Já pensou se o ditado corriqueiro: "O dinheiro move o mundo" fosse, na verdade: "A intuição espiritual move o mundo"? Pondere sobre isso. Sem a intuição, ou seja, ideias que inspiram, guiam e levam a decisões acertadas, o bem que vemos e vivenciamos não existiria. Mary Baker Eddy, a Fundadora desta revista, escreveu: "Deus vos dá Suas ideias espirituais, e elas, por sua vez, vos dão o suprimento diário. ... Que maravilhosa herança nos é dada mediante a compreensão do Amor onipresente! Mais não podemos pedir, mais não queremos, mais não podemos ter" (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883-1896, p. 307).
Cada um de nós tem acesso a essa compreensão por herança divina. Uma vez que o bem tem sua origem em Deus, então, o que vemos e vivenciamos deve provir do relacionamento profundo que temos com nosso Criador e da nossa obediência ás ideias que Ele nos dá. A Bíblia está repleta de exemplos sobre o grande valor depositado na sabedoria e na intuição. Quando questionado sobre o que mais desejava receber, Salomão respondeu: "Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal" (1 Reis 3:9). Nem riquezas materiais, nem fama, longa vida ou poder, mas uma conduta correta de pensar, e a capacidade de conhecer o que é bom e agir de acordo com isso. José saiu da escravidão e ganhou a confiança do Faraó por meio de sua obediência ás mensagens de Deus. Um homem pobre, porém sábio, foi reconhecido e homenageado por ter livrado toda uma cidade pela sua sabedoria. Da mesma forma, quando Abigail obedeceu à sua intuição espiritual, salvou seu marido e impediu que Davi se vingasse de sua família e de sua comunidade, algo que Davi reconheceu com suas próprias palavras: "Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue" (1 Samuel 25:33).
Não existe nenhuma relação entre clarividência e intuição
Quantos de nós valorizamos de verdade o que poderia ser corretamente chamado de nosso maior bem, o senso espiritual para ver além de uma situação humana difícil e vislumbrar a solução que salva e soluciona? Interessante que muitas empresas e celebridades alegaram ter pago altas quantias, de até 10.000 dólares por mês, para receberem conselhos de Laura Day, uma senhora cujo trabalho é, conforme suas próprias palavras, uma "intuitivista". Embora ela conheça "quase nada sobre negócios", suas consultas a levaram a uma próspera carreira, com uma lista de espera formada inteiramente por recomendações de seus próprios consulentes. Entretanto, de acordo com o site CNN.com, "ela não se considera uma pessoa especial. 'Nós todos temos o poder da intuição', diz ela..." ("Celebridades, empresas apostam em sua intuição", da repórter Lola Ogunnaike). Para dizer o mínimo, esse exemplo aponta para o fato de que a sensatez nos negócios e a coragem intelectual nem sempre são suficientes; existe um reconhecimento claro de que algo mais é frequentemente necessário.
Afirmamos que esse algo mais pode ser encontrado quando nos dirigimos à Mente divina, em vez de às mentes humanas, em busca de inteligência e ideias corretas. Essa é a razão pela qual não existe nenhuma relação entre clarividência e intuição. A Sra. Eddy descreveu esta última não como um sexto sentido, mas como um "sentido da Alma" ou sentido espiritual. Ela escreveu em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras sobre as intuições que "...revelam tudo o que constitui e perpetua a harmonia, habilitando-nos a fazer o bem, mas não o mal" (p. 85). Ela enfatiza esse ponto repetidas vezes em seus escritos, o de que o propósito de qualquer habilidade de ver além do cenário humano e vislumbrar a visão de Deus é sempre para curar, nunca para causar dano. Esse mesmo sentido da Alma, observou ela, foi o que capacitou Jesus a curar. Ele vivia tão em sintonia com a vontade divina e percebia o pensamento com tal precisão, que fazia com que aqueles com os quais ele se encontrasse reconhecessem sua filiação divina. A mulher samaritana, com quem ele se deparou em uma fonte, proclamou: "Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?" (João 4:29).
Nossos pensamentos e decisões podem ser mais do que suposições ou pressentimentos
A missão de Jesus foi a de mostrar nossa conexão com Deus, nossa inseparabilidade dEle e, consequentemente, nosso acesso constante ás Suas ideias. O Cristo, "...a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana" (Ciência e Saúde, p. 332), está presente hoje e nunca separa o pensamento de sua fonte, mas reconhece a Mente divina como tudo o que sempre verdadeiramente informa, orienta e cria. À medida que cada um de nós cultivarmos essa compreensão espiritual, nossos pensamentos e decisões serão mais que suposições ou pressentimentos. Ao contrário, eles serão convicções firmes diretamente provenientes do nosso Conselheiro.
Os Praticistas da Ciência Cristã também conseguem curar na medida em que buscam o conselho de Deus ao exercer suas faculdades espirituais, a fim de ver além do cenário humano e, então, manter seu pensamento, como também o dos pacientes pelos quais oram, focados na verdade espiritual. É por meio da intuição, em espírito de oração, e da obediência à orientação da Mente divina, que eles testemunham a cura.
Ao se referir ao seu ministério de cura, Jesus disse que aqueles que seguissem seus ensinamentos e confiassem no poder sanador de Deus fariam obras maiores do que as que ele fez. Por que razão ele teria dito isso? Não porque tivesse enorme fé na capacidade humana, mas porque tinha fé inabalável na capacidade da Mente divina de comunicar Suas ideias e uma confiança infinita na capacidade inata de homens e mulheres de receber e obedecer às intuições espirituais. Essa comunicação, que é a mais preciosa que existe, é nossa também ainda hoje, disponível para nela confiarmos.
 
    
