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Deixe sua luz brilhar

Da edição de fevereiro de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Para Jesus, multidões era o normal. Os Evangelhos registram que Jesus se encontrava, com freqüência, cercado por "multidões" de pessoas. Na praia ou nos montes, em jantares e festas religiosas, aqueles que se encontravam na vizinhança sentiam-se atraídos, quer pela multidão ou por seus ensinamentos e curas. Jesus não se esquivava do público, para seu próprio conforto ou para proteçāo de seu ministério, nem mesmo quando seus oponentes o ameaçavam. Ao contrário, deixava sua "luz brilhar ...diante dos homens" (Mateus 5:16, conforme a Bíblia inglesa) e se transformar em uma testemunha pública do amor de Deus pela humanidade.

O Sermão do Monte inclui a mensagem aos seus seguidores de que se ocultar não é uma boa escolha: "Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu" (Mateus 5:14–16).

Os conselhos contidos nos versos seguintes, talvez pareçam, à primeira vista, contradizer o imperativo "a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam", na verdade esclarecem e fortalecem o significado de: "Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. ...E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6:1, 5, 6). Aqui, Jesus estabelece uma importante distinção entre deixar "brilhar" nossa "luz" e meramente exibir nossas boas ações somente para demonstrar religiosidade. O "The Interpreter's Bible" (A Bíblia Interpretada) observa que a luz do mundo não é "uma luz de propaganda", mas "a chama de um altar" (Vol. 7, p. 291). Essa luz, nossa natureza divina brilhando por meio do amor fraternal e atos de cristianismo prático, como a cura, reluz como resultado de se viver uma vida centrada em Deus.

Quais são os benefícios práticos de deixar nossa luz brilhar? Os evangelhos indicam que o mandamento cristão de deixar nossa luz brilhar, em realidade, melhora nossa própria percepção espiritual, a qual nos ajuda a curar os problemas do mundo. Aqui, a parábola de Jesus sobre a mulher que acende a candeia, varre a casa e procura diligentemente até encontrar a moeda perdida é muito instrutiva (ver Lucas 15:8, 9). Ela precisou acender a candeia para ver mais claramente o que já possuía. Isso mostra que os recursos para solucionar problemas já estão à mão. Nossa "luz" nos faz perceber as possibilidades infinitas. Quer sejam relacionamentos estremecidos, dificuldades físicas ou problemas de grande vulto, como aquecimento global e genocídios, as soluções vêm por meio da percepção espiritual. A luz permite que fique mais clara.

Os evangelhos nos proporcionam muitos exemplos em que Jesus revelou, por meio de sua luz, as soluções disponíveis aos desafios à sua volta. Certa vez, quando ele se aproximava da porta de uma cidade com "...seus discípulos... e numerosa multidão", havia outra multidão próxima dali em uma procissão funerária (ver Lucas 7:11–16). Com um único toque no esquife que levava o filho morto de uma mulher em prantos, Jesus parou a procissão. Ao invés de esconder da multidão sua percepção espiritual, Jesus deixou sua luz brilhar, e ressuscitou o jovem, expressando a forma mais elevada de compaixão que alguém poderia esperar.

Jesus deixava sua luz brilhar constantemente, mesmo quando alguém achasse que o melhor para ele fosse ficar sozinho. Mateus registra uma interessante seqüência de acontecimentos, que ocorre em um intervalo de 24 horas, imediatamente após Jesus saber que seu primo e primeiro aliado, João Batista, fora decapitado (ver Mateus 14:13–33).

Ao tomar conhecimento do ocorrido, Jesus foi de barco "sozinho a um lugar deserto", provavelmente necessitando de algum tempo para refletir sobre os últimos acontecimentos e se aproximar do Pai. Entretanto, as multidões já esperavam Jesus, antes dele desembarcar. Pediu ele um pouco de tempo para si mesmo? Não. Ele foi movido pelo amor a curar os doentes. Mais tarde, seus discípulos lhe pediram que mandasse a multidão para casa, a fim de se alimentarem. Ao invés disso, com cinco pães e dois peixes, Jesus alimentou milhares de pessoas. Depois que todos haviam comido e os discípulos seguiam na frente para começar a cruzar o lago, ele permaneceu com eles até que tivessem partido. Aí então pôde ficar só, até as primeiras horas da manhã, quando caminhou sobre o mar aberto e ajudou Pedro a fazer o mesmo. Logo depois, Jesus acalmou uma tempestade. Esse relato nos proporciona um certo senso da extensão da luz de Jesus.

Jesus brilhava onde quer que estivesse, porque essa luz interior expressava sua natureza divina, o Cristo, que "ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre" (Hebreus 13:8). Além disso, ensinou aos seus seguidores que essa natureza era também a deles. Contudo, algumas vezes, o orgulho, o medo e a decepção, pretendem esconder nossa luz.

Certa vez, a caminho de uma cidade para ver minha nova enteada desempenhar o papel principal em um musical, ocorreu-me que minha maneira de manifestar entusiasmo poderia ser um problema para a mãe dela e outras pessoas da família. Achei então que, em consideração aos outros, eu não deveria participar de alguns dos eventos planejados. Contudo, à medida que orava, compreendi que a luz não chama a atenção para si mesma. Quando entramos em uma sala, não percebemos a luz, mas somente os objetos sobre os quais ela brilha. Percebi que eu deveria apenas brilhar e deixar que a luz revelasse todos os envolvidos como filhos de Deus, apreciados e abençoados. O resultado foi um fim de semana repleto de amor, uma aproximação com a mãe dela e com meus novos parentes.

Essa experiência me ajudou a ver que toda e qualquer oportunidade de "deixar a luz brilhar" deve ser aproveitada. Estou convencida de que nada pode esconder nossa luz, quando desejamos seguir e praticar essa instrução fundamental de Cristo Jesus.

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