Nunca foi tão difícil para as garotas se sentirem bem consigo mesmas. Ironicamente, temos mais "coisas" para nos ajudar nesse processo, a tecnologia avançada em maquiagem, abundância de conselhos de especialistas em nutrição e exercícios, e, até mesmo, procedimentos médicos drásticos, como cirurgias cosméticas eletivas. Mas mesmo assim, muitas jovens e mulheres se sentem pouco atraentes e imperfeitas.
Certa noite na aula de ginástica, uma das mais jovens atendentes, uma linda garota com um corpo muito bonito, contou-nos que, naquele dia, só comera duas barras de cereais porque estava determinada a perder peso. Estava decidida a ser como as modelos e atrizes que via nas revistas. Muito embora ela já parecesse uma modelo para mim, ela não estava satisfeita. Ela não é única a pensar assim. Muitas garotas e mulheres nos Estados Unidos, e em vários países, desejam ser diferentes do que são.
Cresci com uma auto-imagem muito saudável, mas mesmo a visão mais positiva sobre nós mesmos, embora preferível a uma opinião negativa, não é suficiente. Merecemos mais. Eis aqui uma dica: "Se você se olhar no espelho e não gostar do que vê, está olhando para o espelho errado".
A Bíblia oferece uma solução satisfatória para a questão da imagem corporal. Cristo Jesus aconselhou: "Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é vosso Pai celeste" (Mateus 5:48). Essa é uma declaração radical, mas que podemos cumprir, pois está fundamentada em uma idéia contida no livro do Gênesis: "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom..." (1:31). Ver a nós mesmos, a partir desse ponto de vista, começa a mudar nosso foco em um corpo material, para o reconhecimento de que somos mais que isso.
Adquiri um excesso de peso considerável
Durante uma época difícil em minha vida, engordei muito e fiquei bem acima do peso. Tentei diferentes tipos de dietas para perder o excesso de peso e, finalmente, uma funcionou. Senti-me muito bem comigo mesma e obtive uma reaçāo positiva dos amigos e da família. Entretanto, em um curto espaço de tempo, recuperei boa parte do peso que perdera.
Embora nunca antes tivesse gostado de ser gorda, estava realmente envergonhada de mim mesma nessa ocasião. Sentia-me muito incomodada quando encontrava pessoas que haviam me visto antes, quando era mais magra. Ficava imaginando se não estariam me criticando pelo meu fracasso em me manter magra, o que me fazia sentir realmente mal.
Uma noite, ao ir para a cama sentindo-me péssima por causa do excesso de peso, veio-me um pensamento repentino: "Será que eu era uma pessoa melhor quando mais magra? Teria sido minha perda de peso realmente uma grande realização? Teria ela tornado o mundo um lugar melhor?"
Exatamente naquele momento, fiz uma lista mental do bem que havia feito naquele dia. Nada na lista tinha a ver com minha ingestão calórica ou exercício físico. Imediatamente, comecei a perceber muita coisa que precisava valorizar em mim. Isso também começou a mudar minha maneira de pensar sobre mim mesma.
Não importava quão disciplinada eu fosse ao comer, não era isso que faria as pessoas se lembrarem de mim
Primeiro, adquiri um senso de humor e uma nova perspectiva sobre os quilos extras. Uma amiga e eu rimos muito quando ela me mostrou que não importava quão disciplinada eu fosse ao comer, não era isso que faria as pessoas se lembrarem de mim. Isso era tão óbvio, mas, um pouco antes, agira como se isso não fosse verdade.
Além disso, embora essa perspectiva seja uma coisa boa, ela não significa amar a nós mesmos, a despeito de nossas imperfeições. Ao contrário, quando temos certeza sobre quem somos como os filhos perfeitos de Deus, não podemos deixar de nos sentir verdadeiramente bem sobre nós mesmos e nosso próximo. Amar a nós mesmos como Deus nos ama, leva a ajustes em nosso corpo, caso necessário, e ao contentamento estabelecido sobre um fundamento sólido.
É necessária uma mudança na forma como vemos a nós mesmos, mas não temos de ficar absorvidos pelo processo. Mary Baker Eddy escreveu: "Os mortais imperfeitos só lentamente compreendem o objetivo final da perfeição espiritual; mas, começar bem e continuar a luta para demonstrar o grande problema do ser, já é fazer muito" (Ciência e Saúde, p. 254).
A beleza verdadeira é uma qualidade espiritual que todos nós compartilhamos
Podemos começar a aprender algo sobre a verdadeira essência da beleza e saber que a identidade das pessoas não pode ser minada por um senso superficial a respeito delas. A beleza física não é uma coisa ruim, mas só deixa entrever a verdadeira beleza, que é uma qualidade espiritual que todos nós compartilhamos, tanto homens quanto mulheres.
Um título marginal em Ciência e Saúde, à página 371, declara: "A Mente transmite pureza, saúde e beleza". Mente é um outro nome para Deus. Se Deus transmite beleza, ela não é uma qualidade passageira. Ela não vem e vai, e não é algo que esteja fora de alcance. É realmente uma das nossas qualidades dadas por Deus, parte do nosso próprio ser, portanto, ela é eterna, um reflexo da Alma, de Deus. Por essa causa, está em nossa vida de uma maneira que seja significativa para nós.
Cada pensamento bom, puro e belo que alguma vez tivemos é prova da nossa conexão inquebrantável com Deus. É prova de nossa beleza. Podemos cultivar essa beleza e vê-la mais em nossa vida, à medida que reivindicamos nossa identidade como satisfeita, totalmente valiosa e como expressão da Alma.
É libertador saber que não pode haver complexo de inferioridade que pretenda nos aprisionar e que podemos nos amar, a despeito do aspecto de nosso corpo físico. Devemos amar a nós mesmos por causa da nossa identidade espiritual como as amadas idéias de Deus. Isso é realmente poderoso e transforma a nossa vida!
