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Sustentabilidade—uma abordagem metafísica

Da edição de junho de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


Atualmente o assunto "sustentabilidade" tem estado muito presente na mídia. O termo vem sendo amplamente debatido e definido como "a capacidade de se preservar... o potencial de manutenção de bem-estar a longo prazo". Usamos esse termo extensivamente com relação ao meio ambiente, à ecologia, ao uso de recursos naturais, planejamento futuro, eficiência energética e assim por diante. Existe um modo espiritual de se considerar essa questão? Caso positivo, como podemos aplicá-lo em nossa própria prática de cura?

Algumas respostas me vieram à mente, há alguns anos, quando tive uma experiência de cura durante as férias. Estava participando de uma cavalgada de 80 quilômetros de extensão, quando, de repente, meu cavalo ficou manco. Não tive outra escolha a não ser apear do cavalo e puxá-lo pela mão até o posto de apoio mais próximo, junto ao acesso aos trailers (viaturas fechadas, usadas no transporte de cavalos de corrida—fonte: Houaiss). Estávamos em outubro e o local da competição ficava na borda norte do Grand Canyon, nos Estados Unidos. Enquanto caminhava, elevei meus pensamentos a fim de me afastar do medo de que meu cavalo tivesse se ferido gravemente, bem como da frustração que sentia por ter de sair da competição. Abri meu coração para sentir a presença de Deus ao meu redor. Fiquei embevecida pela incrível beleza do lugar, o dourado das folhas do álamo, ornadas em toda sua glória outonal, o profundo verde dos pinheiros, o azul brilhante do céu e o estupendo Grand Canyon aos meus pés. De repente, veio-me esta pergunta ao pensamento: "Como os álamos sabem que devem deixar suas folhas caírem no outono, enquanto que os pinheiros mantêm suas folhas pontiagudas durante o inverno? A resposta veio imediatamente: "Toda a criação de Deus, inclusive o homem e a mulher, expressa a natureza autossustentável de Seu ser".

Mary Baker Eddy se refere ao termo autossustentável para descrever uma qualidade de Deus. Ela diz: "O texto: 'Todo o que vive e crê em mim, não morrerá', não só contradiz os sistemas humanos, mas aponta para a Verdade eterna que se sustenta por si mesma" (Ciência e Saúde, p. 170). Será que esse trecho não mostra que a natureza de Deus inclui a capacidade de se sustentar a si mesma? Tudo o que for necessário para manter a existência já está incluído dentro da natureza infinita do ser divino.

À medida que reivindicamos, em espírito de oração, que essas "ideias corretas" são nossas por reflexo, elas se tornam mais aparentes exteriormente

Por conseguinte, como reflexo perfeito e exato de Deus, tudo na criação dEle expressa essa mesma capacidade, ou, como dizemos hoje, essa mesma sustentabilidade. As sementes do pinheiro contêm todo o necessário para que essa árvore seja plenamente o que é. A ordem de crescimento, o tempo para a germinação, a altura máxima da árvore, o comprimento e formato das folhas pontiagudas, o fato de estarem sempre verdes, já estão embutidos dentro da semente. Naturalmente, existem os fatores externos como a luz solar, a água, etc. Mas essa é uma das muitas ilustrações que aponta para o conceito espiritual mencionado no relato bíblico da criação: "...cuja semente estava nele" (Gênesis 1:12).

Toda a criação de Deus, como Seu reflexo, tem a capacidade de expressar sua completa identidade e esse é um fato outorgado por Ele. Podemos reivindicá-lo em nossas orações para nós mesmos. Não é preciso obter algo a fim de sermos completos, saudáveis e felizes. Somos criados com esses aspectos do nosso bem-estar já intactos, dentro da consciência. Por exemplo, não temos de encontrar "a pessoa certa" a fim de nos sentirmos realizados e felizes. Afirmamos nossa inteireza e alegria criadas por Deus e então isso se torna aparente externamente. A "semente dentro de si mesma" inclui cada característica, qualidade, condição e talento necessários para que cada um de nós seja o que Deus nos criou para ser, de forma plena.

Parte da descrição que a Sra. Eddy faz a respeito do homem inclui esta frase: "Ele é a ideia composta que expressa Deus e inclui todas as idéias corretas..." (Ciência e Saúde, p. 475). O que poderiam ser algumas dessas "ideias corretas"? Harmonia? Amor? Abundância? Realização? Ela usa a palavra "inclui", o que significa dizer que todos nós somos completos, com tudo o que necessitamos já no seu devido lugar. Essas ideias são percebidas à medida que crescemos espiritualmente. Elas provêm de dentro, não de fora. À medida que reivindicamos, em espírito de oração, que essas "ideias corretas" são nossas por reflexo, nossa semelhança individualizada da única fonte infinita, Deus, elas se tornam mais aparentes. Consequentemente, nós expressamos melhor saúde, vivenciamos relacionamentos mais harmoniosos, descobrimos que já possuímos recursos abundantes.

Enquanto caminhava naquele dia pela orla do Grand Canyon, fiquei maravilhada com o fato de que os álamos estavam no processo de perder suas folhas, enquanto que os pinheiros permaneciam continuamente verdes

Portanto, podemos dizer que nossa identidade não é apenas criada por Deus, mas também é sustentada e mantida por Ele. Enquanto caminhava naquele dia pela orla do Grand Canyon, fiquei maravilhada com o fato de que os álamos estavam no processo de perder suas folhas, enquanto que os pinheiros permaneciam continuamente verdes, muito embora as temperaturas ficassem abaixo de zero à noite. Estava deslumbrada com essa atividade autossustentável e percebi isso claramente como um fato do extraordinário universo de Deus. Eu não estava olhando para um mundo material que havia se autoadaptado para sobreviver, mas, ao contrário, percebi uma importante lição espiritual, pois, como Eddy diz: "A natureza inteira ensina o amor que Deus tem pelo homem..." (Ciência e Saúde, p. 326).

Quando cheguei ao posto de controle, tive de submeter meu cavalo a um exame veterinário antes de ser autorizada a me retirar da competição. Depois de examinar o cavalo, o veterinário disse, para meu maior espanto: "O cavalo está bem. Você pode continuar". Naquele momento, senti o poder que a compreensão espiritual traz à nossa experiência. A mesma verdade que sustenta os álamos e os pinheiros sustenta meu cavalo e esse fato se evidenciou na perfeita saúde do animal. Terminamos os 80 quilômetros sem nenhum sinal da coxeadura. Aprendi naquele dia algo importante sobre Deus e Sua provisão de bem-estar, sobre o fato espiritual da sustentabilidade.

Essa verdade a respeito da natureza autossustentável de Deus está disponível a todos e pode ser aplicada a muitas situações diferentes. Por exemplo, vários praticistas relativamente novos que se registraram no Journal, comentaram sua preocupação com o fato de que talvez não viessem a ter renda suficiente para atender às suas despesas, ou seja, que sua prática talvez não conseguisse ser autossustentável. Como é proveitoso podermos nos volver à verdade de que todas as ideias de Deus incluem a capacidade de se sustentar a si mesmas. A Prática Pública da Ciência Cristã é certamente uma dessas ideias inspiradas. O empenho da vida de uma pessoa em manter o pensamento tão repleto com um senso ativo da presença e do poder de Deus, senso esse que traz a cura, inclui essas mesmas ideias que sustentarão esse esforço.

No reconhecimento de Deus como autossustentável, existe um maravilhoso potencial que pode ajudar o mundo a resolver alguns de seus problemas

O ministério de Jesus é um belo exemplo da eficácia da sustentabilidade espiritual. Ele poderia ser percebido como uma pessoa semteto, um artesão carpinteiro por formação, mas sem um emprego remunerado, e, mesmo assim, todas as suas necessidades eram supridas. Os pães e peixes foram multiplicados, o dinheiro necessário para o imposto foi localizado e pago, e ele e seus discípulos eram consistentemente alimentados. Recorria frequentemente à natureza para ensinar a verdade sobre o ser autossustentável, e dizia: "Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta" (Mateus 6:26).

Podemos confiar em que servir a Deus nos abençoará, e não nos privará de nada. Não seríamos guiados a uma vida, que tem o propósito de servir a nossos semelhantes, sem os recursos que necessitamos. Podemos reivindicar que a ideia da prática da cura espiritual contém, dentro de seu próprio desdobramento, tudo o que é necessário à sua plena expressão. A prática nos supre com a verdadeira sustentabilidade, "a capacidade de preservar". Eddy nos diz: "O caminho correto obtém o direito de passagem, isto é, o caminho da Verdade e do Amor pelo qual todas as nossas dívidas são pagas, a humanidade é abençoada e Deus glorificado" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 232). A aplicação dessa verdade a respeito da genuína autossustentabilidade tem um alcance que vai muito além das situações individuais. No reconhecimento de Deus como autossustentável e, por conseguinte, que isso é verdadeiro para toda a criação como Seu reflexo, existe um maravilhoso potencial que pode ajudar o mundo a resolver alguns de seus problemas. Podemos considerar novas aplicações de energia que não esgotarão nossos recursos. O problema das espécies em extinção pode ser contornado e o reabastecimento estabelecido. Problemas de contaminação serão estancados e o resultado será a purificação. Nossa ecologia expressará uma coabitação harmoniosa. A lista continua. Será que podemos esperar resultados? Nossa Líder, Mary Baker Eddy, diz: "O 'cicio tranquilo e suave' do pensamento científico estende-se sobre continentes e oceanos, até às extremidades mais remotas do globo. A voz inaudível da Verdade é para a mente humana como quando 'ruge um leão'" (Ciência e Saúde, p. 559). Esse pensamento científico está dotado de poder e podemos confiar nele!

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