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Coragem para mudar o rumo

Da edição de outubro de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


As típicas "receitas para o sucesso" provavelmente não incluem ingredientes para o êxito espiritual. Geralmente, ouve-se falar que a ambição, a educação em escolas de prestígio e a conquista de muitas metas asseguram a realização profissional. Contudo, essas expectativas podem, algumas vezes, parecer sufocantes, se nossos planos não seguirem um determinado padrão. Estou aprendendo que nada se compara a ouvir o que Deus tem a dizer e deixar que o curso de nossa vida se ajuste ao Seu plano.

No ano passado, com a formatura na faculdade distante ainda alguns meses, achava que já tinha meu futuro delineado e que estava preparado para usufruir plenamente das aulas da faculdade, sem as ansiedades típicas do último ano. Em primeiro lugar, porque já garantira um emprego em uma renomada empresa de consultoria econômica, na qual havia estagiado em Atlanta. Em segundo lugar, planejara alugar um apartamento com um dos meus melhores amigos, e até determinamos em que prédio moraríamos, no ano seguinte.

Sentia-me quase culpado por estar tão descontraído quanto ao futuro, enquanto meus amigos ainda lutavam para encontrar emprego, ao mesmo tempo em que estudavam para se formar. Dizer que os estudantes da minha faculdade não eram competitivos seria uma inverdade. Em festas, eu havia conhecido pessoas que haviam se formado e depois realizaram coisas bem impressionantes. Eles eram cultos, espertos, e ganhavam muito dinheiro. Assim, pensei: "não deveria eu, de certa forma, seguir o exemplo deles"?

Desejava demonstrar que tinha o controle de tudo em minha vida

Do ponto de vista da sociedade, os planos que havia delineado apontavam para o sucesso. Entretanto, exatamente aí comecei a pensar: "Estou realmente entusiasmado com esses planos? Progrediria, espiritual e intelectualmente, no ambiente que escolhera"? No início, presumi que essas perguntas eram dúvidas típicas que as pessoas algumas vezes têm quando se deparam com decisões importantes. Portanto, ignorei-as até o último mês da faculdade.

Foi aí que esses mesmos pensamentos começaram a se manifestar com mais força, tão insistentes, que decidi ser completamente honesto comigo mesmo. Comecei a perceber que talvez eu não estivesse tão entusiasmado com os meus planos, porque eles estavam, em grande parte, fundamentados no apego àquilo que já me era familiar e tinham a ver com atender ás expectativas de outras pessoas. O maior problema era que eu desejava demonstrar que tinha o controle de tudo em minha vida.

Um desejo de me destacar diante dos meus amigos e da família havia sido mais forte do que a vontade de ouvir a orientação de Deus. Esquecera-me de reconhecer que Ele estava no controle e sabia o que era melhor para mim.

Havia progredido com regularidade, sem me fazer perguntas profundas sobre minha jornada espiritual com Deus. Um desejo de me destacar diante dos meus amigos e da família havia sido mais forte do que a vontade de ouvir a orientação de Deus. Esquecera-me de reconhecer que Ele estava no controle e sabia o que era melhor para mim.

Sabia que tinha de substituir minha energia cheia de inquietação, pelo senso da serenidade de Deus

Embora estivesse grato por esse toque de despertar, não demorou muito para que ficasse cheio de medo sobre meus próximos passos na carreira. Para piorar, estava a quatro semanas da formatura, ocasião inconveniente para se ter uma revelação pessoal. Teria de reorganizar tudo e começar do zero?

Meus primeiros passos para encontrar um novo caminho foram hesitantes e cheios de dúvidas. Por exemplo, lembro-me de pesquisar sobre "carreiras interessantes" na Internet, fazer testes de personalidade, e tentar imaginar diferentes cenários profissionais em minha mente. Enfim, coisas que, no meu caso, não foram particularmente produtivas ou úteis. Então, reconheci que tinha de substituir essa energia cheia de inquietação, por um senso da serenidade de Deus, antes de dar o próximo passo. Lembro-me de primeiro orar em busca de paz, para pelo menos reconhecer a presença de Deus, antes de entrar em açāo.

Gradativamente, durante os dias que se seguiram, comecei a abandonar meus planos preconcebidos e a pressão que havia sentido começou a diminuir. Apenas começava a me sentir em paz, quando cometi o erro de contar aos meus amigos o que estava em meu pensamento. Embora eles fossem bem intencionados, seus comentários me fizeram sentir completamente inseguro de novo. Eles disseram coisas, tais como: "Você está louco? Você tem emprego e moradia já acertados, e pensa em fazer outra coisa"? Comecei a me sentir estúpido por até mesmo questionar o que parecia um assunto resolvido. Também fiquei imaginando se as pessoas me achavam arrogante por fazer mudanças audaciosas no último minuto.

Então, reconheci que tinha de substituir essa energia cheia de inquietação, por um senso da serenidade de Deus, antes de dar o próximo passo.

Fui conduzido para as oportunidades

Contar aos outros sobre minha situação foi um convite ao ceticismo e não me ajudou em nada a respeito do que eu achava que fosse uma transição fundamentada na oração. Por isso, decidi que, a partir dali, a minha busca por um emprego e um propósito gratificantes estaria com Deus, e apenas com Ele. Sabia que Deus era meu Pai-Mãe, e não zombaria da minha súbita mudança de opinião, julgando-a como "excêntrica". Sabia também que Deus não faria previsões sobre meu futuro usando a névoa desanimadora do raciocínio humano.

Nos meses seguintes, logo após me afastar das opiniões dos outros, minha busca se tornou muito mais centrada em Deus e gratificante. Ao invés de esmiuçar os classificados e gastar horas pesquisando empregos na Internet, fui literalmente conduzido para as oportunidades. Por exemplo, contatei uma agência de headhunter (caçatalentos) sobre um trabalho promissor, mas me informaram que a vaga já tinha sido preenchida.

Contudo, logo o representante daquela agência me apresentou a uma empresa de advocacia. Eles me pediram para ir a Washington, DC, naquele final de semana para uma entrevista. Descobri que eles trabalhavam, inclusive, em um ramo do Direito que eu sempre pensara em pesquisar. Durante a viagem, senti que Deus havia me enviado a Washington com outros propósitos também. Hospedei-me com um grande amigo da faculdade que estava à procura de alguém para dividir um apartamento no ano seguinte. Em pouco tempo, foi-me oferecido o emprego e já tinha em vista dividir o apartamento com aquele amigo.

Compreendi que o cuidado completo de Deus se estendia a cada pequeno detalhe de minha vida

À medida que me preparava para a mudança, confirmava meu desejo de continuar a orar, permanecer mentalmente calmo, ouvir a Deus, que havia me levado até ali. Enquanto isso, colocava de lado as opiniōes e os pontos de vista dos demais. Esse era um conceito totalmente novo para mim: ouvir mais que planejar.

Ao invés de aceitar a idéia de que ficaria sobrecarregado por começar uma nova vida em outra cidade, agarrei-me à idéia de que Deus me indicaria a atividade mais importante para eu me dedicar no momento. Conforme orava, percebia que Deus não deixaria que eu andasse sem rumo, nem desperdiçasse tempo com a sensação de que não estava realizando nada. Precisava estar sempre glorificando-O. Era a isso que essa mudança de rumo se referia.

Além disso, da mesma maneira que meu emprego se manifestou naturalmente, tudo o que eu precisava em Washington surgia em perfeita harmonia e ajustado às minhas necessidades. Por exemplo, meus vizinhos doaram móveis suficientes para eu mobiliar o apartamento. Compreendi que o cuidado completo de Deus se estendia a cada pequeno detalhe de minha vida, e não apenas às grandes questões. A mudança não convencional que havia feito não me prejudicou em nada. Apenas aumentou minha confiança em Deus.

Obtive uma convicção ainda mais profunda de que nada poderia suplantar o poder orientador de Deus

Logo que me mudei, recebi um e-mail do meu ex-supervisor da empresa de consultoria econômica em Atlanta. Ele e sua sócia eram as únicas razões pelas quais havia considerado trabalhar lá. Eles haviam sido grandes mentores para mim, quando estagiário. Ensinaram-me a lidar com os negócios e me deixaram trabalhar em projetos de alto nível, uma demonstração de interesse genuíno pelo meu desenvolvimento profissional. Na mensagem, ele contou-me que ambos haviam decidido sair da empresa.

Isso me fez ficar profundamente consciente da visão e providência infinitas de Deus. Também ficou ainda mais claro para mim, como já acontecera muitas vezes, que o meu próprio entendimento pode ser limitado. Teria sido fácil ceder aos meus receios, poderia ter elaborado uma lista de prós e contras e assim avaliar se a mudança tão próxima da formatura seria sensata. Da mesma forma, poderia ter levado em conta os comentários dos amigos e me adaptado às opiniões tradicionais, ou ainda cedido ao senso comum predominante quanto a tomar decisões de última hora. Contudo, com essa experiência, aprofundei minha convicção de que nada pode suplantar o poder orientador de Deus.

Você deve conhecer aquele ditado: "o Senhor escreve certo por linhas tortas". Para mim, isso significa que a maneira de Deus agir nem sempre está em conformidade com o que achamos seja o melhor. É correto abandonar a idéia de que nos desiludimos ou falhamos com as pessoas por seguirmos a orientação de Deus, mesmo fora do que é convencional. De fato, estou descobrindo que, à medida que descarto as pressões sutis associadas à carreira e aos marcos importantes na vida, estou em liberdade para seguir um único curso, o de glorificar a Deus. Apenas quando me livrei do meu próprio senso de controle planejado, comecei a me adaptar á Sua orientação em todos os aspectos da minha nova jornada.

Meu trabalho tem sido envolvente. Conheci algumas pessoas que compartilham valores e interesses semelhantes, e aprendi coisas novas sobre viver em outra cidade. Essas são experiências que eu não poderia ter planejado por mim mesmo.

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