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O SEGUNDO SÉCULO DA CIÊNCIA CRISTÃ

O desenvolvimento de uma compreensão mais ampla do poder e da majestade da Ciência Cristã

Da edição de julho de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


"Amas, 'o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento'?"

Essa pergunta me detém, sempre que a leio, porque me leva a uma autoanálise profunda a respeito da minha disposição de sacrificar tudo por Deus e pela Ciência Cristã, o maior sistema de ideias que a humanidade necessita ou conhece. Essa inevitável pergunta foi colocada por Mary Baker Eddy no capítulo de abertura de Ciência e Saúde (p. 9). Essas ideias foram primeiramente proferidas por Moisés, na Bíblia, como um dos mandamentos de Deus e, mais tarde, aparecem nos Evangelhos, na resposta de Jesus à pergunta dos escribas referente ao "principal de todos os mandamentos" (ver Marcos 12:28-30).

Moisés, Jesus e Mary Baker Eddy: cada um deles, de diferentes maneiras, poderia ser considerado como um pilar de sustentação do desenvolvimento espiritual da humanidade. Suas respostas vigorosas a esse, que é o maior dos mandamentos, alterou para sempre o rumo do pensamento humano. Cada um deles manifestou a mesma urgência moral, ao indicar que algo tão grandioso, profundo e duradouro, como esse mandamento, exige que também prestemos atenção a ele, não importando quantos anos tenham se passado.

Qual é o resultado grandioso e profundo de amar a Deus com cada fibra do nosso ser? Não seria o amor pelo nosso próximo, descrito no segundo maior mandamento de Jesus? Tal como assinalou uma declaração feita pelo Conselho de Diretores da Ciência Cristã: "Esse amor a Deus e à humanidade irradia do coração de todo Cientista Cristão", e é esse amor que cumpre o desígnio da Igreja de Cristo, Cientista, ao abraçar "a toda humanidade com a cura espiritual genuína" (A Majestade da Christian Science e suas exigências para a nossa época", publicado em O Arauto de junho de 2006, p. 38).

O cultivo da espiritualidade na vida dos Cientistas Cristãos

Como alcançamos esse nível de amor que abrange "toda a humanidade com a cura espiritual genuína?" Parece-me que encontramos uma resposta completa na explicação de Mary Baker Eddy sobre a Ciência do Cristianismo, a qual nos leva a considerar os seguintes enunciados lógicos:

• Deus é Mente e é a única Mente.

• O universo, inclusive o humem individual, é a imagem e semelhança de Deus.

• A experiência humana é a manifestação exteriorizada do pensamento individual e coletivo.

• Por estar ausente da influência do Espírito, o pensamento humano aceita a realidade da matéria com todas as suas consequências concomitantes.

• Deus, em Seu terno amor pela humanidade, não nos deixa à mercê dessa tendência mortal, mas provê a cada homem, mulher e criança a influência do Cristo.

• Mary Baker Eddy descreveu um estado mental puro como o "Eldorado do Cristianismo", que a humanidade está plenamente capacitada a alcançar, como Jesus nos mostrou.

• Mas ela também nos disse que "a renúncia a toda sensação, afeto e adoração meramente materiais" (Ciência e Saúde, p. 9) é necessária para se alcançar esse estado mental.

Esse processo de sacrificar o estado material do pensamento é semelhante à jardinagem. O resultado costuma ser belo, profundamente satisfatório, mas exige um trabalho constante e vigoroso! Precisamos estar vigilantes, ativos e em constante estado de alerta para verificar o que está germinando no jardim do nosso pensamento. Pensamentos materialistas que queiram criar raízes precisam ser consistente e persistentemente arrancados. A falta de uma ação vigorosa é concordar em essência com a mente mortal. Ignorar as ervas daninhas permite que elas criem raízes. Com muita frequência os pensamentos parecem estar profundamente enraizados na consciência e essas raízes precisam ser arrancadas, a fim de serem completamente erradicadas. Algumas vezes, nossa maneira de pensar pode parecer tão confortável e tão pessoal, que achamos que a acalentamos e, consequentemente, não desejamos mudá-la.

Há dez anos, houve uma ocasião em que fui obrigado a aprender essas lições. Em retrospecto, posso constatar que essa experiência foi um exemplo do terno e tangível amor de Deus por mim, ao me proporcionar a oportunidade de reconsiderar a resposta da minha vida ao que significa amar a Deus "de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento". Foi-me exigido um sacrifício de acalentados estados mentais materiais, mas o resultado mudou o rumo da minha vida.

Limpando meu próprio jardim de forma vigorosa

Cresci frequentando uma Escola Dominical da Ciência Cristã, mas a ocasião em que eu realmente assumi a Ciência Cristã de forma completa foi quando fiz um curso de duas semanas ministrado por um Professor de Ciência Cristã. Isso ocorreu há 30 anos, durante as férias de verão, enquanto estudava para me formar em administração de empresas. Apesar da inspiração espiritual que senti durante o curso, a intensidade do meu foco nos negócios me levou a uma carreira de 25 anos no ramo de negócios bancários. Desfrutei plenamente desse período, morei na Europa e na Austrália, e usufruí um certo grau de sucesso. Embora a Ciência Cristã fosse importante para mim durante todo esse tempo, e apesar de confiar nela para a cura sempre que necessário, eu diria que meu principal foco era minha carreira nos negócios. Até mesmo quando minha longa carreira na área bancária chegou ao fim, simplesmente decidi que iria encontrar imediatamente outro emprego comparável ao anterior.

À medida que transformava minha maneira de pensar, descobria em minhas orações que me tornava interessado em servir a Deus.

Mas isso não aconteceu. À medida que os meses, e então um ano ou dois passaram, primeiramente fiquei intrigado e, em seguida, frustrado. Só mais tarde consegui me dar conta do fato de que Deus estava preparando algumas etapas para mim. Alguns meses depois de estar fora do mercado de trabalho, fui eleito Primeiro Leitor em nossa igreja filial da Ciência Cristã, na cidade de Nova Iorque. O estudo intenso da Bíblia e do livro Ciência e Saúde, exigido para esse cargo, gradualmente começou a me transformar. Com o tempo, percebi essa experiência como leitor como um "verdadeiro emprego", que passei a amar.

Após o período de três anos nesse cargo, meu desejo de encontrar outro emprego lucrativo e de prestígio no ramo dos negócios começou a mudar, embora vagarosamente. À medida que transformava minha maneira de pensar, descobria em minhas orações que me tornava mais interessado em servir a Deus, do que em satisfazer à definição anterior da minha identidade. Compreendo agora que minha noção de carreira e de identidade estava muito voltada para meu papel como executivo de banco. Embora do ponto de vista humano não houvesse nada de errado com essa identidade, comecei a perceber que minha satisfação ou acomodação a esse papel restringia um comprometimento mais pleno para com a Ciência Cristã. Relutava em abrir mão de algo que, de um ponto de vista humano, eu achava tão satisfatório, como um sacrifício que eu simplesmente não desejava fazer.

Entretanto, meu estudo consistente da Bíblia e de Ciência e Saúde deu origem a uma humildade que abriu meus olhos para a transformação que estava ocorrendo. Esse nem sempre é um processo agradável. Comecei a considerá-lo como uma repreensão necessária, quando o caminho que eu desejava seguir estava simplesmente fechado para mim. Embora de maneira rude e um tanto reveladora, o próprio uso que Mary Baker Eddy faz da metáfora de jardinagem foi ilustrativa: "As ervas daninhas da mente mortal nem sempre são destruídas na primeira arrancada; elas reaparecem, como a devastadora cizânia, para sufocar o trevo que está brotando. Oh, jardineiro estulto! Vigia seu reaparecimento e arranca-as do solo onde nascem, até que não fique nenhuma semente capaz de propagar-se-e causar apodrecimento" (Miscellaneous Writings 1883-1896, p. 343). Quando comecei a compreender que Deus estava pedindo, talvez até mesmo exigindo, algo mais elevado de mim, também percebi que Ele estava exatamente ali, ao meu lado, guiando meus passos vacilantes.

Uma das minhas lembranças mais acalentadas desse período foi esse senso crescente da presença de Deus, muito embora o cenário humano ainda não tivesse mudado. Uma estrofe do Hino 330 do Hinário da Ciência Cristã se tornou um companheiro constante:

"Perversamente me perdi,
Mas Seu amor buscou-me;
O Seu apoio eu senti,
E ao lar o Pai levou-me."

Nessa ocasião, minha esposa e eu assistimos à Assembleia Anual de A Igreja Mãe que foi realizada em Berlim. Descobri que respeitava as qualidades demonstradas pelos vários palestrantes e valorizava o que eles faziam pela igreja e pelo mundo. Vários meses depois de retornar aos Estados Unidos e completar meu período no cargo de Primeiro Leitor, recebi um chamado de A Igreja Mâe oferecendome um emprego. Embora a ideia de trabalhar para A Igreja Mâe jamais tivesse me ocorrido, senti que o convite estava completamente em linha com minhas oraçôes, por isso o aceitei.

Em certo sentido, essa mudança de emprego, de executivo da área bancária para o meu atual cargo como Tesoureiro de A Igreja Mãe, pode ser considerada como um progresso natural da minha carreira humana. Mas sei que em um sentido mais profundo, minha vida passou, e continua a passar, por mudanças significativas por meio do sacrifício do estado mental material e de sua consequente regeneração espiritual. Lições de humildade e da ternura do amor começaram a dar origem a curas muito necessárias de traços de caráter indesejáveis. Ocupar um cargo previsto no Manual tem me proporcionado oportunidades de aprender a desenvolver coragem moral e uma obediência abnegada. Tenho tido a satisfação de testemunhar alguns exemplos notáveis de confiança radical, de sabedoria, amor fraternal e abnegação. Além disso, minha experiência como Praticista da Ciência Cristã registrado há alguns anos no Journal, proporcionou-me um vislumbre daquilo que um membro de O Conselho de Diretores da Ciência Cristã queria dizer quando falou: "A prática é o maior emprego do mundo, não o mais fácil, mas verdadeiramente o maior".

Existe realmente outra coisa que eu prefira fazer?

Embora a história de cada um seja única, suponho que eu não esteja sozinho nessa necessidade contínua de reexaminar seriamente minha disposição de deixar tudo pelo Cristo. "Milhões de mentalidades sem preconceitos–que com simplicidade procuram a Verdade, viandantes fatigados, sedentos no deserto–aguardam, atentos, o repouso e o refrigério" (Ciência e Saúde, p. 570). Em larga escala, eles estão esperando por nós, como Cientistas Cristãos praticantes, para fazerem o tipo de comprometimento que os capacitará a receber seu copo de água fresca. Portanto, a afirmação que agora ressoa em meu pensamento é que não existe realmente outra coisa que eu prefira fazer.

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