Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Matéria de capa

Livres da cilada do materialismo

Da edição de fevereiro de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã


O Japão foi conhecido durante décadas como um gigante econômico, ou seja, um tigre asiático. Mas, após o longo período de recessão que se seguiu à chamada “bolha” econômica no final dos anos 80 e 90, a sociedade japonesa começou a se sentir vazia e espiritualmente “pobre”.

Durante os períodos de alto crescimento econômico do passado, uma média de 80% do povo japonês sentia orgulho de pertencer a uma sociedade de classe média. Hoje, muitos acham que estão se tornando menos ricos devido às mudanças no ambiente de trabalho e a outros fatores.

O emprego vitalício costumava ser algo com o qual as pessoas contavam; hoje em dia, cada vez mais empresas criam empregos temporários e os trabalhadores não têm como prever por quanto tempo ficarão empregados. Tal como em outros países, a disparidade entre altos e baixos salários está aumentando. Nos últimos anos, a principal causa de morte das pessoas com mais de 40 e 50 anos tem sido o suicídio.

Entretanto, se andarmos pelas ruas de Tóquio, não podemos imaginar que o Japão esteja caminhando direto para a desesperança e menos riqueza. Lá, o materialismo parece clamar em alta voz: “Este é o caminho para a felicidade. A vida é demasiado curta, portanto, gaste e seja irresponsável! Trabalhar duro para os outros não levou seus pais a lugar algum, por isso, viva o momento. A honestidade não rende lucro”.

Uma multidão de pessoas aflui às lojas de Tóquio onde são vendidos calçados de grife, roupas e bolsas, com preços elevados. O surgimento de super arranha-céus e edifícios de apartamentos em novas áreas recém desenvolvidas, conhecidas como “região das mansões”, são vendidos ou alugados por preços incríveis.

As pessoas são atraídas a esquemas que visam ganhar dinheiro de forma rápida

As estatísticas mostram que até mesmo alunos do ensino médio já se conscientizaram de que as pessoas têm de conseguir ficar ricas sem trabalhar muito. Práticas empresariais fraudulentas e duvidosas são meios aceitáveis de se auferir rendimentos. De fato, o número de vítimas de falsos investimentos financeiros está cada vez maior o que demonstra como as pessoas são atraídas pela promessa de ganhar dinheiro rápido.

Quando a alegria de se trabalhar sério é substituída pela escravidão ao materialismo, a perspectiva muda totalmente. Ser rico passa a ser definido pelos bens que possuímos, ou seja, pelo padrão de casa que temos, pelo tipo de carro, pelo estilo de roupas, ao invés de o ser pela nossa bondade, integridade, sabedoria e outras qualidades espirituais. Até mesmo a inteligência pode ser vista sob uma avaliação material, como a habilidade de ludibriar pessoas, em vez de enaltecê-las.

Guiados pelo materialismo, trabalhar duro se torna um meio de aumentar nossa riqueza de bens pessoais, no lugar de ser uma maneira de ajudar os outros ou promover a satisfação espiritual. A pobreza material sugere que a pessoa carece de energia ou empenho em adquirir mais coisas. No Japão, as pessoas pobres são muitas vezes conhecidas como shikatanai, que significa “não tem culpa de ser assim”, o argumento sendo que eles não podem ser bem sucedidos devido à indiferença ou à falta de empenho. Ser pobre é visto por muitos como falta de talento.

A ganância e a desonestidade não podem ser nossos feitores

Entretanto, o materialismo não se refere apenas a comprar coisas. Ele também inclui discriminação, ganância e desonestidade, e essas atitudes aos poucos se tornam nossos feitores.

Como testemunha da transformação dos Estados Unidos no século XIX, Mary Baker Eddy demonstrou percepção espiritual à necessidade por emancipação da escravidão ao materialismo em Ciência e Saúde: “Foi difícil abolir legalmente a servidão não remunerada nos Estados Unidos; mas a abolição da escravidão mental é tarefa ainda mais difícil. ... Homens e mulheres de todos os continentes e de todas as raças ainda estão no cativeiro do sentido material, ignorando como obter sua liberdade” (p. 225).

Jesus dedicou sua vida para mostrar às pessoas como o amor de Deus os libertaria do senso material de vida. Ele os livrou da doença e dos pecados que os impediam de alcançar seu pleno potencial como ideias espirituais de Deus. Mediante seu ministério, ele apresentou o Cristo, a ideia espiritual de Deus, que está sempre presente e fala à consciência humana em todas as terras e nações.

Todas as pessoas têm acesso a esse Cristo, que revela a bondade de Deus e a unidade de cada indivíduo com Ele. Esse reconhecimento do amor de Deus pode dissolver a tendência obstinada de se apegar ao materialismo e revela uma fonte abundante de ideias que nunca seca e nunca carece de amor.

O Cristo nos conduz a uma direção mais espiritual

No Japão, estou percebendo pequenos sinais de que meus conterrâneos estão despertando para o fato de que a abundância não se refere apenas a bens materiais, mas sim à riqueza espiritual. Hoje, as livrarias estão colocando à venda mais livros sobre viver uma vida mais interior, com dignidade e criatividade. As pessoas estão se mudando das regiões metropolitanas, descobrindo maneiras criativas de trabalhar vivendo na zona rural. Há também um crescente interesse na tradicional cultura japonesa, na qual a qualidade espiritual sempre foi evidente.

O trabalho sério não precisa ser escravo do materialismo, mas pode ser um meio de cultivar a riqueza espiritual, ajudando os outros a depender mais de Deus para ter vigor, inteligência, previsão e direção. O Cristo, definido na Ciência Cristã como “a idéia verdadeira que proclama o bem...” (p. 332), pode conduzir e conduzirá a todos nós nessa direção mais espiritual, se estivermos dispostos a segui-lo.

Obter a riqueza espiritual em vez de coisas materiais, e compreender que a espiritualidade é a verdadeira substância da vida, conduz-nos a uma fonte muito mais confiável de felicidade. Mary Baker Eddy explicou essa fonte como sendo Deus, a Mente divina do universo.

Em sua vida, ela nos mostrou que uma compreensão de Deus é a chave para a saúde, criatividade e para o progresso da humanidade. Ela definiu as obras de cura de Jesus como um sistema passível de ser ensinado e aprendido, e que promove o pensamento espiritual para combater a materialidade. Ela fazia distinção entre a mente mortal, que adora o materialismo, e a Mente divina, imortal, que desarraiga os subprodutos do materialismo, tais como a discriminação, a ganância e a desonestidade.

Libertar-se da pobreza é o direito inato de todos

Libertar-se da pobreza, à medida que se reconhece e corrige qualquer espécie de injustiça ou limitação, é o direito inato, de todos. Reivindicamos esse direito inato, à medida que nos tornamos mais conscientes de que cada um de nós é espiritual, inseparável do nosso Criador, e que estamos unidos uns aos outros no amor de Deus.

A Sra. Eddy faz esta colocação: “Deus construiu uma plataforma mais elevada de direitos humanos, e a baseou sobre reivindicações mais divinas. Essas reivindicações não se fazem através de códigos ou de credos, mas pela demonstração de ‘paz na terra entre os homens’” (p. 226).

À medida que o pensamento egocêntrico cede ao altruísmo e ao desprendimento, a afluência adquire um caráter mais espiritual e nós a descobrimos na abundante provisão de nosso amoroso Criador. Jesus tornou isso muito claro em sua obra de cura, a qual expunha tão poderosamente o Amor incondicional, o Doador do bem e não do mal.

Ele ensinou a seus discípulos e a outros que todos refletem esse Amor, ou Princípio divino. Essa espécie de amor altruísta traz cura à nossa vida. Ele supre todas as nossas necessidades, inclusive o desejo de se libertar do materialismo com sua escravidão e limitações inerentes.

Libertar-se da pobreza, à medida que se reconhece e corrige qualquer espécie de injustiça ou limitação, é o direito inato de todos.

Em Ciência e Saúde, Eddy declarou: “Cidadãos do mundo, aceitai a ‘liberdade da glória dos filhos de Deus,’ e sede livres!” (p. 227). Cada um de nós reflete a perfeição de Deus, à medida que nossas atitudes para com aqueles em necessidade refletirem mais amor, uma compreensão mais espiritual de fraternidade e união.

Portanto, o povo no Japão e em todos os lugares do mundo certamente se tornará mais rico, à medida que despertar para sua identidade divina, procurando mais o ganho espiritual por meio de um trabalho significativo que abençoa a eles mesmos, aos seus vizinhos globais e ao meio ambiente. Há muito mais motivos para que estejamos unidos do que separados seja por diferenças financeiras ou raciais. A Ciência do Cristo proporciona um sólido fundamento para celebrarmos a real abundância do Espírito!

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 2012

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.