Clarividência
Jesus conhecia o presente e o futuro. Isso fica claro quando menciona quem seria seu traidor (ver João 13:11), que Pedro iria negá-lo (v. 38) e que seria interrogado (ver João 16:19). Ciência e Saúde apresenta a explicação para tal capacidade: “É prerrogativa da Mente divina, sempre presente, e do pensamento que está em íntima relação com essa Mente, conhecer o passado, o presente e o futuro” (p. 84).
Humildade
Algumas das definições do Dicionário Aurélio para a palavra humildade são: respeito, reverência, submissão. Elas coincidem com o significado de alguns termos hebreus, como:
• Anava—afliçāo, mansidão
• Daka—ser rebaixado, ferido
• Shaja—inclinar-se
• Kana—ser ou chegar a ser humilde
No Antigo Testamento, o termo humildade se refere originalmente a um pobre, oprimido ou afligido e se estende àquele que recebe com submissão e confiança todas as provas. O capitulo 13 de João revela Jesus como humilde por excelência.
Apesar da escassez de água nas terras bíblicas, toda pessoa respeitável prezava a limpeza do corpo. Era norma lavar as mãos antes e depois de comer. Como as estradas eram de terra e poeirentas, os viajantes deviam lavar os pés antes de entrar em uma casa (ver João 2:6). Lavar os pés era o trabalho de escravos e de servos inferiores. O descuido desta atenção constituía grave descortesia por parte do anfitrião.
Como no tempo das Escrituras não se usavam garfos e facas no Oriente, ao comer, tornava-se necessário que as mãos, usadas para comprimir o alimento dentro da louça comum, estivessem escrupulosamente limpas; as sandálias eram ineficientes contra a poeira e o calor do clima; lavar os pés ao adentrar uma casa era um ato de respeito ao anfitrião e um refrigério ao viajante. Quando um convidado aparecia à porta da tenda, era costume oferecer o material necessário para a lavagem de seus pés. Um ato de maior humildade e afeição, acontecia se o hóspede, por si mesmo, executasse o ritual do lava-pés ao seu anfitrião.
Passagens como o capítulo 15 de Levítico mostram quão imperioso era a lavagem de todo o corpor, um israelita estivesse envolto em alguma condição física ou ato que o tornasse imundo. Sem essa limpeza, ninguém poderia participar de atividades de caráter religioso, pois Deus pedira a Moisés que purificasse o povo e que lavassem eles suas vestes (ver Êxodo 19:10, 11). A lavagem tinha especial importância na consagração e no serviço dos sacerdotes. O lavatório de bronze (ou fonte) era colocado entre o altar de holocaustos e a porta do tabernáculo e se tornava indispensável para a lavagem dos sacerdotes antes e depois de seus rituais.
Os costumes antigos de limpeza foram transformados pelos fariseus em rituais de grande exigência com regras especiais, que determinavam o momento e a maneira de executá-las. Os fariseus tinham uma soberba que Jesus repreendeu veementemente, quando disse que “...o servo não é maior do que seu senhor...” (João 13:16).
Além da higiene, no Antigo Testamento, a lavagem simboliza o contraste entre o imundo humano e o consagrado serviço de Deus. A água apagava as impurezas físicas e, por sua vez, representava a purificação da alma.
O Menstre desprezou a atitude dos fariseus, para quem a lavagem externa e o ritualismo tinham mais importância que a pureza de coração. Há, ainda, outra forma de humildade simulada: a daqueles que confiam no poder dos exércitos ao invés de no Senhor.
Inevitavelmente, na lavagem são associados os conceitos de limpeza e santificação. Em Corinto, Paulo descreve a vida cheia de vícios dos gentios, quando diz: “...mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Cor. 6:11).
O exemplo, a autoridade e a obra de Jesus, assim como a verdade da Palavra de Deus e a regeneração pelo Espírito Santo conduzem aqueles que seguem o Cristo à verdadeira limpeza.
O exemplo, a autoridade e a obra de Jesus, assim como a verdade da Palavra de Deus e a regeneração pelo Espírito Santo conduzem aqueles que seguem o Cristo à verdadeira limpeza.
A conversa entre o Mestre e seu discípulo Pedro, por ocasião da lavagem dos pés (ver João 13:6—10) sinaliza para todos o caminho da verdadeira humildade.
A humildade de submeter a vontade humana ao Espírito purifica, conforme descrito em Apocalipse: “...os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (7:14).
Bibliografia:
Novo Aurélio Século XXI-O Dicionário da Lingua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 1999, 3a edição, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; The One Volume Bible Commentary, Rev. J. R. Dummelow M.A., 1954, Macmillan Publishing Co., Inc. New York, USA; The New Westminster Dictionary of the Bible, Henry Snyder Gehman, Westminster Press, Philadelphia, Pennsylvania, USA; Bible Dictionary, William Smith, 1948, The John Winston Company, USA; Diccionario Ilustrado de La Biblia, Wilton M. Nelson, 1975, 3a edição, Editorial Caribe, Espanha.
