Por várias décadas, lecionei estudos bíblicos em universidades e sempre fico comovida com a história da Páscoa. O relato do evangelho é muito dramático, começando com a entrada de Cristo Jesus em Jerusalém, onde é alvo de extrema adulação, passando por sua aflição no Getsêmani e uma execução torturante no Calvário, até o aparecimento triunfante aos discípulos na manhã de Páscoa. Hoje, os capítulos dessa história estão claramente expostos e nos são familiares. Contudo, nem sempre foi assim.
Como freqüentemente lembrava aos alunos, houve uma época em que as pessoas não sabiam como a história terminaria. Os discípulos haviam vivido próximo a Jesus e recebido muitas instruções dele. Ele tentou prepará-los para o que estava por vir. Os Evangelhos contêm declarações que ele fez de antemão sobre seu martírio e ressurreição. Contudo, quem o levou a sério? Mesmo hoje, existem pessoas que, na comunidade erudita e na sociedade em geral, sugerem que essas palavras foram acrescentadas mais tarde, a fim de perpetuar a afirmação da comunidade primitiva cristã de que ele havia realmente ressuscitado dos mortos “como tinha dito” (Mateus 28:6).
Quando os discípulos assistiram à prisão de Jesus, ou fugiram da presença dos soldados romanos, será que algum deles pensou: “Em 48 horas, isso tudo estará resolvido”? Talvez Pedro não tivesse reagido violentamente, se houvesse apenas acreditado naquilo que Jesus lhes havia dito. Ele defendeu o Mestre de uma maneira que parecia humanamente apropriada. Contudo, porque foi motivado pela força bruta ao invés de pela confiança no poder divino, essa defesa malogrou. Algumas horas mais tarde, ele negava ter qualquer ligação com o Mestre e, como a maioria dos outros discípulos já havia feito, fugiu.
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