Pelos anúncios que, às vezes, vejo na televisão e pelos livros que são vendidos nas livrarias, parece que há muito estresse ao nosso redor, nos dias de hoje. Milhões de pessoas atribuem a insônia e as enxaquecas à tensão e à pressão que sofrem. As pessoas estão sob tensão, esforçando-se para pagar as contas em dia. Os pais que levam seus filhos para a escola e atividades pós-escolares, que incluem eventos esportivos aparentemente intermináveis, ficam cansados e estressados, na tentativa de administrar suas agendas. Às vezes, o mesmo acontece com as crianças. Ademais, raramente vejo um trem de subúrbio parar na estação da minha cidadezinha, sem que alguém esteja correndo do estacionamento para conseguir embarcar. Algumas vezes, produzimos nossa própria tensão e sequer percebemos o que fazemos a nós mesmos. Pensei nisso enquanto me recuperava de uma dificuldade física, a qual, por algum tempo me fez ficar muito cuidadoso com viagens. Logo após minha primeira viagem, depois de alguns meses, lembro-me de estar esperando por minha bagagem na área de desembarque, sentindo-me tranqüilo e grato só porque havia conseguido completar a viagem. Nesse mesmo momento, outro homem andava freneticamente de um lado para o outro, gritando para todo o mundo ao seu redor ouvir, que estava levando mais tempo para pegar sua bagagem na esteira do que a própria viagem. Pude perceber naquele indivíduo atitudes semelhantes às que eu havia expressado em outras viagens. Tais experiências podem despertar as pessoas para as possibilidades de administrarem melhor a si mesmas, como também suas emoções. Ao orar, com freqüência recorro à ajuda de algumas palavras de um dos meus hinos favoritos, de fato, um que cantávamos na igreja, antes mesmo de me tornar um estudante da Ciência Cristã. É de autoria de um poeta quáquer, John Greenleaf Whittier:
"Derrama sobre todos nós
Teu bálsamo eficaz;
Dissipa nossas vãs tensões,
E mostra aos nossos corações
Quão bela é Tua paz"
Hinário da Ciência Cristã, 49
Orações como essa nos guiam à compreensão de que aquilo que nos está pressionando, freqüentemente é proveniente de um tumulto interior a respeito de nossas próprias deficiências e inseguranças. Quem conhece o relato bíblico de Jacó e seu irmão Esaú, lembra-se como Jacó encontrou a tranqüilidade, quando se submeteu à paz de Deus, durante uma noite estressante e agitada. Anos antes, Jacó fora persuadido por sua mãe a enganar seu pai, Isaque. O resultado foi que ele recebeu de Isaque a bênção, tirando de Esaú sua herança. Como Isaque estava para morrer, a mãe de Jacó fez com que ele fugisse de casa, a fim de escapar da vingança de Esaú. Anos mais tarde, Jacó decidiu voltar para casa, sem saber o que esperar de Esaú. Jacó preparou todo tipo de presentes para seu irmāo e até mesmo planejou como sua caravana poderia se aproximar de Esaú. Contudo, isso não lhe proporcionou a paz desejada e foi naquela noite que ele orou sobre o que poderia acontecer no dia seguinte. Não é preciso muita imaginação para visualizar o estresse que Jacó deve ter sentido naquela noite, à medida que se aproximava o momento do encontro com seu irmão e ele se defrontava com seus problemas não resolvidos. A narrativa na Bíblia nos diz apenas que Jacó estava só, o que pressupõe que estivesse sozinho com seus pensamentos.
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