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Eleve-se acima do conflito

Da edição de abril de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Uau! Que vista! Há apenas alguns momentos, flutuávamos sobre telhados e conversávamos em francês com os fazendeiros lá embaixo. Agora, com duas ou três rajadas de ar quente, subimos tão alto, que ficamos fora do alcance de qualquer som, a não ser dos que ocorriam na cesta. Uma tapeçaria maravilhosa de vários tons de verde, contrastando com o brilhante azul do horizonte se descortinava à nossa vista.

Estávamos em um balão movido a ar quente, flutuando serenamente sobre o Vale do Loire, na região central da França. Detalhes de eventos que ocorriam bem abaixo de nós pareciam muito menos importantes do que a alegria e a paz daqueles momentos, bem acima da terra.

Quando as imagens daquela experiência de subir e voar alto sem despender de nenhum esforço voltam à minha mente, elas não apenas me elevam, como também me ensinam uma lição espiritual.

Qual foi a lição? Continuar voando, cada vez mais alto. Isso significa que, se mantivermos o pensamento a uma altitude mais elevada, em que estamos conscientes de nosso próprio ser espiritual, bem como do das outras pessoas, sentiremos essa mesma paz e serenidade que auxiliam a manter nosso equilíbrio espiritual. Além do mais, juntamente com esse equilíbrio, nos advém, de forma consistente, uma perspectiva mais elevada que nos ajuda a lidar com os desafios da vida.

Ninguém exemplificou melhor do que Jesus o valor de se manter nessa perspectiva mais elevada. Ele dava os passos para se elevar, cada vez mais alto, acima das crenças materiais, aproximando-se de sua ressurreição final para fora de toda materialidade. À medida que curava e pregava, mantinha, de forma consistente, uma altitude de pensamento inabalável; uma perspectiva espiritual tão perfeita da realidade, que era capaz de desafiar e vencer conceitos terrenos impostos pelos sentidos materiais. Por exemplo, ele caminhou sobre a água, curou as assim-chamadas doenças incuráveis e ressuscitou mortos.

Se pretendemos nos elevar plenamente acima dos prazeres e dores dos sentidos materiais, como Jesus o faz, precisamos permanecer vigilantes sobre nossos próprios pensamentos e ações.

Jesus também compreendia a importância de manter o pensamento acima da atração magnética do físico, ou daquilo a que a Bíblia se refere como mente carnal. A Bíblia relata a ocasião em que Jesus jejuou no deserto por 40 dias. Sugestões mentais más tentaram-no a se atirar de uma grande altura, a fim de provar sua imortalidade e que era o Filho de Deus (ver Mateus 4:1–11).

Contudo, Jesus não caiu nessa tentação. Será que o mundo somente ouviria sua mensagem se ele pudesse realizar façanhas miraculosas, tais como sobreviver a essa queda? Esse único ato corajoso poderia ser notável, mas certamente Jesus sabia que não podia cair no mesmo nível da mente carnal, para provar que ele era o Filho de Deus. Somente a superioridade espiritual de seus ensinamentos e de suas curas, fundamentadas no eterno amor de Deus, isto é, na vontade divina, atrairiam a humanidade à sua mensagem de salvação. Portanto, ele rejeitou essa tentação. Em seguida, veio a sugestão mental de que, se ele apenas “se prostrasse e adorasse” o diabo, ou o mal, então ele poderia dominar “todos os reinos do mundo”. A resposta de Jesus à influência degradante dessas sugestões diabólicas foi simples e direta: "Vá embora, Satanás! As Escrituras Sagradas afirmam: 'Adore o Senhor, seu Deus, e sirva somente a ele'” (Mateus 4:10).

Esse tipo de decisão prática e ponderada ilustrou a devoção espiritual de Jesus e o capacitou a demonstrar que a vida está perpetuamente no Espírito, não na matéria. Tal atitude resultou na capacidade de Jesus de discernir o coração das pessoas e de curar todo tipo de doença, como insanidade, paralisia, cegueira e surdez, entre outros incontáveis problemas físicos.

Jesus provou que viver em um estado de consciência espiritual elevado traz uma atmosfera de cura a tudo com que nos defrontamos. Sua vida estabeleceu o fundamento para que toda a humanidade comprovasse a premissa básica de que aqui e agora somos espirituais e que também podemos descobrir a libertação progressiva e duradoura do pecado, da doença e da morte.

Ele também compreendeu a importância de manter sua virtude crística intacta, ao resistir à tendência humana de enfraquecê-la. Mary Baker Eddy faz alusão a essa postura em Ciência e Saúde: “É a espiritualização do pensamento e a cristianização da vida diária, em contraste com os resultados da horrível farsa da existência material; é a castidade e a pureza, em contraste com as tendências degradantes do sensualismo e da impureza, que gravitam rumo à terra, o que realmente atesta a origem e a operosidade divina da Ciência Cristã” (p. 272).

Quer alguém se defronte com a tentação de escolher o caminho mais degradante em uma situação ética; ou mesmo viciar-se em álcool, drogas, apetites sexuais ou qualquer outro ato ilícito, a Ciência do Cristo sempre despertará e elevará a humanidade a promover a pureza e a viver de forma saudável. Descobri que, quando supero desejos desnaturais e materialistas, ou seja, a vontade humana, o Cristo, a influência divina de Deus, sempre ativo e presente na consciência humana, ressuscita meu pensamento para fora de perspectivas fundamentadas no materialismo, e me eleva a um reconhecimento mais puro a respeito de mim mesmo e das outras pessoas, como a expressão de Deus, o Espírito.

Se pretendemos nos elevar plenamente acima dos prazeres e dores dos sentidos materiais, como Jesus o fez, precisamos permanecer vigilantes sobre nossos próprios pensamentos e açōes. Temos de estar dispostos a resistir às tendências que possam nos conduzir às circunstâncias que retardariam ou mesmo destruiriam as oportunidades de vivermos uma vida produtiva e pura. Manter Deus, o bem infinito, em primeiro plano em nosso pensamento, impedenos de cometer erros de julgamento, como também do conseqüente pesar ou remorso que provém desses erros.

Às vezes, encaramos a nós mesmos e aos outros de forma muito pessoal. A Ciência Cristã nos ajuda a evitar que afundemos em sentimentos destrutivos de mágoa, ressentimento, ciúmes, raiva, sensualidade, obsessão, e assim por diante. Mantemo-nos livres desses sentimentos, quando nos volvemos sinceramente a Deus, a bordo da força ascensional do Espírito, rumando para o alto e acima daquilo que a princípio pode parecer uma resistência intransponível. Contudo, à medida que nos sentimos inspirados e impulsionados pela pureza do Cristo, essas obstruções mentais se dissolvem naturalmente.

Lembro-me de uma ocasião em que essas idéias espirituais se tornaram muito reais para mim. Tive um problema com meu negócio, quando tive de lutar contra um ódio rancoroso e ciúmes dirigidos contra mim. Um antigo funcionário se tornou um concorrente feroz que não escondia seu desejo de ver meu negócio falir. A princípio, revidei obstinadamente, ameaçando os fornecedores de que, se eles abastecessem o meu concorrente, eu cancelaria meus pedidos. Essa estratégia me arrastou a uma espiral descendente, o que ofereceu outras oportunidades de guerreálo e de temer as possíveis conseqüências das nossas atitudes. Não queria agir daquela forma, mas senti que tinha de me defender. Não demorou muito para eu sentir os maus efeitos de meu próprio comportamento.

Certa noite, enquanto dirigia do trabalho para casa, de repente senti que estava prestes a perder a consciência. O medo assolou meu pensamento: “Você vai ter um ataque do coração, você vai ter um derrame cerebral, você está prestes a morrer”. Embora não sentisse nenhuma dor, estava fisicamente enfraquecido e tinha certa dificuldade em respirar. Portanto, imediatamente parei o carro no acostamento da via expressa, desci do veículo e comecei a orar, luntando contra aquela agressiva imposição mental sobre o meu bem-estar físico.

Durante os minutos seguintes, andei ao redor do carro afirmando o que eu sabia em meu íntimo ser a verdade a meu respeito: de que sou filho de Deus e, portanto, nenhum dano poderia me sobrevir; que Deus é a minha vida e a minha mente; que, sendo a imagem de Deus, não estou sujeito à doença nem à morte. Raciocinei que Deus é o Todo-Poderoso, e que sou Seu reflexo. Portanto, tenho de expressar Seu ilimitado poder. Nesses poucos minutos, meu estado mental mudou e reconheci que Deus, o bem infinito, o único poder real, estava controlando minha vida.

Também afirmei que eu não tinha inimigos. Compreendi que, se Deus, o Amor divino, está sempre presente, ocupando todo o espaço, simplesmente não havia nenhum lugar sobrando para o ódio. Concluí que, em realidade, como um ser totalmente espiritual, não poderia odiar nem temer ninguém. Só poderia amar com o amor de Deus, mesmo aqueles que eu achava que estavam contra mim. Essa perspectiva inspirada teve um imediato efeito de libertação. Senti-me fortalecido e dirigi o resto do trajeto para casa. Embora os sintomas ocasionalmente tentassem reaparecer, ao longo das semanas seguintes, a cada vez que surgiam, eu os rejeitava, levando meu pensamento para mais próximo de Deus e reafirmando Seu poder e Sua presença, até que os sintomas finalmente desapareceram para nunca mais voltar.

Essa experiência me fez compreender algo profundo: minha compreensão sobre meu relacionamento com Deus me elevara a um novo nível de consciência, que me salvara e que também mudara meu comportamento. Não poderia mais voltar ao antigo modo de definir a mim e à minha vida, nem ao velho estilo de lidar com o erro. Naquela mesma noite, comprometi-me a praticar a cura pela Ciência Cristã em tempo integral. Como resultado, vendi minha empresa, o que, por sua vez, deixou-me inteiramente livre do problema anterior que estava me preocupando. Essa foi a solução que provou ser a resposta certa para o problema e para todos os envolvidos. Nunca mais olhei para trás.

Exatamente como o Apóstolo Paulo descobriu: "Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz" (Romanos 8:6), eu também havia obtido uma revelação semelhante, que mudou minha vida para sempre. Não combatia mais o erro com o erro, ou a vontade humana com a vontade humana. Nunca mais pensaria conscientemente a respeito do mal ou da doença como sendo reais. Deus, o bem infinito e todo-poderoso, havia me revelado Seu caminho mais elevado, mais sagrado.

Uma das formas que descobri para explicar esse modo mais elevado de pensar e a transformação de consciência que disso resulta, pode ser encontrado no Glossário de Ciência e Saúde, na interpretação espiritual de Mary Baker Eddy a respeito da palavra ressurreição: "A espiritualização do pensamento; uma idéia nova e mais elevada da imortalidade, ou existência espiritual; a capitulação da crença material ante a compreensão espiritual" (p. 593).

Essa transformação, impelida por Deus, e que mudou minha maneira de pensar e de viver, aconteceu há mais de 20 anos. Ainda hoje, continuo a aprender o valor e a libertação que nos advêm ao superar até mesmo a mais leve tendência para o mal, por meio da compreensão elevada de que Deus está sempre presente e que essa compreensão é o antídoto infalível para erradicar a crença em qualquer coisa dessemelhante dEle.

A Sra. Eddy destacou que: “O propósito do Amor divino é ressuscitar a compreensão e o reino de Deus, o reino da harmonia, que já está dentro de nós” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 154). O reino de Deus existe agora mesmo e sempre existirá, eterna e poderosamente, dentro da consciência de cada um de nós. Portanto, de fato, essa ressurreição, essa espiritualização do pensamento é possível a todos, agora mesmo!

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