É praticamente impossível acompanhar o noticiário e não ouvir algo negativo sobre a economia. As reportagens com notícias sobre o débito pessoal e nacional, execução de hipotecas, flutuação no mercado de ações, desemprego, estão por toda parte. Como Cientista Cristão, dedico-me a orar sobre essas questões, o que me levou a uma compreensão espiritual mais elevada a respeito da economia.
Sob o ponto de vista dos negócios, a economia é definida como um sistema de gestão de recursos materiais e riquezas. Trata-se da comercialização de mercadorias e serviços, a qual recebe apoio ou resistência quanto ao seu valor de mercado, aparentemente impulsionadas em grande parte pelo medo e pela ganância. Podemos compreender a economia a partir de uma perspectiva mais elevada; para isso é útil obtermos uma noção clara de que Deus é Tudo-em-tudo, e é, portanto, a única fonte para tudo de que necessitamos. Uma vez que Deus é Espírito, tudo o que Ele provê é espiritual. Portanto, o suprimento real consiste no fluxo de ideias espirituais provenientes de Deus para nós. Em suma, essa é a economia divina.
Na economia divina não existe medo ou ganância, uma vez que não é preciso lutarmos por “nossa fatia do bolo”. Assim como a luz solar é ilimitada e contínua, há uma fonte infinita do bem, Deus, também disponível para todos nós.
Uma vez que a natureza divina é inteiramente espiritual, tudo o que Deus supre também é espiritual
Como filhos e filhas de Deus, do que realmente necessitamos? Mary Baker Eddy deu a resposta, quando escreveu: “O Amor Divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana” (Ciência e Saúde, p. 494). Para mim, o que é significativo sobre essa declaração é que se o Amor divino, ou Deus, sempre atende à necessidade, em realidade a necessidade humana deve ser composta por uma única coisa: Amor. Caso contrário, o Amor nem sempre poderia atender à necessidade. Sendo assim, se o que precisamos é de Amor, e Deus é Amor, então, a relação entre a oferta e a procura na economia divina é composta de Amor, e somente Amor.
Compreender a economia do Amor divino tem valor prático nos mínimos detalhes da experiência humana. Isso não é apenas esperança vã, pensamento positivo; é um fato espiritual, cientificamente demonstrável.
Por que o Amor divino pode satisfazer a todas as necessidades humanas? Porque cada indivíduo tem sua própria conexão direta com o Amor divino infinito, ilimitado. Não há nenhum limite para a quantidade de Amor que podemos tanto receber como dar.
A relação entre a oferta e a procura na economia divina é composta de Amor, somente Amor
A experiência humana é o resultado direto daquilo que se identifica com o pensamento individual. Então, se nos percebemos como a realidade espiritual da criação de Deus em toda a sua perfeição e infinidade, isso se manifesta em nossa experiência, na medida em que a compreendemos e a mantemos em primeiro lugar em nosso pensamento.
Como imagem e semelhança de Deus, nunca somos forçados a confiar no estado humano da economia, que depende da oferta e da procura de recursos materiais. Já recebemos tudo aquilo de que precisamos diretamente de Deus, porque O refletimos ativamente. Se o Amor divino atende às nossas necessidades, por que deveríamos procurar satisfazê-las em outro lugar? Elas são satisfeitas somente pelo Amor, e por nada mais.
É importante reconhecer que nossas necessidades são atendidas por algo muito mais elevado do que um senso humano de amor e afeição; elas são atendidas à medida que aprofundamos nosso senso espiritual sobre o Amor divino verdadeiro, Deus. Mas, de um ponto de vista humano, a satisfação das nossas necessidades parece estar intimamente ligada aos outros. Por exemplo, se uma fonte de nosso rendimento cessar, pode ser difícil cumprirmos com as obrigações que temos para com os outros que estão contando com nosso pagamento e, então, eles parecem sofrer juntamente conosco.
Não há nenhum limite para a quantidade de Amor que podemos receber e dar
No entanto, a Sra. Eddy ensinou que toda necessidade humana é atendida pelo Amor. Quando compreendemos a economia do Amor divino, essa compreensão pode satisfazer à necessidade de todos os outros em nossa vida. Portanto, não apenas a nossa própria necessidade é atendida, mas todas as necessidades são atendidas, de forma completa, e somente pelo Amor divino.
Agora, alguém talvez possa perguntar: “Isso tudo soa maravilhoso, mas eu estou desempregado. Como pode esse conceito ajudar minha necessidade imediata? Como posso traduzir uma compreensão sobre a economia do Amor em algo prático em minha experiência, agora mesmo?”
Primeiro, vamos pensar sobre o que realmente é necessário da parte do candidato a um emprego. Os que estão em busca de emprego tendem a procurar oportunidades para usar seus talentos no grau mais elevado possível, e a serem recompensados pelo seu trabalho. Eles procuram um emprego que ofereça crescimento e desafio, isto é, uma posição onde eles sejam necessários e valorizados.
A economia realmente pode ser compreendida como se tratando de amor, ou seja, o compartilhamento de bens e a recompensa pelos serviços prestados
Empregadores, por outro lado, estão à procura de indivíduos com habilidades e talentos que correspondam aos cargos em aberto. Eles procuram pessoas que tragam valor e qualidade às suas organizações, que sejam honestos e responsáveis, que tratem os outros com respeito.
Não poderíamos descrever esse processo como uma busca por amor, de ambos os lados? Um empregado deseja se sentir amado no trabalho, e um empregador procura de alguém que venha a amar o trabalho que lhe é designado. Se o empregador for grato pelos serviços de amor expressos pelo empregado, esse empregado deve ser recompensado com um salário adequado, que seria uma expressão exterior de gratidão da parte do empregador.
Abordada dessa forma, a economia realmente pode ser compreendida como se tratando de amor, ou seja, do compartilhamento inspirado de bens e a recompensa pelos serviços prestados. Quando ambos, tanto o empregado quanto o empregador abordam suas atividades dessa forma, o processo é mutuamente atraente, muito parecido com dois ímãs se unindo. Uma grande oportunidade para o candidato ao emprego é aprofundar sua compreensão sobre o Amor infinito, que será, então, manifestado exteriormente como qualidades atraentes para potenciais empregadores.
Uma vez que o amor sempre atende à necessidade exata, o balanço do Amor infinito, sempre presente, está eternamente em perfeito equilíbrio
Quando nos desviamos dessa compreensão espiritual e pensamos na economia como composta de indivíduos que lutam sozinhos para agarrar o dinheiro que puderem, facilmente podemos nos sentir temerosos e gananciosos. Nossa visão de nós mesmos se torna nublada e obscura. Como pode um espelho refletir algo quando se torna embaçado? Não pode. Ele precisa ser limpo. Então, nós também precisamos “limpar” o medo e a ganância do nosso pensamento e mantê-lo puro, para que possamos receber o fluxo de ideias amorosas que vêm continuamente a nós, provenientes de Deus. Como diz a Bíblia: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4:23).
Muitos livros de economia explicam que a verdadeira chave para o sucesso no domínio de um mercado está em vencer nosso próprio senso de medo e ganância, o medo de que estejamos sozinhos, por nossa própria conta, lutando por tudo aquilo que podemos agarrar com nossas próprias mãos, e a ganância de que nunca temos o suficiente. Ciência e Saúde não diz que o Amor divino atende a todo desejo humano, mas sim que Ele atende a toda necessidade humana.
O Amor é a moeda de troca na economia divina. É a coisa mais substancial que qualquer um de nós deseja ter e dar. Portanto, esse amor é a única coisa de que realmente precisamos.
O Amor é a moeda de troca na economia divina. É a coisa mais substancial que qualquer um de nós deseja ter e dar. Portanto, esse amor é a única coisa de que realmente precisamos. O amor provém de uma fonte ilimitada, Deus. Somos o amado reflexo do Amor divino e, portanto, podemos receber e dar uma quantidade ilimitada e incomensurável de amor, à medida que amamos a Deus supremamente e ao nosso próximo como a nós mesmos.
O Amor é nosso único ativo, como também nossa única responsabilidade. Portanto, uma vez que o Amor sempre atende à nossa exata necessidade, o balanço está eternamente em perfeito equilíbrio. Estamos todos no negócio do amor, a única economia verdadeira, a economia do Amor divino.