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Purificar a atmosfera mental

Da edição de junho de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


Muitas pessoas, ao redor do mundo, têm se empenhado em serem melhores cidadãos com relação ao meio ambiente, praticando atos que vão desde o simples fato de não jogar lixo na rua, usar menos combustível fóssil para o transporte, até o desenvolvimento de tecnologias avançadas para a conservação de energia. Entretanto, embora as pessoas e as organizações trabalhem para melhorar o ambiente físico, existe uma grande necessidade de se trazer uma purificação mental a tudo quanto fazemos. Essa purificação leva a ações que contribuem para um ambiente físico mais limpo.

Mary Baker Eddy descobriu o Consolador, prometido por Jesus, para toda a humanidade (ver João 14:16, 17, 26; 15:26: 16:7). Esse "Espírito da verdade" conforta as pessoas ao lhes mostrar o que Deus verdadeiramente é. Ele nos dá ferramentas para provarmos que a paz e a saúde pertencem a todos nós porque cada um de nós é filho de Deus, como também nos oferece ferramentas para prestarmos um cuidado mais elevado ao meio ambiente. Esse Consolador eleva a humanidade de uma noção de que a existência consiste principalmente, ou, até mesmo, exclusivamente, de coisas, pessoas e situações materiais, e da noção de que tudo gira em torno da humanidade, para o verdadeiro senso das coisas, segundo o qual o universo manifesta o Deus infinito, o Espírito.

Que o universo está centrado em Deus, não em um sentido literal, mas espiritual, é o tema principal da Bíblia. Por exemplo, embora cada um dos Dez Mandamentos (ver Êxodo 20:3-17) seja essencial, juntos eles ilustram um modo de vida que reconhece Deus como a base de tudo, e que o propósito de viver é glorificá-Lo e abençoar aos outros, ao vivermos consistentemente sob as leis de Deus. Os Dez Mandamentos corrigem a noção de que a humanidade seja o centro do universo mental, de cuja distância medimos a Deus. A orientação focada em Deus, a qual leva ao Amor divino, tem profundas implicações ambientais.

É comum as pessoas acreditarem que podem pensar o que bem quiserem, inclusive a respeito de Deus. Muitas vezes, elas assumem o ponto de vista de que sejam autônomas, portanto, capazes de agir independentemente, tanto para o bem, como para o mal. Em muitas culturas, a independência é vista quase como um valor supremo. Mas Deus não é uma "coisa" a mais que a mente humana pode considerar. Deus permanece como a fonte, a condição e o fundamento de cada pensamento inspirado.

Tanto o Antigo como o Novo Testamentos enfatizam a liberdade, não a de que a pessoa possa fazer tudo o que queira, mas a liberdade de tudo o que possa tentar impedir uma sincera consagração a Deus. A Bíblia enfatiza a libertação do egoísmo e do medo, uma condição de independência que nos permite servir aos outros.

Deus não é uma "coisa" a mais que a mente humana pode considerar. Deus permanece como a fonte, a condição e o fundamento de cada pensamento inspirado.

As implicações ambientais de tal liberdade, e que acontecem como um ajuste mental radical, são profundas. Além da mudança da dependência em relação a combustíveis fósseis, para uma energia renovável e mais limpa, ou da mudança do uso de automóveis para o transporte público, essa mudança mais fundamental nos faz mudar do autocentrismo para uma centralização em Deus, e isso não apenas com relação aos combustíveis fósseis, mas também com relação à mudança da maneira egoísta e fossilizada de pensar, para uma maneira espiritual, pura, de conceber, de definir a nós mesmos, aos outros e o universo.

Muitas vezes, práticas ambientais precárias se baseiam na escassez e na limitação. Um senso limitado sobre nós mesmos, embasado em um senso finito acerca de Deus, é um tipo de poluição mental. Por exemplo, um senso limitado do bem leva ao medo da carência e gera a cobiça. Um senso limitado de poder aquisitivo pode levar ao consumismo ou ao excesso de consumo. Um senso limitado que separa o que é bom para uma pessoa ou para uma espécie, daquilo que é bom para outra leva à pobreza, às injustiças e à degradação ambiental. Entretanto, compreender Deus como o Amor infinito liberta do egoísmo e do medo. Por conseguinte, à medida que despertarmos para a natureza de Deus, o conceito do próprio ambientalismo se eleva, tornando todos os esforços mais eficazes, uma vez que foi transformado o pensamento que está na raiz dos problemas ambientais.

Fundamentar nosso pensamento e nosso viver no Consolador é ser um sanador, um purificador ou, poderíamos até dizer, um ambientalista, no sentido mais amplo da palavra, exatamente como Jesus chamou a Pedro e João para serem pescadores, mas em um sentido muito mais vasto, para serem "pescadores de homens" (ver Mateus 4:18, 19). Uma pessoa cura quando é altruísta e devotada a Deus como o bem infinito, devotada a ver cada indivíduo como o reflexo de Deus, livre e espiritual. Essa devoção separa o egoísmo, a negligência e a ignorância do indivíduo, mostrando que esse tipo de abordagem da vida não pertence nem a Deus nem a Seu reflexo.

Eis aqui um exemplo dessa purificação mental, da Segunda Igreja de Cristo, Cientista, em Brazzaville, na República do Congo. Resíduos de uma fábrica vizinha da igreja estavam poluindo a vizinhança, interferindo nos cultos da igreja e representando um risco, principalmente para os alunos da Escola Dominical. Embora todos os esforços para deter a poluição tivessem sido em vão, os membros da igreja continuaram a orar alicerçados no fato de que uma única Mente infinita, Deus, constitui a única atmosfera real do universo, envolvendo todas as suas ideias em perfeita pureza e segurança. Eles compreenderam que nenhum elemento impuro pode jamais penetrar na criação de Deus. Os membros da igreja perceberam que suas orações tinham dado frutos quando a fábrica, sem nenhuma explicação, fechou suas portas. A igreja e a vizinhança estão agora livres daquela fonte de contaminação.

Uma analogia: Um depurador de gás, isto é, um conjunto variado de dispositivos destinados a reduzir as emissões nocivas oriundas de um exaustor industrial, minimiza a poluição. Em certo sentido, ter um Deus infinito, universal, e fundamentar nossos pensamentos e ações na pureza, é ser um depurador. Uma carta, que Mary Baker Eddy escreveu a um de seus alunos, indica a importância disso com relação à cura: "Ora diariamente, nunca deixes de orar, não importa se muitas vezes: 'Não me deixes cair em tentação'—interpretado cientificamente—não me deixes perder de vista a total pureza, os pensamentos limpos e puros; faz com que todos os meus pensamentos e objetivos sejam elevados, isentos de ego, amorosos e humildes—voltados para o espiritual. Com essa elevação de pensamento tua mente perde materialidade e ganha espiritualidade e esse é o estado mental que cura o doente" (Robert Peel, Mary Baker Eddy: Years of Authority [Anos de Autoridade], p. 101).

A referência à doença tem relevância aqui. Seu livro, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ensina que a doença, como toda discórdia, não é real, porque não é criada por Deus ou conhecida por Ele. Ao contrário, a mente humana parece conceitualizar a si mesma e vivenciar a discórdia. "Se crês em nervos inflamados e fracos estás sujeito a um ataque dessa procedência. Chamarás a isso nevralgia, mas nós o chamamos uma crença" (p. 392). Da mesma forma que a doença só pode ser combatida como um conceito da mente humana, os problemas ambientais só podem ser eficazmente combatidos como sendo uma crença. Se considerarmos o problema ambiental como algo criado, real ou permitido pela Mente que é Deus, então estaremos realmente engajados no pensamento limitado que é parte do problema. A solução está em compreender que "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" (Gênesis 1:31), e em pensar e viver consistentemente com esse fato espiritual. Reconhecer que a criação de Deus é boa e perfeita não faz com que ignoremos os problemas ambientais, mas nos proporciona a sabedoria e a inteligência para combatê-los, não a partir do ponto de vista do medo, mas com amor e devoção aos outros e, por conseguinte, de uma forma verdadeiramente sustentável.

O Amor divino nos conclama a todos a sermos depuradores, sanadores, ambientalistas, na nossa própria vida, nas nossas famílias, nas nossas comunidades e no nosso mundo. Fazer isso é seguir Jesus e provar que o Consolador está aqui para toda a humanidade!

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