Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Bem-vindo ao lar do Pai!

Da edição de agosto de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


Ao longo dos anos, inúmeras vezes percebi sinais da presença constante de Deus ao orar para as pessoas. Mesmo que o aparente afastamento do Pai se apresente na forma de doença, perda, vício ou abuso, eu constatei que todas as curas confirmam que Deus nunca abandona ninguém, nem mesmo por um momento. Embora você possa não ter percebido isso durante toda a sua vida, você não somente está próximo de Deus, mas, na verdade, você é um com o Pai-Mãe Deus.

A presença de Deus é o que nos faz ser o que somos. Em realidade, nossa própria existência é o resultado de Deus em ação. "Nele vivemos, e nos movemos, e existimos", diz a Bíblia (Atos 17:28).

Ao longo dos séculos, as ideias do mundo a respeito de Deus certamente têm progredido. Embora não haja consenso sobre a natureza de Deus, muitos conceitos ultrapassados como, por exemplo, o de que Ele é um senhor barbudo e voluntarioso, que fica sentado em uma nuvem, foram dando lugar à noção de que Deus é uma força em prol do bem, que a tudo governa, e que está sempre presente no universo, uma fonte constantemente disponível de compreensão e força.

Entretanto, uma das concepções mais equivocadas, e que persiste até hoje, é a de que Deus é um juiz severo, que castiga implacavelmente. Que Ele vigia cada um dos nossos atos para nos aplicar algum tipo de punição ou nos dar uma recompensa. Essa representação de Deus certamente não faz parte do cristianismo original.

Gosto de pensar que os dois filhos são pessoas comuns, como nós

Certa vez, Jesus contou uma parábola que pode nos ajudar a descobrir como Deus realmente se sente a nosso respeito. O relato no Evangelho de Lucas começa assim: "Certo homem tinha dois filhos" (Lucas 15:11). Um dos filhos decide pedir sua herança antecipadamente. Ele deseja sair de casa e gastar tudo naquilo que, na ocasião, achava que o faria feliz. Ele é conhecido como "o filho pródigo", embora na parábola ele seja descrito somente como o filho mais moço do homem. Pródigo significa esbanjador, e é dessa forma que esse jovem age. Ele gasta tudo o que lhe foi dado como herança "vivendo dissolutamente" (ver Lucas 15:13).

Sem dinheiro e com o estômago vazio, ele cai em si. Ele não se sente nada bem consigo mesmo, e até se refere à sua pessoa de uma forma muito humilde, como pecador. Movido por esse conceito sobre si mesmo, ele decide tomar uma atitude e diz: "Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores" (Lucas 15:18,19).

Nessa parábola o pai representa Deus, e gosto de pensar que os dois filhos são pessoas comuns, como nós. Se Deus fosse realmente um juiz severo que aplicasse punições, como alguém que vigiasse cada um dos nossos atos e preparasse algum tipo de castigo futuro, Jesus, sem dúvida, teria representado Deus na parábola como um pai cruel, sem qualquer outra atitude que não fosse a de julgar friamente esse filho pródigo.

A Bíblia descreve Deus corretamente quando O apresenta como Amor

No entanto, não é isso o que acontece. O pai fica tão feliz ao ver seu filho, que organiza uma grande comemoração! Não há nenhum julgamento e o pai não diz: "Eu não falei?" ou "Por que você fez isso?" ou "Como você pôde fazer isso comigo"? O pai simplesmente ama, ama, ama.

A Bíblia descreve Deus corretamente quando O apresenta como Amor. Deus não é apenas amoroso. Deus é o próprio Amor, sempre-presente e todo-poderoso. Deus é o mais radiante, mais puro e mais incondicional Amor que se possa imaginar. Não importa o que tenha acontecido em nosso passado, tudo o que Deus tem a nos oferecer é essa bondade e esse amor.

Então, de onde vem a correção? O que nos faz seguir adiante em um caminho de progresso? Quando revelada pela presença inevitável e pela luz espiritual do Amor divino onipotente. até mesmo a mínima transgressão se torna repulsiva e indesejável para nós. O amor de Deus é tão completo, tão puro e maravilhoso, que desmascara todos os aspectos do pecado e suas consequências.

A radiante bondade do Amor divino contrasta totalmente com o materialismo. Deus não castiga; ao contrário, é a atração do materialismo, ao qual nos entregamos, que causa o sofrimento. Deus não envia o castigo. É a pureza do Amor divino que expõe a feiura do pecado e do materialismo pelo que eles são, para que possam ser abandonados.

Tudo o que foi destruído no filho pródigo foi o pecado que o havia dominado

O processo de destruição do pecado pode, às vezes, ser bastante desagradável. Foi isso o que aconteceu com o filho pródigo. Se alguém estiver se segurando firmemente à âncora de um navio que esteja afundando no mar, essa pessoa sofrerá até se sentir forçada a abandonar a âncora e retornar à superfície. O mesmo acontece quando cometemos erros na vida. Se uma pessoa escolher aquilo que não for o melhor para ela, então deverá se preparar para, mais cedo ou mais tarde, passar por algum desconforto. É por isso que é importante atentar para o que desejamos e para o que tememos. As coisas que as pessoas desejam muito, frequentemente as levam a tomar o caminho errado.

Tudo que não for Deus ou a criação de Deus encontra-se em um estado de autodestruição. Entretanto, essa autodestruição não destrói a pessoa; ela mostra o que o pecado realmente é: uma idéia errada sobre a verdade, que destrói a si mesmo. Tudo o que foi destruído no filho pródigo foi o pecado que o havia dominado. A parábola de Jesus mostra que o processo que leva à nossa libertação nem sempre é agradável, mas o amor do Pai está lá sempre, para todos. Ele é terno, inabalável e incondicional. Não é de admirar que nós, às vezes, sintamos que precisamos muito de Deus!

No momento em que nos afastamos das tentações materiais e corremos em direção a Deus, que nos ama ternamente, encontramos nosso Pai nos dando as boas-vindas ao lar, de abraços abertos! "Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas", perguntou Jesus, "e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo" (Lucas 15:4,5).

O materialismo é uma grande fraude

Dificilmente alguém que esteja lendo este artigo poderá dizer que nunca se sentiu perdido, ao menos uma vez na vida, como essa ovelha. Esse sentimento pode ter durado apenas alguns minutos ou uma vida inteira. Entranto, definitivamente, Deus não nos vê como seres perdidos. Todos nós somos ternamente amados. Em realidade, somos "a menina dos [Seus] olhos", como disse um poeta hebreu. Você merece ser colocado sobre os ombros do seu Pastor, o Amor divino, e se regozijar por isso. Não apenas uma vez na vida, mas constantemente. Isso é o que está acontecendo agora, neste exato momento.

Se alguém estiver se segurando firmemente à âncora de um navio que esteja afundando no mar, essa pessoa sofrerá até se sentir forçada a abandonar a âncora e retornar à superfície. O mesmo acontece quando cometemos erros na vida.

Mas, e se você estiver do outro lado da história, e perceber que uma pessoa com quem você se importa está passando por uma experiência semelhante à da parábola do filho pródigo? Não conseguimos deixar de nos preocupar quando vemos uma pessoa atraída para algo que parece ser justamente o pior para ela. Essa atração só pode ser falsa, porque inclui uma falsa promessa: a de um bem futuro na matéria. Porém, na verdade, não existe a menor possibilidade de isso acontecer. O materialismo, que se apresenta hoje como ganância, vícios, vingança, obcecação por exercícios físicos e cuidados com a alimentação, sensualismo, egoísmo e todos os comportamentos danosos autoinfligidos que o acompanham, promete alegria e bem-estar. O materialismo, contudo, não pode cumprir suas promessas, pois a matéria não pode oferecer aquilo que somente o Espírito pode fornecer.

O materialismo é uma grande fraude. Assistir à representação da falsa atração pode nos entristecer muito. Mas, a atração para algo que não seja Deus não é uma tendência natural do homem criado por Ele. A oração, fundamentada nesse fato espiritual, é eficaz, útil e libertadora.

Na condição de amigos ou pais, temos um papel a desempenhar na jornada do outro. Desempenhamos esse papel quando cuidamos dos nossos próprios pensamentos. O que faz a diferença não são as palavras que dizemos, mas o amor acolhedor do Pai divino que nós sentimos quando deixamos claro que Deus é a fonte de tudo o que é verdadeiramente bom na vida de um amigo ou de um filho. A totalidade do Amor é instantânea. Ela não leva tempo para alcançar o ente querido. O Amor transmite constantemente inteireza e propósito a cada um de seus filhos.

A totalidade do Amor é instantânea. Ela não leva tempo para alcançar o ente querido. O Amor transmite constantemente inteireza e propósito a cada um de seus filhos.

O amor de Deus é a característica principal e a força condutora de toda a nossa existência

As pessoas podem aprender de várias maneiras, à sua escolha. O filho pródigo escolheu aprender de um modo que a maioria das pessoas questionaria. Mas seu pai não correu atrás dele, embora soubesse aonde seu filho havia ido. Ele apenas amou, deixando que o filho tivesse sua própria experiência, guiado pelo Pastor. Fazer o mesmo é oração poderosa. Exige confiança, mas vale a pena. Todos nós já temos um Pastor em período integral: Deus.

Contemplar silenciosamente em oração o amor e a orientação do Pastor no coração de todos permite que nos regozijemos no que Mary Baker Eddy chamou de "uma noção inestimável do carinho e da bondade do Pai querido" (Ciência e Saúde, p.366). Gosto de orar a partir da percepção de que o reino dos céus está dentro de cada pessoa que eu encontro. Existe poder em simplesmente sentir "o reino", as qualidades amorosas e equilibradas que emanam de Deus, e que estão presentes em nosso próximo e em nós mesmos.

Em qualquer situação, ainda que sejamos os únicos a reconhecer que a criação de Deus está realmente lá "dentro" da pessoa, isso já é o bastante! O amor de Deus é a característica principal e a força condutora de toda a nossa existência. O Amor é o Deus que nós sempre conhecemos e em quem confiamos.

Seja bem-vindo ao lar de Deus, que o ama tanto que o criou cem por cento espiritual e perfeito, e que sempre será seu amigo e seu maior admirador. Esse Deus, que jamais o viu como um mortal imperfeito, e que expressa Sua natureza eterna e pura em você, sempre. Seja bem-vindo ao lar do Pai! *

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / agosto de 2011

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.