"Reconcilia-te, pois, com ele e tem paz..." (Jó 22:21). Esse foi o primeiro pensamento que me veio, quando comecei a estudar mais profundamente as obras de Jesus.
Reconciliar significa voltar a fazer as pazes, encontrar e estabelecer a harmonia entre amigos ou mesmo adversários.
A reconciliação, muitas vezes, nos desperta para a irrealidade da doença, pois qualquer tipo de doença ou de problema torna-se irreal ao se compreender a unidade do homem com Deus. Jesus entendia muito bem sua união com Deus, e por isso realizava curas. Entretanto, Jesus curava o pensamento e não a doença. A doença é simplesmente uma ilusão; se fosse real, seria incurável.
Nos evangelhos fica bem claro que Jesus não via a doença como uma realidade. Ao invés de olhar para a mentira, ele focava na identidade espiritual de todos os homens, mulheres e crianças. Por isso, era comum ouvi-lo dizer para o aleijado, o mudo ou o pecador expressões como: "...Perdoados são os teus pecados" (Lucas 7:48) e "...vai e não peques mais" (João 8:11). Ele curou o medo, a doença e todo tipo de pecado, e essas curas constam dos Evangelhos de Mateus (12 curas), Marcos (12 curas), Lucas (14 curas) e João (2 curas). A Ciência Cristã considera por pecado a crença no mal e qualquer pensamento que não esteja de acordo com os mandamentos de Deus e Sua criação harmoniosa. Como Deus só criou o bem, Ele desconhece o pecado.
A eucaristia não se limita a um banquete em que se bebe o vinho e se come o pão, mas em nos reconciliarmos com a verdade que vence o erro. É preciso combater o bom combate, isto é, permanecer na fé e nos tornar melhores a cada dia. Devemos deizar de lado o sentido material.
Aprendemos com as curas espirituais que a reconciliação com Deus pode ser constante e nos leva ao banquete divino de bênçãos como a alegria, a felicidade a uma vida mais digna. Essa reconciliação também nos conduz por um caminho certo rumo ao crescimento espiritual, pois a mudança de pensamento nos abre os olhos para ver as obras de Deus.
O Sermão do Monte, no qual Jesus falou para uma grande multidão, esclarece que viver e praticar esses ensinamentos nos reconcilia com Deus e não permite que oscilemos entre o bem e o mal, ou mesmo que nos desviemos da vereda estreita que conduz à Verdade.
Quando era adolescente, eu achava que era a dona da verdade, agia de maneira inadequada com amigos e parentes, era muito orgulhosa e achava que sabia mais do que as outras pessoas. Sem me dar conta, essa forma de agir me deixava com uma sensação de pesar na consciência.
Quando adulta, conheci a Ciência Cristã e comecei a orar para expressar mais humildade, ser menos crítica e ficar atenta ao que Deus me fala em cada momento. Por meio da oração, percebi que todos nós somos filhos de Deus, e que Ele ama igualmente a todos. Deus não faz acepção de nenhum de Seus filhos. Também passei a tentar alcançar uma visão mais espiritual e a enxergar as pessoas como Deus as vê.
Essa mudança de pensamento me ajudou a adquirir um senso mais puro do Amor divino e a me sentir mais leve. Continuo até hoje convicta de que a humildade é uma qualidade divina e de que eu posso expressá-la de forma contínua. Essa convicção me traz muita paz.
 
    
