal esperança e confiança. A Bíblia revela como Cristo Jesus viveu, nos mostrando o caminho e nos encorajando a segui-lo. Ele provou que, cada crucificação, é seguida pela aurora da ressurreição. Também, como uma grande amiga minha costumava dizer, a ressurreição não significa retornar ao mesmo lugar; ela envolve a inevitável e subseqüente ascensão, ou seja, uma perspectiva mais divina e um padrão de vida mais elevado.

Não importa que nossos dias sejam ensolarados, nublados ou mesmo cheios de violentas tempestades. O próprio Jesus disse: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:20). Podemos permanecer firmes, porque sabemos como a história termina!

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