Trabalho com vendas e, em maio de 1996, recebi uma promoção para trabalhar na loja filial da empresa no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador. Assim, tomava um ônibus depois das 22h, horário em que acabava o meu turno.
Certo dia, peguei o ônibus na Avenida Brasil, local considerado pouco seguro durante a noite. De repente, um homem armado sentou ao meu lado. Ordenou que descêssemos juntos dois pontos depois e me levou para um lugar ermo e escuro, por onde as pessoas evitam passar.
Ele segurava forte os meus braços e mãos e comandava meus movimentos. Então, pediu-me para eu abraçá-lo, para que pessoas que nos vissem pensassem que éramos namorados. Com uma mão ele me imobilizava e com a outra me tocava. Além disso, dizia-me o que planejava fazer comigo.
Tentei pegar sua arma, mas quando ele percebeu, disse-me que se eu tentasse alguma coisa, ele me mataria.
Naquele exato momento, mesmo muito nervosa com a situação, procurei elevar o pensamento a Deus em busca de proteçāo. Comecei a pensar em que Ele é supremo e está sempre presente.
Na Ciência Cristã, aprendi que somos o reflexo da bondade infinita do Pai. Portanto, aquele homem e eu deveríamos expressar somente amor fraternal, ao invés de violência mútua.
Estas palavras da Oração do Senhor me vieram à mente: "...mas livra-nos do mal..." e "...Teu é o reino, o poder e a glória para sempre".
Fechei os olhos e, em meio a lágrimas, continuei a orar. Não queria ver o que ele fazia nem ouvir o que me dizia. Procurava apenas reconhecer sua bondade genuína, outorgada por Deus, e afirmava que o Amor infinito nos livraria daquela situação.
De repente, ele começou a chorar e me disse que não era uma pessoa má. Ele sequer sabia por que estava fazendo aquilo. Pediu-me que eu fosse embora o mais rápido possível, sem olhar para trás.
Imediatamente, saí dali e agradeci a Deus por Sua proteçāo e por ter aberto os olhos daquele homem para que ele visse sua verdadeira natureza como um filho bom e amado de Deus.
Por algumas vezes, após aquela noite, surgiram-me sentimentos de raiva. Contudo, pela oração, percebi que precisava perdoá-lo sincera e totalmente. Não foi uma tarefa fácil, mas este trecho da Oração do Senhor e sua interpretação espiritual, conforme consta de Ciência e Saúde, ajudaram-me bastante: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; E o Amor se reflete em amor" (p. 17).
Pela Ciência Cristã, aprendi que Deus sempre me protege e livra de qualquer situação de perigo, basta alinhar o pensamento a Ele. Essa proteçāo está disponível a todos e quanto mais pessoas compreenderem sua origem espiritual e a onipotência de Deus, menos casos de violência surgirão, até que finalmente cessem.
