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Desmascarada a mentira do mal

Da edição de julho de 2017 dO Arauto da Ciência Cristã

Tradução do original em inglês publicado no The Christian Science Journal de fevereiro de 2017.


Durante uma tensa conversa em que ficou claro que sua vida estava sendo ameaçada, Cristo Jesus fez uma das afirmações mais corajosas de todas as eras: o mal é irreal. Ele disse que nenhuma verdade, nem sequer uma partícula dela, pode ser encontrada em nenhuma manifestação do mal, e que o diabo, um termo bíblico para o mal, é “mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). Em essência, Jesus ensinou que a aparência do mal tem de ser sempre vista como uma mentira, como uma apresentação enganosa de sugestões que contradizem a verdade a respeito da criação de Deus, exclusivamente boa. Então, com notável precisão, ele comprovou isso. 

O que Jesus fez durante sua missão e seu ministério de cura, foi dar provas de que o mal é irreal. Ele curou doentes instantaneamente. Ele interrompeu padrões meteorológicos destrutivos de forma rápida e decisiva. Ele redimiu e transformou o caráter de pessoas inescrupulosas no ato e no mesmo instante, quando essas pessoas eram receptivas às suas orações.  Foi tão grande a prova que Jesus deu da irrealidade do mal, que ele triunfou sobre a morte e o túmulo, mesmo quando personagens de posição de poder conspiraram para matá-lo, mesmo quando seu ânimo poderia ter ficado arrasado porque todos, com exceção de alguns amigos, negaram  sua missão, e mesmo quando as assim chamadas forças da materialidade visavam a acabar com sua vida. Jesus disse, referindo-se a si mesmo: “...tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33).

Em sua mensagem de despedida a seus discípulos, e a todas as futuras gerações de cristãos, Jesus deixou instruções claras sobre a necessidade que todos temos de continuar a obra de declarar e dar provas de que o mal não tem realidade, de que é impossível que haja um poder oposto a Deus, o bem infinito. Ele disse: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados” (Marcos 16:17, 18).

Nesses versículos maravilhosos, Jesus deu a toda a humanidade, não apenas aos seus discípulos imediatos, tanto um claro mandamento para rejeitar e vencer o mal em todas as suas formas, incluindo o pecado, a doença e a morte, como também uma promessa reconfortante de que, por meio do poder de Deus e do Seu Cristo, a mentira do mal pode sempre ser vencida. Um dos primeiros cristãos a provar a verdade da declaração de Jesus foi o Apóstolo Paulo, que com confiança disse: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15:57). Em outra importante promessa de vitória, Paulo disse aos romanos, com toda firmeza: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12:21).

Ao longo dos séculos, o Cristianismo genuíno certamente tem se esforçado para tomar posição contra o mal mediante a pureza, a bondade e o amor expressos na vida de pessoas cristãs. Entretanto, foi Mary Baker Eddy quem, por meio de sua descoberta da Ciência Cristã, discerniu e ajudou a reconectar a humanidade com esta verdade bíblica profundamente importante: o fato de que o mal existe somente como uma suposição, não uma realidade. Ela ensinou que o mal pode somente parecer real como uma crença mortal, um conceito errôneo construído sobre informações falhas supridas pelos cinco sentidos materiais, e que o Cristo, a Verdade, expulsa esse falso senso juntamente com suas mentiras. À medida que compreendemos isso, podemos comprovar, em nossa própria experiência, que o mal é irreal, exatamente como Jesus nos instruiu.

Mary Baker Eddy compreendeu que a irrealidade do mal se baseava em um simples fato: a totalidade de Deus, que é o bem sempre ativo e onipotente, não deixa nenhum espaço para o mal existir, nenhuma forma para o mal assumir, nenhum poder real para o mal exercer. No entanto, à medida que a verdade sobre a totalidade de Deus se tornava cada vez mais aparente ao pensamento de Mary Baker Eddy, ela também viu que havia uma grande necessidade de desmascarar a maneira pela qual o mal assume a postura de realidade e de poder, a fim de promulgar suas mentiras. Muito embora o mal seja somente uma suposição, era necessário pôr a descoberto sua suposta capacidade de atuar, porque até que a verdade acerca do bem infinito de Deus seja mais universalmente aceita e compreendida, a mentira do mal pode, para a consciência humana, parecer real e poderosa. E, quando a consciência humana está sob o efeito desse engano, a humanidade vivencia seus efeitos danosos.

A Sra. Eddy explica esse fenômeno em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Toda a realidade está em Deus e Sua criação, e é harmoniosa e eterna. Aquilo que Ele cria é bom, e Ele faz tudo o que é feito. Portanto, a única realidade do pecado, da doença ou da morte é o horrível fato de que as irrealidades parecem reais à crença humana errada, até que Deus lhes arranque o disfarce” (p. 472). Enquanto se acreditarem  mentira, os supostos efeitos dessa mentira aparecerão e podem dar a impressão de serem muito reais.

O magnetismo animal, a mentira do mal, só ganha força se caímos na crença de que o homem seja material ou animal. Como é importante, então, saber e reivindicar a verdade sobre o homem espiritual!

Foi assim que Mary Baker Eddy entendeu que, incluída em sua missão ordenada por Deus, de fazer com que a humanidade estivesse mais consciente do poder sanador prático do Cristo, estava também a incumbência de desmascarar os caminhos e os meios ocultos do mal. Ela sabia que tinha de pôr o mal a descoberto, mostrá-lo como sendo uma mentira sem poder, mas sabia que também tinha de mostrar o modo como a mentira do mal tentaria operar, até ser destruído de  maneira definitiva.

Por meio do amor, da coragem e da oração consagrada, a Sra. Eddy discerniu que uma das melhores maneiras de desmascarar os métodos do mal era dar ao mal um nome diferente. Esse novo nome para o mal iria designar claramente o mal como uma mentira, mas ele também poria a descoberto a maneira pela qual suas mentiras exercem uma suposta atração sobre o pensamento mortal. O novo nome para a mentira do mal, ou para toda crença errônea material, foi: magnetismo animal. Relata-se que Mary Baker Eddy disse certa vez a um grupo de estudantes: “Magnetismo animal é o nome que Deus me revelou para vos dar, para que com ele possais enfrentar o erro; esse nome abarca todo o erro; ...” (We Knew Mary Baker Eddy [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy], Edição Ampliada, Volume II, p. 33). 

Mas por que a mentira do mal é definida como animal e como tendo um componente magnético? O magnetismo animal alega que o homem seja material, governado por forças elétricas e impulsos animais, e que, por causa disso, o homem mortal, por ignorância ou devido a influências malévolas, possa ser empurrado de um lado para o outro, como um imã, levado a pensar e a agir de maneiras totalmente contrárias à verdadeira natureza do homem feito à semelhança de Deus, que por natureza é inteiramente bom. O Apóstolo Paulo descreveu exatamente esse mesmo fenômeno hipnótico ou magnético quando disse, como lemos na Bíblia: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.... Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim” (Romanos 7:19, 21).

 Paulo estava descrevendo a sensação de estar sendo afastado do pensamento bom e correto, e empurrado para o pensamento errado, pelo que parecia ser uma força externa que ele não podia controlar. Qualquer coisa que desvie nosso pensamento do nosso desejo natural como o reflexo espiritual e bom de Deus, tal como Deus nos criou, é magnetismo animal.

Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy faz referência à pessoa reconhecida como aquela que trouxe o termo magnetismo animal pela primeira vez à atenção do mundo: Franz Mesmer. Curiosamente, o termo magnetismo animal assumiu, mais tarde, o epônimo mesmerismo, que, afinal acabou se tornando sinônimo de hipnotismo. Com discernimento espiritual profundo, a Sra. Eddy usou a definição inicial de Mesmer de magnetismo animal para começar a desmascarar a maneira pela qual a mentira do mal atua de maneira invisível. Falando sobre a teoria de Mesmer, Ciência e Saúde diz: “Suas proposições eram as seguintes:

‘Existe uma influência mútua entre os corpos celestes, a terra e as coisas animadas. Os corpos animados são susceptíveis à influência desse agente, influência essa que se dissemina por meio da substância dos nervos’ ” (p. 100).

A Ciência Cristã desmascara o magnetismo animal, expondo o que ele alega ser e como ele pretende atuar. A Ciência Cristã explica que o magnetismo animal é um termo exato para o erro ou a mentira do mal e, em seguida, mostra como a Verdade divina o aniquila. “Conhecendo a alegação do magnetismo animal, de que todo o mal se resume na crença de haver vida, substância e inteligência na matéria, na eletricidade, na natureza animal e na vida orgânica, quem negará que esses são os erros que a Verdade tem de aniquilar e aniquilará?” (Ciência e Saúde, pp. 450–451).

 A alegação do magnetismo animal ou a mentira do mal tem como base uma premissa inteiramente falsa. Ele se baseia na crença de que o homem seja material, sensual e de natureza animal. Nada poderia estar mais longe da verdade! O homem feito à imagem e semelhança de Deus é inteiramente espiritual. Ele é santo, puro e bom. Visto que o homem de Deus em realidade não é composto de matéria ou de elementos materiais, ele não é um ímã por meio do qual o magnetismo animal possa atuar. Nele não existe nenhuma animalidade que possa obedecer às reivindicações do magnetismo animal. A perfeita espiritualidade de um homem espiritualmente perfeito exclui a possibilidade de até mesmo uma partícula de animalidade encontrar um lugar no caráter ou na constituição dos filhos de Deus. O magnetismo animal, a mentira do mal, só ganha força se caímos na crença de que o homem seja material ou animal. Como é importante, então, saber e reivindicar a verdade sobre o homem espiritual!

O que dizer sobre a pretensão do magnetismo animal de operar através de forças elétricas que podem ser causa para o  pecado, a doença e a morte? Lemos em Ciência e Saúde: “A eletricidade não é um fluido vital, mas sim a forma menos material da consciência ilusória — o estado material sem mente, que não forma elo algum entre a matéria e a Mente, e que se autodestrói” (p. 293). A Ciência divina forma o elo indestrutível entre Deus e o homem. A matéria e a eletricidade não fazem parte desse elo. As correntes elétricas não fazem parte do homem espiritual. Somente as correntes saudáveis do Espírito onipotente dão vida ao homem de Deus. Toda força é espiritual. Todo poder é a manifestação da Mente divina, Deus, governando inteligentemente o universo inteiro em perfeita harmonia. 

A Ciência Cristã explica que o magnetismo animal, a mentira do mal, é sem fundamento, ela é somente uma negação (ver Ciência e Saúde, p. 102). A palavra negação significa a ausência de algo. Isso é exatamente o que o mal é, ele é a ausência do bem, exatamente como a escuridão é somente a ausência da luz. Entretanto, o fato é: o bem nunca está ausente. Portanto, se o mal, o magnetismo animal, é a ausência do bem, e o bem está sempre presente, então o mal nunca está presente, nunca é real.

Afinal, o mal é apenas um mentiroso, que constrói sobre mentiras, e essa torre de traição só pode fazer uma única coisa: ruir. Sem uma máscara atrás da qual se esconder e sem nenhuma verdade sobre a qual se firmar, o mal é inevitavelmente tragado em sua própria ilusão. O magnetismo animal, baseando sua pretensão na crença falsa de que o homem é material, simplesmente jamais poderá encontrar um lugar permanente nos filhos de Deus, cujo pensamento é sempre alicerçado na espiritualidade. O homem semelhante ao Cristo nunca pode ter uma conexão com o mal e é receptivo somente à Palavra de Deus.

 Embora a demonstração completa desse fato ainda não tenha sido alcançada, exceto por Cristo Jesus, ela está sendo comprovada de maneira modesta, mas muito significativa, por meio da prática da cura pela Ciência Cristã. Inevitavelmente, o poder da Verdade para vencer o erro se tornará mais amplamente conhecido. Então, à medida que o mundo chegar a um maior reconhecimento da capacidade que o homem tem de vencer a mentira do mal por meio do poder onipotente do bem, as palavras da promessa de Cristo Jesus ressoarão por toda a terra: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano” (Lucas 10:19).

Tradução do original em inglês publicado no The Christian Science Journal de fevereiro de 2017.

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