Ultimamente tem havido ventos fortes, mares agitados e muitos tremores de terra no mundo. Sim, literalmente; mas também se aplica no sentido figurado, para esses últimos dias. A zona do euro em perigo, os mercados mundiais oscilando drasticamente, a crise no teto de endividamento nos Estados Unidos e o nível do emprego em terreno movediço em muitos países.
Alguns analistas financeiros estão prevendo o pior. Entretanto, enquanto os especialistas e analistas propõem suas teorias e os que detêm o poder não chegam a um acordo sobre as possíveis soluções ou nem sequer sabem quais seriam elas, é fácil compreender a razão pela qual as pessoas desejam sair dessa montanha russa para uma solução “mais segura”. Como cidadãos precisamos tomar decisões sobre onde guardamos nossas economias.
“O custo de qualquer coisa segura está se elevando cada vez mais”, diz Eric Stein, vice-presidente e gerente de portfólio da Eaton Vance Investment Managers, citando o custo do ouro, cujo valor da onça havia subido para mais de 1.700,00 dólares americanos.
Alguns talvez optem pelo ouro, a fim de salvaguardar seu dinheiro, mas o que dizer daqueles que estão apenas tentando sobreviver? Quando as respostas para esse tipo de crise parecem ilusórias, o lugar certo para onde podemos nos refugiar e nos sentir em segurança está na sabedoria da Bíblia e nos ensinamentos de Cristo Jesus, que mostram soluções também para esse tipo de situação.
Jesus não falou sobre teto de endividamento, níveis de desemprego ou valores das ações. Mas, ele realmente tratou da consciência, tanto da individual quanto da que podemos chamar de consciência coletiva, ou da tendência geral do pensamento à qual muitas pessoas estão propensas a seguir. Observar essas correntes de pensamento e volver nossa atenção na direção certa é a chave para nos sentirmos seguros e encontrar soluções.
No final do Sermão do Monte (ver Mateus, capítulo 7), Jesus aconselhou seus discípulos a que dessem especial atenção aos seus ensinamentos, pois isso os colocaria sobre terreno sólido, como o homem que construiu sua casa sobre a rocha; ao passo que ignorar seus ensinamentos seria o equivalente a construir sobre a areia, o que os incapacitaria de enfrentar as dificuldades. Antecedendo a essa analogia, Mateus relata como Jesus deu a seus discípulos a Oração do Senhor, as Bemaventuranças e outros princípios fundamentais para a prática cristã. Poderíamos dizer que, com esses ensinamentos inspirados, firmemente enraizados no pensamento e praticados na vida diária (óbvio, uma tarefa que não é fácil), o discípulo cristão de hoje está no bom caminho para construir sobre a rocha e sentir-se seguro.
Ciente de que nosso próprio exemplo de vida diz tudo, Mary Baker Eddy estava também muito focada em construir sobre a rocha. Em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela escreveu: “Por isso, eu me firmo, sem reservas, nos ensinamentos de Jesus, nos de seus apóstolos, nos dos profetas e no testemunho da Ciência da Mente. Outros fundamentos, não há. Todos os outros sistemas baseados inteira ou parcialmente no conhecimento obtido através dos sentidos materiais — são canas agitadas pelo vento, não casas edificadas sobre a rocha” (p. 269).
Após essa admissão, a Sra. Eddy raciocinou: “Só uma das proposições seguintes pode ser verdadeira: primeiro, que tudo é matéria; segundo, que tudo é Mente. Qual delas será?” (Ibidem, p. 270). Como devemos responder a essa profunda pergunta hoje em dia? Seria mais fácil confiar no poder do ouro e dos governos para nossa estabilidade e culpar os mercados e os líderes pela nossa falta de prosperidade? Quais são os sistemas nos quais confiamos: seriam eles financeiros, políticos ou aqueles que nós mesmos formulamos ou são formulados pelos outros? Se assim for, então a matéria realmente entrou na equação e nos tornamos vulneráveis ao medo.
Um comentarista atribuiu a volatilidade na oscilação do mercado de ações em todo o mundo ao “medo do medo”. Se a especulação do mercado futuro e o medo são a causa, o antídoto é um conhecimento presente do bem, do controle da Mente divina sobre todos os pensamentos, decisões e resultados, bem como o conhecimento de que essa inteligência divina única é nosso tudo. “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1:7). Temos de ficar alerta para que nossa consciência não seja varrida pelos ventos do pensamento apoiado na matéria.
O Cientista Cristão aceita e se esforça por demonstrar que a saúde não é um estado material, dependente do corpo físico. Igualmente verdadeiro é o estado saudável da nossa segurança. Será que ela depende do dinheiro? Admitir isso seria confiar nos “sistemas baseados inteira ou parcialmente no conhecimento obtido através dos sentidos materiais”. Isso não significa deixar de exercer sabedoria no governo de nosso corpo, quer financeiro ou físico. Mas, nossas decisões com relação a esses sistemas deveriam provir da inspiração quando oramos e da comunhão com a única Mente divina, que nos faz prosperar e crescer na compreensão de que realmente não somos materiais, mas espirituais (ver Ciência e Saúde, p. 468).
As respostas que necessitamos individualmente, como também o mundo coletivamente, ficarão evidentes e cada um de nós pode fazer sua parte ficando atento a essas soluções. Para serem eficazes, elas deverão se retirar da dependência dos sistemas humanos e, em vez disso, fundamentar-se no Cristo.
“O grande rochedo oferece sombra e abrigo”, escreve Eddy (Ibidem, p. 516). Juntos, vamos nos refugiar sob o abrigo dessa rocha-Cristo, e nela encontrar nossa segurança.