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VOLTA À ESCOLA

A nova garota na escola

Da edição de fevereiro de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã


Nunca vou esquecer de como me senti em meu primeiro dia de aula no Ensino Médio. Havia acabado de me mudar de Saint Louis, Missouri, para Denver, Colorado, EUA, ou seja, de Principia, uma pequena escola particular para Cientistas Cristãos, para uma grande escola pública. Sem perceber, havia me convencido de que só poderia ser aceita e amada por pessoas que compartilhavam da minha religião. Fiquei apavorada por ter de frequentar uma escola onde a única pessoa conhecida era meu irmão. Os professores não me conheciam, e não havia nenhuma restrição quanto à forma de se vestir; os alunos usavam piercings, tatuagens, cabelo rosa. Tudo era tão diferente!

A carga de trabalho não ajudava. Havia me matriculado no maior número de cursos avançados e de habilitação que meu horário permitia e, ainda por cima, para mim era intolerável ter de participar de corridas de cross-country, que acontecem usualmente em terrenos acidentados, fora das pistas regulares de corrida. Durante toda a primeira semana de aulas chorava sem parar, com saudades dos meus antigos professores e amigos. Toda noite ia para casa e chorava ainda mais, implorando aos meus pais que me deixassem voltar para a escola no Missouri. Eles me diziam qe este era o momento perfeito para eu colocar em prática o que havia aprendido na antiga escola e na Escola Dominical da Ciência Cristã. Certa noite, meu pai riu-se quando descrevi os meus medos.

“O quê?!” Perguntei. Como ele podia ser tão insensível!

Ele respondeu: “Então você acredita que Deus, o Amor, está em toda parte, exceto no prédio de uma determinada escola!”

Existiam mais anjos de Deus me protegendo do que pessoas na escola

Tive de admitir que isso parecia tolice, portanto, no dia seguinte caminhei pelos corredores recitando uma declaração espiritual que me era muito familiar: “Não há lugar onde Deus [o Amor] não esteja”, como também mantive em mente uma citação da Lição Bíblica da Ciência Cristã daquela semana: “Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?” (Mateus 26:53).

Essa inspiração me confortou durante toda manhã. Entretanto, no final do segundo período, senti as lágrimas escorrendo dos meus olhos, e rapidamente comecei a esconder o rosto. Meu professor parecia preocupado e inseguro quanto ao que fazer, mas continuou dando a aula. Quando a campainha soou, todos saíram, mas continuei sentada tentando me recompor, a fim de pedir desculpas ao professor por chorar durante sua aula. Entretanto, não consegui falar nada.

Enquanto recolhia suas coisas e as colocava na pasta, meu professor me assegurou de que tudo estava bem e me convidou para ir ao seu escritório. Quando finalmente consegui falar, expliquei que era minha primeira vez em uma escola grande e que eu era do Missouri. O professor me contou que havia vivido no Missouri e frequentado uma escola grande, mas que então fora transferido para uma escola pequena e que compreendia o que eu estava passando. Disse-me também que estaria à disposição se eu precisasse conversar novamente. Em seguida me recompus e fui embora. Enquanto caminhava para o almoço, liguei meu celular e vi que tinha dois novos e-mails, ambos de minha mãe. (Mais tarde descobri que meu professor havia passado um e-mail para meus pais e para o meu treinador de corrida, logo após nossa conversa naquele dia).

Sentir-se amada não se limita à interação com pessoas de sua própria comunidade religiosa

O primeiro e-mail era uma citação dos escritos de Mary Baker Eddy: “Os bons pensamentos são uma armadura impenetrável; assim revestidos, estais completamente resguardados contra os ataques do erro de qualquer espécie” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 210). No segundo, minha mãe mencionava uma passagem da Bíblia sobre os anjos, “12 legiões de anjos, você sabia que é cerca de 72.000? Mais anjos do que estudantes!” Pensei sobre essa ideia, de que há ainda mais anjos de Deus me protegendo do que as pessoas na escola que eu achava que se opunham a mim.

Foi a primeira vez que me senti amada naquela escola. Logo depois, comecei a notar pequenas coisas, como uma menina que sorria para mim todos os dias no corredor (cujo nome eu ainda não sei), meu “terrível” professor de matemática que brincava com a gente e acabou se transformando em um grande amigo para mim; algumas pessoas que eu via no corredor e de quem tinha medo, mas que eram, na verdade, incrivelmente agradáveis, e uma menina que veio até mim e disse: “Oi, você está na minha classe de oratória! Podemos ser amigas”!

O medo foi sendo eliminado pelo amor, que percebia onde quer que olhasse. Logo minhas notas melhoraram, fiz amigos em minhas classes, tinha colegas para almoçar comigo, e havia participado de campeonatos de corridas cross-country (mais lentas) no campeonato aberto estadual.

Ao longo do ano, ainda tive desafios com aulas difíceis, longos deveres de casa, esportes, fazer novos amigos e manter contato com meus antigos amigos. O mais importante, contudo, é que havia perdido o medo inicial.

No verão passado, mudei-me novamente para uma grande escola pública em outro estado. Desta vez, minha expectativa foi a de um período de transição muito mais agradável, o que acabou acontecendo. Continuei a comprovar que sentir-se amado não está limitado à interação com pessoas de nossa própria comunidade religiosa. Basta olhar ao nosso redor para perceber que o amor está em toda parte!

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