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REFLEXÃO

Vida organizada e livre de estresse

Da edição de fevereiro de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Pelos anúncios que, às vezes, vejo na televisão e pelos livros que são vendidos nas livrarias, parece que há muito estresse ao nosso redor, nos dias de hoje. Milhões de pessoas atribuem a insônia e as enxaquecas à tensão e à pressão que sofrem. As pessoas estão sob tensão, esforçando-se para pagar as contas em dia. Os pais que levam seus filhos para a escola e atividades pós-escolares, que incluem eventos esportivos aparentemente intermináveis, ficam cansados e estressados, na tentativa de administrar suas agendas. Às vezes, o mesmo acontece com as crianças. Ademais, raramente vejo um trem de subúrbio parar na estação da minha cidadezinha, sem que alguém esteja correndo do estacionamento para conseguir embarcar. Algumas vezes, produzimos nossa própria tensão e sequer percebemos o que fazemos a nós mesmos. Pensei nisso enquanto me recuperava de uma dificuldade física, a qual, por algum tempo me fez ficar muito cuidadoso com viagens. Logo após minha primeira viagem, depois de alguns meses, lembro-me de estar esperando por minha bagagem na área de desembarque, sentindo-me tranqüilo e grato só porque havia conseguido completar a viagem. Nesse mesmo momento, outro homem andava freneticamente de um lado para o outro, gritando para todo o mundo ao seu redor ouvir, que estava levando mais tempo para pegar sua bagagem na esteira do que a própria viagem. Pude perceber naquele indivíduo atitudes semelhantes às que eu havia expressado em outras viagens. Tais experiências podem despertar as pessoas para as possibilidades de administrarem melhor a si mesmas, como também suas emoções. Ao orar, com freqüência recorro à ajuda de algumas palavras de um dos meus hinos favoritos, de fato, um que cantávamos na igreja, antes mesmo de me tornar um estudante da Ciência Cristã. É de autoria de um poeta quáquer, John Greenleaf Whittier:

"Derrama sobre todos nós
Teu bálsamo eficaz;
Dissipa nossas vãs tensões,
E mostra aos nossos corações
Quão bela é Tua paz"
Hinário da Ciência Cristã, 49

Orações como essa nos guiam à compreensão de que aquilo que nos está pressionando, freqüentemente é proveniente de um tumulto interior a respeito de nossas próprias deficiências e inseguranças. Quem conhece o relato bíblico de Jacó e seu irmão Esaú, lembra-se como Jacó encontrou a tranqüilidade, quando se submeteu à paz de Deus, durante uma noite estressante e agitada. Anos antes, Jacó fora persuadido por sua mãe a enganar seu pai, Isaque. O resultado foi que ele recebeu de Isaque a bênção, tirando de Esaú sua herança. Como Isaque estava para morrer, a mãe de Jacó fez com que ele fugisse de casa, a fim de escapar da vingança de Esaú. Anos mais tarde, Jacó decidiu voltar para casa, sem saber o que esperar de Esaú. Jacó preparou todo tipo de presentes para seu irmāo e até mesmo planejou como sua caravana poderia se aproximar de Esaú. Contudo, isso não lhe proporcionou a paz desejada e foi naquela noite que ele orou sobre o que poderia acontecer no dia seguinte. Não é preciso muita imaginação para visualizar o estresse que Jacó deve ter sentido naquela noite, à medida que se aproximava o momento do encontro com seu irmão e ele se defrontava com seus problemas não resolvidos. A narrativa na Bíblia nos diz apenas que Jacó estava só, o que pressupõe que estivesse sozinho com seus pensamentos.

Em sua agitação interior, ele sentia a presença de um homem, com o qual lutou, "até romper o dia". Contudo, como resultado de sua luta interior, ele obteve um novo senso de paz.

Mary Baker Eddy escreveu sobre este incidente em Ciência e Saúde: "Foi assim que apareceu o resultado da luta de Jacó. Ele havia vencido o erro material pela compreensão acerca do Espírito e do poder espiritual. Isso transformou o homem. Ele já não se chamava Jacó, mas Israel—um príncipe de Deus, ou um soldado de Deus, que havia travado um bom combate. Viria a ser o pai daqueles que, por sérios esforços, demonstrariam, como ele, o poder do Espírito sobre os sentidos materiais; e os filhos da terra, que lhe seguissem o exemplo, seriam chamados filhos de Israel, até que o Messias lhes desse um novo nome" (p. 309).

Como resultado de uma noite que certamente deve ter incluído uma luta contra o remorso, em relação aos danos que ele havia causado ao irmão vinte anos antes, Jacó alcançou algum senso da proteçāo de Deus, o que lhe proporcionou a coragem para o dia seguinte, para aquilo que provou ser uma reunião feliz e sanadora com Esaú. O tipo de estresse pelo qual Jacó passou pode se expressar de muitas formas. Às vezes, ficamos paralisados por ele, uma vez que esse estresse afeta nossa capacidade de pensar e agir rapidamente e de forma adequada. Também pode fazer com que nos sintamos exauridos e indefesos. Durante minha própria carreira, consegui, pela oração, cumprir metas desafiadoras de investimento como banqueiro e, em outra ocasião, como escritor e redator de um jornal, lidar com prazos apertados. Entretanto, houve ocasiões em que não pude abandonar e deixar para trás os eventos do dia com facilidade e conseguir ter uma boa noite de sono. Algumas pessoas encontram repouso à noite, tomando pílulas para dormir. Existem outras, como o famoso presidente Harry Truman, que conseguem se "desligar", independentemente de quaisquer desafios com os quais estejam se defrontando, e simplesmente adormecem. Contudo, descobri que nem sempre dormir é o que necessitamos. Existe um tipo diferente de descanso que realmente consegue suplantar a sensação de estresse. Esse descanso é como uma dádiva de Deus e vem mais facilmente, como para Jacó, quando compreendemos o poder do Espírito sobre os sentidos materiais, ou seja, quando encontramos a paz e a segurança em nossa verdadeira identidade como filhos de Deus. Nada menos do que essa convicção espiritual pode nos garantir a libertação das inúmeras pressões e preocupações que enfrentamos na vida. Uma memorável frase em Ciência e Saúde se refere a cada um de nós como "o humilde servo da Mente que propicia descanso". A seçāo interira diz: "Assim como a astronomia inverte a percepção humana do movimento do sistema solar, assim a Ciência Cristã também inverte a aparente relação entre a Alma e o corpo e torna o corpo subordinado à Mente. O mesmo se dá com o homem, que é apenas o humilde servo da Mente que propicia descanso, embora isso pareça diferente ao sentido finito" (Ciência e Saúde, p. 119). Pensar sobre si mesmo como esse "servo", inclui livrar-se de qualquer sentimento de egotismo ou presunção. De fato, a Ciência Cristã considera Deus como o único Ego. O homem, ou seja, cada um dos filhos de Deus, é o reflexo desse Ego e, como reflexo, o homem já inclui todas as qualidades de Deus. Reivindicar essa identidade como nossa, permite-nos abandonar a idéia incômoda de que podemos ou devemos confiar em nosso próprio intelecto ou na força de vontade para realizar alguma coisa. Algumas vezes, o estresse é criado por si mesmo, quer por uma crença de que estejamos fazendo algo de forma isolada, ou sendo obrigados, por outras pessoas, a fazê-lo. A solução para isso é reconhecer que Deus, a Mente divina, está constantemente se expressando a Si mesmo através das idéias da Mente, ou seja, eu, você e todas as outras pessoas, também. Não podemos ficar esgotados se estivermos mentalmente em paz na compreensão dessa verdade, refletindo a atividade da Mente. Ciência e Saúde declara: "Deus descansa em atividade... Nenhuma exaustão resulta da atividade dessa Mente, de acordo com a compreensão da Ciência divina" (p. 519). Se esse fato é verdadeiro e é, então nenhuma exaustão ou sensação de estresse pode acompanhar qualquer atividade humana correta, isto é, qualquer atividade que seja motivada pela honestidade e pelo altruísmo. Nem podem as outras pessoas abusar de nós, fazendo-nos ficar estressados. Pensar espiritualmente exige que nós incluamos as outras pessoas em nossas orações, que aceitemos o fato de que a Mente também governa seus pensamentos, motivos, e açōes, e que, devido a isso, nossa interaçāo uns com os outros será caracterizada por respeito mútuo, e, até mesmo, amor. Esse processo envolve ver o bem nos outros, reconhecendo que eles também são filhos de Deus. Significa tornar as próprias metas e ambições, tão altruístas quanto possivel, aceitar, cada vez mais, que toda a criação é a expressão da plenitude de Deus, e regozijarse por fazer parte dessa plenitude, diariamente. Às vezes, é preciso uma completa revisão daquilo que talvez tenha parecido mais importante para nós no passado. Isso faz parte daquilo que significa “nascer de novo”, para muitos cristãos e, especialmente, para os estudantes da Ciência Cristã. Aquilo que mais parece causar tensão, estresse ou ansiedade, desaparecerá, ao longo do caminho. O poema de Whittier termina com um apelo: “...mostra aos nossos corações. Quão bela é Tua paz”. Há uma riqueza de confiança ao aceitar que todos nós possuímos a capacidade para começar cada dia apreciando o fato de que somente Deus é quem programa nossas atividades. Não existe nenhum conflito nessa programação.

Contudo, para a maioria de nós, seja qual for nosso atual estágio na vida e nossa responsabilidade, temos de começar a agir como o "servo da Mente que propicia descanso”. Refletir a ilimitada inteligência da Mente e o cuidado e a compaixão do Amor, ajudará a libertar-nos de qualquer sensação de imposição ou de nos sentirmos pressionados a ter um desempenho além da nossa capacidade dada por Deus.

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